A corte do bobo
A piada até que durou bastante. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é um comediante. A anedota funcionou muito na propaganda, na posse, nas aparições em público. Entretanto, a brincadeira foi longe e ele se elegeu. A pilhéria poderia render um mandato — o Tiririca está conseguindo se esconder na Câmara —, mas estourou uma guerra que exigiu um governante de verdade. Estamos testemunhando que não dá certo o bobo da corte trocar o cargo com o rei. Danilo Gentili conseguiria sustentar a piada até a rampa do Planalto. A primeira greve, manifestação na Paulista ou invasão do MST acabaria com a graça. O voto de protesto — macaco Tião, rinoceronte Cacareco e o palhaço Tiririca — sempre piora a situação. No caso de um ser, digamos, pensante, como o Tiririca, políticos espertos leem as conjunturas e empurram o “voto de protesto” para “puxar” (eleger) eles mesmos. Agora o presidente dá Ucrânia não sabe o que fazer. O sujeito está praticamente montando uma guerrilha urbana, armando qu