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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

15 de Março

Fica cada vez mais claro quem deseja que tudo volte a ficar como antes da Lava Jato. Sempre surgem as mesmas figurinhas, dizendo que a democracia está em risco. Esses, que sempre lançam mão do coringa “democracia”, sequestram o bem-estar social. É óbvio que os congressistas “sentam em cima”, obstruem e alteram propostas, tudo privilegiando eles. O Congresso e os “homens-lagosta” do STF se servem da Nação, garantindo cotas eleitorais, verbas partidárias e nababescos rega-bofes. Os cargos e o dinheiro (em espécie) estão fazendo falta. É essa a tal “articulação política” que acabou. Incrível é que nessa história não deveria haver divisão “direita X esquerda”. O inimigo (de todos), quem atrasa o Brasil, já foi identificado. Mas não, têm pessoas que torcem pro Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, Gilmar Mendes etc!  O deputado Glauber Braga, da oposição, chamou o ministro Sérgio Moro de “capanga de miliciano”. Qual é o interesse desse cara? Defender os interesses da coletividade? Q

Máquina Pública

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A coisa passou do limite, agora não tem mais volta. O episódio protagonizado por Cid Gomes exigiu um malabarismo retórico, para dizer que o que estávamos vendo não estava acontecendo, e a verdade era o que queriam que a gente acreditasse. O cara veio com uma retroescavadeira, para, literalmente, tratorar os policiais. Os PMs do Ceará estão errados, por diversos motivos, mas o absurdo está na atitude atribulada do senador. Quando Cid Gomes, mostrando que não estava pra brincadeira, avançou com sua retroescavadeira democrática, de maneira republicana, para restabelecer o Estado Democrático de Direito e amparado pela Constituição (dele), derrubou os portões do quartel, foi atingido por dois tiros. Os tiros foram para neutralizar um ensandecido Cid Gomes, que vinha pilotando uma máquina, a qual não possuía habilitação para guiar. Provavelmente, o pouco que sabia era para posar, em alguma campanha, como tocador de obras. Imperícia somada a iniquidade, desatino, loucura, desequi

É proibido proibir

O Carnaval, que seria uma celebração liberal, está infestado de regras. Justamente quem se diz progressista, tornou-se vítima do próprio veneno: o, muitas vezes nefasto, politicamente correto. Essa praga atingiu a festa pagã, aquele momento que seria o paroxismo do “pé na jaca”, ou do politicamente incorreto, logo terá mais restrições que a Parada das Rosas. A recomendação, há anos, é feita de maneira peremptória, mas cheia de lugares-comuns. Segundo a “Gestapo” da Festa de Momo, essas caracterizações são apropriações culturais e tem que ter lugar de fala para isso.  Fantasias para não usar no Carnaval: ▪️ cigano: redução de uma cultura a bandana e lantejoulas; ▪️ homem vestido de mulher: reforça os estereótipos de gênero, além de a ideia ser machista e preconceituosa; ▪️ índio: pega uma cultura ampla e diversa e a constrói de maneira generalizada e estereotipada;  ▪️ Iemanjá: divindade de religiões de origem africana, que sofrem intolerância e racismo;  ▪️ muçul

Aquele que foi sem nunca ter sido

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Em muitos filmes de máfia a história envolve o Vaticano. O enredo, sempre com prostituição, jogos de azar e muito dinheiro circulando em maletas e outros suportes nada convencionais. Dia 13, Lula desmarcou interrogatório na Justiça para se encontrar com Jorge Mario Bergoglio, o  papa Francisco. O enredo lembra os filmes de mafiosos. O líder, mais que espiritual, do PT, condenado e enrascado com a Justiça, tenta construir, para o mundo, a narrativa que é um injustiçado e preso político (ele foi e será, novamente, um político preso). Faltou assessoria para o papa. Faltou quem avisasse de quem se tratava e que as imagens serão usadas com intenções nada cristãs. Assim como na catedral de Notre-Dame, em 1804, quando Napoleão Bonaparte tomou a coroa do papa Pio VII e se coroou, a intenção do ex-presidente era abençoar o papa Francisco e insistir com a cantilena da inocência.  Eles conversaram sobre fome, desigualdade social e intolerância. Básico. Se fosse o Programa do Raul

Ridendo Castigat Mores

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito CPMI) é fake. Sob o pretexto de esclarecer as acusações (disparos de mensagens em massa, pró PSL) da jornalista Patrícia Campos Mello, através da Folha de São Paulo, um ex-funcionário  da empresa de marketing digital Yacows, foi chamado a depor. Hans River do Rio Nascimento, uma figura saída dos anos 70. Mistura de Richard Pryor, dançarino cubano de rumba e membro dos Panteras Negras, ele foi chamado à CPMI como alguém que os progressistas julgavam ser a “bala de prata” do Bolsonaro. Entretanto, o tiro saiu pela culatra. Hans disse: ▪️ quem pagou por envios de mensagens em massa, foi o PT; e ▪️ Patrícia Campos Mello, em troca de informações que comprometeriam Jair Bolsonaro, teria oferecido favores nada ortodoxos. Hans River foi, rapidamente, chamado de mentiroso e acusado de ameaçar de morte sua ex-companheira. Ou seja, ele foi tratado com preconceito e por desqualificado. O coitado deve ter o mesmo destino ou tratamento do

A mocinha e o bandido

O antigo secretário da Cultura foi mandado embora, depois daquela pantomina que ele armou, numa inspiradíssima referência a Goebbels. Regina Duarte assumiu a bomba. Sim, a bomba ou qualquer sinônimo que faça referência a algo difícil. Antes da assunção do cargo, digo mais, antes de ser convidada, começaram os ataques. As críticas vieram de todos os lados, mas teve um sujeito que pegou pesado. José de Abreu extrapolou, demonstrando que as divergências não são só políticas, de visão de   mundo ou de diretrizes para a Cultura, mas pessoais. Ele ofendeu e insinuou coisas. O ator parecia ter chegado no limite, quando cuspiu em uma mulher, mas a grosseria dele não tem limites. Eu não sou a pessoa apropriada para falar a respeito de novelas. Não vejo e não gosto. Mas a política é uma novela, e as duas estão muito juntas. Do pouco que sei, Regina Duarte sempre foi protagonista, José de Abreu, secundário. O cara interpreta cafajestes, bandidos e tudo o que há de pior nessas tramas. N

Pague para entrar, reze para sair🔵

Eu gostava muito de ir a parques decrépitos de bairro. Um fim de semana em Osasco, depois em Guarulhos, essas maravilhas do entretenimento barato reuniam baixa gastronomia, jogos de azar e brinquedos à beira de um desastre.  Embarcar na montanha-russa era uma prova de fé, pois a, digamos, atração não via uma manutenção há muito tempo. Os reparos do parque deviam ser feitos por mecânicos de beira de estrada, porque eram verdadeiras gambiarras. Fiação exposta, arame, prego torto etc, tudo na base do improviso. O trem fantasma possuía uma aparência macabra só por fora. Dentro, dava dó.  Cada vez que a luz acendia, causava um misto de gargalhadas e vergonha alheia. O trem era uma festa a fantasia, de Halloween. Os, supostos, monstros saíam de lá desmoralizados.  O, assim chamado, Chapéu Mexicano era o “carrossel do capeta”. Um banquinho, preso por finíssimas e velhas correntes, aquilo girava vertiginosamente. Esse, perigosíssimo, brinquedo dava dois prazeres: quando começava e quando parav

Nobre Vagabundo 🔵

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Seres imaginários, habitantes de um universo paralelo, apenas quem não quer nada ou aqueles que ousam romper com a sociedade. O Homem do Saco parecia ser tudo isso. Saído diretamente de alguma mente fértil ou de algum conto dos Irmãos Grimm, esse personagem foi inventado pelos antigos para assustar crianças. Segundo a lenda urbana, esta figura raptava as crianças, colocava num saco e sumia no mundo. Coisa leve para ameaçar o próprio filho. O andarilho estava personificado e parecia bem real, porque ele aglutinava as mazelas brasileiras numa pessoa só. Todo o temor atribuído a tão triste figura era injusto. Tinha uma barba de anos, cabelos desgrenhados e uma cor amarelada,  dos pés à cabeça, devido a uma duradoura falta de banho. Eu nunca o vi ameaçando ninguém, confesso que até me causava dó. O sujeito tinha o azar de carregar um velho saco de estopa nas costas. Isso era o suficiente para corroborar a antiga lenda, apavorando a sociedade. Ele tinha um olhar triste, mas não uma tris