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Mostrando postagens de abril, 2021

Atuação Fatal 🔵

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  O clima estava estranho. Quando decidi partir, minha namorada escondeu a chave do portão. Não tive dúvida, escalei o portão de uns três metros e fui embora. Em vez de ir para casa, onde seria facilmente encontrado, fui para o bar, encontrar os amigos e afogar as palavras. Depois de algum tempo, quando eu já havia esquecido de todo o ocorrido, o dono do bar disse que tinha ligação para mim. Eu já desconfiava o que era. Ao contrário do que imaginei, tinha sido facilmente encontrado. Era a dona da casa, dizendo que minha namorada se trancou no quarto. Até aí, tudo bem. O que veio depois, exigiu a minha providência: ela se trancou segurando uma faca, dizendo que ia se matar e havia escrito duas cartas de despedida. Diante da suspeita de que seria tudo um teatro de quinta categoria, um dramalhão de novela mexicana mal dublada, despedi e saí, calmamente, querendo acabar com aquele cirquinho de periferia. Em frente à residência, minhas suspeitas se confirmaram. Eu tive certeza da fa

Vada a bordo, cazzo!

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  Essa pandemia revelou que o nosso transatlântico está sob o comando de vários capitães Schettino. Francesco Schettino, ex-capitão, abandonou o navio Costa Concordia, depois do naufrágio causado por ele. Por que eu comparo nossos governantes ao pseudocomandante italiano? Porque as atitudes foram tomadas com covardia e de acordo com o padrão de vida deles. Salve-se quem puder! João Doria, governador de São Paulo e líder do conluio que jogou milhões de pessoas na pobreza, mora nos Jardins, região nobre da capital paulista. O famigerado lockdown , de tão errado, causou apenas efeitos colaterais, aglomerou pobres. Atividades essenciais: empregada doméstica, porteiro, motoboy e quaisquer outras indispensáveis para manter “as elite” assistindo streaming , recebendo comida delivery , trabalhando no home office , gravando lives e estudando à distância. O grande impacto dessa doença foi democrático, pois atingiu desde a classe Z até a A. O que virá depois é o paraíso dos monopolistas.

Bar do Nerço 🔵

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  O Bar do “Nerço” parecia um ambiente pouco recomendável para pessoas de bem, cidadãos de garbo e elegância, pagadores de impostos, ou seja, a família brasileira. O que poderia facilmente ser descrito como o fundo do poço, o pior lugar que a degradação social levaria alguém, na verdade foi um cantinho democrático. Parada obrigatória para uma big hour, happy hour ou simplesmente encher a cara. Ao cair da tarde, peões amarravam cavalos e “us dotô” estacionavam carros importados. Estava estabelecida a configuração do Bar do “Nerço”: malandro junto com trabalhador. GB (Gebê): o senhor que atendia pelas iniciais de “gente boa” sentia falta de mentes brilhantes. Talvez procurasse no lugar errado. Diante da escassez, chamava de “cabeça”qualquer indivíduo que tivesse lido pelo menos “O Pequeno Príncipe”. Sua maior credencial era dizer que foi amigo de Jair Picerni (Google). Sumiu, não se sabe se abduzido ou tragado pela terra. João Bafo de Onça: o próprio apelido já o descreve bem. Gebê trou

Qual é o limite do humor?

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  Essa piada sem graça só poderia ser criada em conjunto. O grupinho Movimento Brasil Livre (MBL) quer cometer a candidatura à Presidência da República de Danilo Gentili. É claro que, se ele aceitar, será apenas para conturbar. Se a população não quiser eleger um Macaco Tião, um Rinoceronte Cacareco ou um Tiririca, num legítimo voto de protesto, ele deverá somar honrosos “alguns porcento”. Certamente, o humorista carregaria, além de um gabinete apinhado de assessores, sua trupe para Brasília: Léo Lins, Murilo Couto, Diguinho e Juliana. Como propaganda gratuita, eu espero algo como as chamadas da Sessão da Tarde. Exemplo: Uma turminha da pesada aprontando mil e uma confusões e trapalhadas. Danilo, como qualquer outsider , prometeria falar grosso, desafiar o sistema e apontar o dedo na cara dos políticos corruptos. Contudo, logo estaria tomando um cafezinho com Marcelo Freixo; flagrado numa reunião, de madrugada, saindo da residência de Rodrigo Maia; fazendo live com Luís Roberto Barros

Nascido em 4 de Janeiro 🔵

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Não tentei nenhum subterfúgio, arrimo de família, sem chance. Eu poderia fazer como quase todos, pedir para alguém influente conversar com o sargento para me liberar do serviço militar obrigatório. Mesmo sabendo que o ano seria “perdido”, deixei o destino seguir seu curso. Entreguei toda a papelada, fiz os exames, as entrevistas, quando me dei conta, estava fazendo flexões e contando: 1... 2... 3... Não fui contemplado pela última salvação: o excesso de contingente. Já era tarde, teria que acordar cedo. Como um sapo, não se dando conta que foi mergulhado em água gradualmente esquentando, eu estava servindo o Exército Brasileiro, no Tiro de Guerra. Adeus bermuda e chinelos, nos dias seguintes, eu vestiria fardas engomadas (camuflada e verde-oliva), boina, coturnos engraxados, cinto funcional, alguns penduricalhos militares e um fuzil carregado. Em vez de Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Beatles e Legião Urbana, teria que decorar e berrar velhos hinos e canções bélicas. Realmente, aquil

A Seita do Bezerro de Ouro 🔵

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À noite, depois de um dia de trabalhos forçados, porém remunerados, fui à tal reunião. Não custava nada ver “qualé que é”. Diziam que o trabalho era moleza e os ganhos, absurdos. O local do evento era uma casa simples. Contrariando minhas expectativas, a casa era muito humilde, e os carros, estacionados na frente, populares. Normal, esse modo de vida excêntrico era para não “dar bandeira”. Os “escolhidos”, envolvidos nesse “negócio da China” há tanto tempo, poderiam exibir Ferraris, Lamborguinis, McLarens e Porshes, além de uma cinematográfica mansão. Entrando na residência, o aspecto geral, mais uma vez, foi muito abaixo das expetativas. A cena que presenciei, era claramente de quem, pretensamente, se comportava como queria ser. Entendi isso, porque durante a reunião só se falou em helicópteros, mansões, automóveis de luxo, lanchas...  Aquelas pessoas agiam como se estivessem hipnotizadas. Seus olhos estavam vidrados, como se houvesse cifrões no lugar das pupilas. Tudo era muito estra

Nasce uma dupla

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  Reinaldo Azevedo é um fenômeno. Na fase mais rigorosa do lockdown , o jornalista conseguiu comercializar sua credibilidade. A entrevista com Luiz Inácio Lula da Silva foi o derradeiro degrau na degradação do que sobrava na sua, digamos, honestidade jornalística. É muita generosidade eu dizer que ele ainda tinha alguma credibilidade. Quando Azevedo iniciou na Jovem Pan, com Os Pingos Nos Is, eu me entusiasmei e não perdia um. Demonstrando moralidade, ele dizia aquilo que queríamos gritar, era a nossa indignação alcançando alto-falantes. No entanto, o auto-intitulado Tio Rei começou a mudar, perdendo o reinado. Mudar e irritar. Essa mudança coincidiu com as investigações chegando no PSDB. Além disso, a irmã de Aécio Neves foi presa e descobriu-se uma linda amizade entre ambos. Tudo o que Reinaldo Azevedo falava e quem apoiava era incoerente com as antigas críticas. O ouvinte ficou irritado com as críticas de ocasião, e o jornalista batia boca com os ouvintes no ar, a quem chamava de “d

Marias-coturnos

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  O general Eduardo Villas Bôas já disse que Dilma Roussef, na iminência de sofrer o impeachment , sondou uma intervenção militar. Parece estranho, para uma pessoa que tem muitos motivos para querer distância de milico. Tratando-se de ex-integrante da VAR-Palmares, que chora quando lembra dos porões da tortura, ela pode ter sofrido da Síndrome de Estocolmo. Ultimamente, outras figuras não aguentaram e pediram a volta dos militares. O jornalista Mario Sergio Conti não se conteve, traiu aquele discursinho batido de quem abomina o Regime Militar. Eliane Cantanhêde e Hélio Schwartsman, ambos jornalistas, também tentam atiçar as Forças Armadas. Eles precisam de alguém para chamar de inimigo. A senadora Kátia Abreu também “abriu o bico”. Na sua vasta coleção de subterfúgios, falsamente democráticos, ela acaba de acrescentar um pedido de “Exército nas ruas”. Chico Buarque, Caetano Veloso, Ivan Lins e outros artistas produziram muito melhor durante os Anos de Chumbo. Músicas de prote

1º de Abril II ⚫️

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  É com muita vergonha e autocomiseração que eu admito que estes textos, além de porcamente escritos, não têm o mínimo compromisso com a realidade, sendo a mais perfeita definição de fake news . Desinformação baseada em viés de confirmação, narrativa e má-fé. Trazendo novamente a prática espúria adotada pela imprensa marrom de outrora, que parecia ter caído no esquecimento, adotamos as mais abjetas maneiras de exercer o jornalismo. Usando métodos nada éticos, não temos o menor pudor em mentir na cara dura. Notícias sensacionalistas, acontecimentos inventados, montagens bizarras, fraudes descaradas ou interpretações tendenciosas, fazemos de tudo e praticamos o mau jornalismo em troca de algumas moedas. Esses que empurramos para o serviço sujo são militantes incendiários travestidos de jornalistas democratas isentos. Selecionamos os piores alunos da rede pública de educação para ocuparem a nossa redação enfumaçada. Os nossos escribas assassinam a Língua Portuguesa e abusam do Wikipedia,