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Mostrando postagens de janeiro, 2021

Crônica de Gelo e Fogo 🔵

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Esta crônica fala de homens disputando algo que não é palpável nesse mundo materialista. A contemporaneidade e suas facilidades não eliminaram o propósito atávico do Homem. O que fizeram vikings , visigodos, saxões, suevos e demais povos bárbaros, hoje é replicado por um bando de moleques irresponsáveis, num sábado à noite, indo pra balada. Em vez de cavalos, carros; em vez de espadas, um modesto estilete; e em vez de vencer longas distâncias para caçar, pilhar e conquistar terras, apenas sair de “rolê”. Estávamos em três, descendo a principal avenida de Guarulhos. Tempos bicudos, quando a duras penas, uma geladíssima cerveja era parida a fórceps, com um rateio de moedas. Dinheiro curto e pavio também. É o 8 ou 80 da pouca idade, onde amigo não é aquele que separa a briga, mas sim o que aparece, do nada, dando uma voadora. Pois bem, andando na avenida, passa um carro e alguém, lá de dentro, grita alguma coisa. Eu não sei o que gritaram, mas não deve ter sido algo muito legal. Deve ter

Eis o malandro na praça outra vez

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  Roberto Jefferson reapareceu solto, depois de fazer sua delação, de certo modo premiada. Ele delatou o esquema do Mensalão, do qual fazia parte, e foi condenado. Muita gente “rodou” e o PT perdeu a narrativa da honestidade. Bob Jef cumpriu a pena e surgiu novamente com sua excelência na prosódia, escolha das palavras e alguns hematomas oriundos de acidentes domésticos, embora seu potencial explosivo indique alguma emboscada. Paradoxalmente, o presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) ajudou a retirar alguns políticos da vida pública. Parecia o seu fim. Como eu já disse, ele ressuscitou para, pelo que demonstrou querer, a vida pública. Além de ótimas entrevistas para as mídias tradicionais e alternativas, atirando em tudo e todos, o velho político joga gasolina de altíssima combustão no já aceso cenário brasileiro. Matreiro e corajoso, ele explica muito detalhadamente, dando nomes, várias tramas nada republicanas e democráticas. O silêncio da classe política demonstra que Jef

São Paulo 467 - “Non ducor, duco” ⚫️

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  Sampa e Pauliceia Desvairada. A cidade já foi cantada por Caetano Veloso, Premeditando o Breque, Tom Zé, Beto Guedes, Ira!, Inocentes etc. É difícil dizer alguma coisa (bem ou mal) quando tantos já disseram, cantaram e filmaram. Quando chega o aniversário da cidade, proliferam elogios. Números: ▪️ São Paulo, com mais de 12 milhões de habitantes, é a cidade mais populosa do Brasil; ▪️ a 8ª mais populosa do planeta; ▪️ 10º PIB do mundo; ▪️ 11ª cidade mais globalizada do planeta; ▪️ a região metropolitana de São Paulo, com aproximadamente 21 milhões de habitantes, é a 10ª maior aglomeração urbana do mundo. São Paulo é uma cidade onde o Bob Esponja, sempre sorrindo, pode pegar o Metrô sem ser incomodado, sem ninguém achar estranha a bizarra presença. Muito pelo contrário, os passageiros não darão a menor bola à inusitada frequência. Provavelmente, continuarão absortos, preocupados com o retorno do trabalho, ou a ida, ou nada disso, ou apenas, “paulistanamente”, continuarão mal-humorados.

O Novo Normal

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  Nenhuma pandemia foi igual a do coronavírus. Ao menos na reação. Enquanto avançava a soma de mortos, Doria e o Butantan anunciavam as “vidas salvas”, atribuídas a eles. Os números eram tão aleatórios, porque irreais, que devem ter sido sorteados num globo de bingo. CoronaVac, Vacina do Doria, Vacina chinesa,  Vacina do Butantan, Vachina, diversos apelidos são atribuídos a essa droga, que virou lenda, piada e meme. A droga, que querem aplicar à força, tem o beneplácito do STF. Sim, um juiz, atropelando cientistas, usa sua arrogância (autoridade) para, politicamente, “salvar vidas”. Esse unguento, que foi manipulado por algum curandeiro, foi inventado em tempo recorde.  João Doria se revelou um estraçalhador de reputações. Exemplos: ▪️ David Uip (coordenador do Centro de Contingência para o coronavírus no estado de São Paulo): o infectologista foi obrigado a esconder que havia feito o tratamento da covid-19 com  cloroquina. A recomendação médica vazou e Doria, querendo sempre tomar a f

Guia Politicamente Incorreto da Pandemia

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  Reconheço a letalidade causada pelo coronavírus e a necessidade de vários cuidados profiláticos. No entanto, nossa classe política demonstrou-se perdida. Um sintoma dessa anomia foi a quantidade de medidas ineficazes, desastrosas e, por que não dizer, burras. A necessidade de fazer alguma coisa, para quem não sabia o que fazer, deu nisso. Porém, aqui, vou me ater à pandemia de hipocrisia. Muita gente, por interesses inconfessáveis, foi obrigada a “recomendar” (sempre com fisionomia de pânico) aquilo que não praticava. “Use máscara” e “fique em casa” foram duas determinações que levaram o “hipocrisômetro” ao nível máximo. ▪️ Logo no início do lockdown , Marcelo Cosme, apresentador da GloboNews, um dos que tagarelavam “fique em casa” foi flagrado, exercendo uma atividade essencial: seu passeio na orla marítima; ▪️ no começo da pandemia, a atriz Isis Valverde usou o máximo de sua técnica interpretativa para recomendar o lockdown , para os outros. Descuidada, a atriz deixou vazar sua pre

Na Pressão

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  A invasão ao Capitólio foi grave porque resultou em cinco mortos. Mas, acreditem, foi apenas um ensaio, perto do que já houve nos Estados Unidos e do que está para acontecer no mundo. O novo normal é isso! O país que teve três presidentes assassinados (Abraham Lincoln, James Andrew Garfield, William McKinley e John Fitzgerald Kennedy), bem como a Guerra Civil e outros conflitos, não pode se assustar com o simulacro de rebelião. Agora, houve momentos graves, mas também muitos “momentos selfie ” ou “estive no Capitólio, lembrei-me  de você”, no que lembrava uma excursão com vista monitorada. Definitivamente, isso foi muito longe da invasão que a CNN tentou vender. Conclusão: este mês, as redes sociais estarão decoradas com retratos “oficiais”. A CNN tem uma rixa particular com o quase ex-presidente Donald Trump e a imprensa mundial, que replica a narrativa da gigante norte-americana, por preguiça ou por ideologia, também. O que a CNN quis que fosse fato, no dia seis de janeiro, v

Quitutes 🔵

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  Talvez fosse a menor confraria/sociedade secreta do mundo. Como era tradição, meu cunhado (sempre ele) e eu fomos beber umas cervejas num inofensivo boteco pé-sujo afastado da cidade. Às vezes, vamos parar em um empório. Na minha observação de turista, esse tipo de estabelecimento é até mais a cara do interior, autêntico. O empório é muito pitoresco porque vende de defensivo agrícola a alimentos. Foi quando ela surgiu. Como o som de um LP riscando, uma irritante microfonia ou um espelho quebrando, a... moça, interrompendo a conversa, ofereceu seus atributos femininos, como se a oferta fosse algo irrecusável. Não estávamos embriagados o suficiente, de modo que nosso senso estético obrigou-nos a declinar da generosa, gentil e explícita oferta. Traduzindo, para não tão bom entendedor: estava cedo demais para aquela coisa fofa virar uma princesa. Não era possível permanecer no recinto. O horário e a frequência naturalmente espantavam os mais religiosos ou os que somente mantinham hábitos

Nadando de Braçada

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  A cada desembarque de Bolsonaro a molecada carregava, nos ombros, o deputado, chamava-o de “mito” e, entre palavras de ordem, cantavam: “1, 2, 3, 4, 5, mil, queremos Bolsonaro, presidente do Brasil”. Eu apenas ria, achando que a garotada curtia, tirando selfies para postar no Facebook . Afinal, o capitão que brigava com a irritante Maria do Rosário era retratado como alguém truculento, no mínimo folclórico. O tempo passou, ele foi sendo ouvido e conhecido, quando veio a quase fatídica facada. O bolsonarismo já era uma realidade, aí já não adiantava a velha imprensa tentar demonizá-lo. O fenômeno cresceu tanto, que inclusive figurinhas manjadas da política e os aspirantes a alguma relevância surfaram nessa onda. João Doria, que sempre foi capaz de acender uma vela pra Deus, outra vela pro Diabo, vislumbrou aí sua tábua de salvação para ascender ao governo do Estado de São Paulo. Ele foi capaz de tudo: fazer arminha com o dedo, adotar o ridículo nome “Bolsodoria”, arriscar algumas fle