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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Previsões para 2022 — Revelações de um misto-quente ⚫️

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O que vi me assombrou. Apesar das predições que se impuseram diante de mim não corresponderem todas às minhas predileções, resolvi compartilhar o fenômeno.  Tranquilamente, depositei uma fatia de presunto e outra de queijo em cada pão de forma, fechei o lanche e — após um relâmpago, seguido de violenta eletrocução — coloquei a minha obra na sanduicheira.  Após alguns minutos, fui, automaticamente, apanhar o singelo desjejum na torradeira. De repente, a surpresa que me esfregou na cara o amanhã. O futuro próximo (2022) estava ali na minha frente. Mesmo contrariando as perspectivas lógicas, inclusive os meus prognósticos e, em alguns casos, a minha torcida, a revelação valia muito num mundo sedento por informação e num país polarizado. Havia um porém a ser levado em consideração: ao confessar que minhas preciosas revelações surgiram de um simples lanche, provavelmente, eu seria ridicularizado, acusado — por Renan Calheiros — de charlatanismo e preso por disseminar fake news . Eu estava

Presepada 🔵

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  Muita gente no carro, irmãos, cunhados, sobrinhos. Família vindo do interior, a responsabilidade era grande, então eu teria que mostrar as “maravilhas” turísticas de Guarulhos. Mas o quê? Pensei ser pretensioso, vergonhoso mesmo, querer apresentar o zoológico, aliás quaisquer atrações relacionadas à natureza. Foi quando tive um estalo, um insight salvador: mostrar uma rua toda enfeitada e iluminada pro Natal. Um legítimo show de luzes de dar inveja a Gramado. Como não tive tal ideia antes? Anunciei aonde estávamos indo. Durante o trajeto antevi o impacto disruptivo do que estávamos prestes a testemunhar. Eu sabia que o evento mudaria a péssima impressão do município operário da Grande São Paulo mudaria para muito melhor. Nessa hora, senti um certo orgulho por viver num lugar tão incrível e não consegui disfarçar um sorrisinho arrogante no canto da boca. No caminho, fui viajando no que veríamos a seguir. Quando entramos na rua anunciada, rolou uma certa decepção. Foi difícil a

Um conto de Natal — A floresta mal-assombrada 🔵

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  A nossa “arvrinha” de Natal tinha vários aspectos depreciativos: era artificial, tava velhinha, já tinha dado o que tinha que dar. O Natal significa um monte de valores abstratos: amor, esperança, amizade, fraternidade, fé, solidariedade etc. Para crianças, é tempo de férias, festas, presentes e mesa cheia. Precisávamos urgente de uma árvore que abrigasse decentemente nossos presentes, pisca-piscas e um presépio cheio de simbolismo. Bom mesmo seria um pinheiro natural, então precisávamos de um, de qualquer maneira. Fomos,  minha irmã e eu, comprá-lo. Aquele ano, talvez fingindo uma imaginária ascensão social, o pinheiro teria que ser real e o maior possível. Na minha imaginação, a minha sala seria uma réplica do Círculo Polar Ártico, de acordo com a tradição. Sou vítima de uma propaganda que me custaria o esforço de transformar a minha sala no Hemisfério Norte, com muito frio, neve e um pinheiro. Eu traria o vegetal, mesmo que eu precisasse arrancá-lo com os dentes. Pois bem, m

A marmelada do ano da revista Time

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  A pesquisa da Time indicava o que acabou sendo comprovado: Bolsonaro venceu a votação “A personalidade do ano”, da revista americana Time . Como era suspeito, a Time ignorou a indigesta predileção e “elegeu” uma personalidade de acordo com sua narrativa. Elon Musk estampou a capa da revista, que perdeu mais um pouco de sua credibilidade e talvez alguns leitores. Eu nunca considerei confiáveis enquetes por meios eletrônicos remotos. Isso sempre gerou discrepâncias, porque o exército mais engajado põe o dedo para trabalhar e elege o famoso “quem?”. Independente da importância, qualquer votação parece a escolha de um vencedor de reality show . Contudo, a revista tentou a sorte. Para azar do informativo de viés “lacrador”, não conseguiram eleger nenhum prodígio aquecimentista, nenhum pacifista de butique e nenhum presidente americano democrata. O presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, ganhou. Sim, o cara chamado de nazista, fascista, genocida etc venceu. Admitir o resultado

Ela é bailarina, eu sou funcionário 🔵

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  É uma experiência estranha martelar e serrar ao som de Tchaikovsky em vez do Katinguelê, no entanto eu já fiz isso. A um passo do mundo de palco, luzes, música clássica, fantasias, bailarinas e palmas, me sentia como um pipoqueiro na porta de um teatro da Broadway. Eu sempre soube que o objetivo seria uma excelente estrutura para a apresentação de balé, por isso, juro, sempre martelei cada prego, carreguei algo ou colei — mesmo que com fita crepe — algo tendo a absoluta certeza que o sucesso da apresentação dependia de mim, em vez das bailarinas — com anos de estudos e dias de ensaio. Tenho que admitir o que sempre pareceu óbvio: o trabalho de engenharia, mais cerebral, ficava com meu cunhado e meu irmão, mas justiça seja feita, eu era... ,digamos, esforçado. Além de tudo, fora o sangue derramado e alguns perrengues passados, o período de brainstorming e execução eram sensacionais, sobretudo pelas cervejas revigorantes. Finalmente a grande noite, o espetáculo. Acho que as bai

A Inquisição Nada Santa

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  Pronto, passou. Renan Calheiros, Omar Aziz, Randolfe Rodrigues, Otto Alencar e grande elenco já brincaram de Tribunal da Inquisição ou o Julgamento das Bruxas de Salem. Renan e Omar brigam pelo desempenho muito análogo ao do cruel inquisidor Tomás de Torquemada (O Grande Inquisidor). Empolgados com a fugaz notoriedade, estão indo longe demais e podem cometer um erro, menos grave, mas igualmente persecutório ao da cidadezinha colonial do estado de Massachussets. O ministro do STF, Luís Roberto Barroso, interferindo em outro Poder da República, deu o start para o Senado instaurar a “CPI da perseguição”. Essa comissão não conseguiu cumprir seu principal objetivo — tirar o presidente —, mas mostrou o que dá colocar essa turma interrogando. Essa palhaçada ficou conhecida, por quem logo percebeu que isso não era sério, como “CPI do circo”. Médicos e pesquisadores foram desrespeitados por políticos quanto ao tratamento ideal na pandemia. Fora de Brasília também houve uma incrível desa

O chapéu de Moro

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  Dessa vez começou cedo. Já foi aberta a temporada de políticos tentarem parecer “gente do povo”. Nos meses que antecedem as eleições, os candidatos saem mordendo gororobas em botecos pés-sujos, montando toda sorte de animais que representem a perseverança nordestina e oferecendo a cabeça para os bonés e chapéus que aparecerem. Isso rende uma porção de memes, situações constrangedoras e piadas. É ridículo, mas se o marqueteiro recomenda o esforço, deveria render alguns votos. Na prática, acredito que até espanta eleitores porque soa tão autêntico quanto uma cédula de 3 reais. Sem jeito para morder um salgado num boteco, João Doria queimou a boca. Geraldo Alckmin já se fantasiou de “garoto estatal”, querendo enfrentar o estatista Lula. Mas nada superou o candidato Sérgio Moro usando um chapéu de couro nordestino. O visível desconforto mostra que a campanha será muito difícil e longa para ele.  Visivelmente tímido, o ex-juiz sempre demonstrou não estar muito à vontade em aparições po

Podcast

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  Podcast não é só um arquivo de áudio, é um conceito. Não adianta grandes empresas de comunicação transformarem ou produzirem programas tradicionais no formato, o resultado é um produto chato, engessado e formal, apesar da qualidade técnica. Essa molecada, chamada de influencers , porém, meteu o pé na porta e entrou na produção de conteúdo sem pedir licença — melhor, invadiu. Falando exclusivamente dos podcasters , diferente das onerosas programações feitas por antigos profissionais da televisão, a molecada ligou um celular e começou a conversar. A informalidade diminuiu a distância entre o emissor e o ouvinte. A programação televisiva vem sendo ignorada, já não é centralizadora como era até os anos 90, quando as coisas só aconteciam quando apareciam no Jornal Nacional. A televisão está perdendo audiência para a internet e a tendência é o aparelho se tornar apenas uma plataforma de smarttv , streaming. Por enquanto atrai audiência para o futebol ao vivo. Os podcasters se prof

0211. Glenn e Rui

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  Glenn Greenwald, nos Estados Unidos, disse: “A esquerda está mentindo”. Ele demorou para constatar isso, bem como errou o tempo verbal. Seria mais honesto ele dizer: A esquerda mente. Mas para um esquerdista notório, legítimo e internacional, já está bom. O gringo já foi vítima preferencial dos direitistas (fisicamente, inclusive) por ter se tornado, mais que um antagonista, a personificação da esquerda identitária. Mas, agora, igual a Rui Costa, ele vem conquistando o respeito dos conservadores.  Rui Costa Pimenta é um “canhotinha” raiz, não desses que mantêm a crença inocente no que professores/militantes/doutrinadores lhes enfiam na cabeça. Seu vocabulário é viciado com lugares-comuns, teorias muito antigas e expressões que caíram em desuso, tipo: capital, burguesia, luta armada, proletariado e mais-valia. Assim, ele eternamente espera uma utópica revolução proletária que nunca virá, bem como a transformação do mundo num lugar idílico.  Rui é o eterno presidente do PCO (Partido da