Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2022

A corte do bobo

Imagem
  A piada até que durou bastante. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky,  é um comediante. A anedota funcionou muito na propaganda, na posse, nas aparições em público. Entretanto, a brincadeira foi longe e ele se elegeu. A pilhéria poderia render um mandato — o Tiririca está conseguindo se esconder na Câmara —, mas estourou uma guerra que exigiu um governante de verdade. Estamos testemunhando que não dá certo o bobo da corte trocar o cargo com o rei.  Danilo Gentili conseguiria sustentar a piada até a rampa do Planalto. A primeira greve, manifestação na Paulista ou invasão do MST acabaria com a graça. O voto de protesto — macaco Tião, rinoceronte Cacareco e o palhaço Tiririca — sempre piora a situação. No caso de um ser, digamos, pensante, como o Tiririca, políticos espertos leem as conjunturas e empurram o “voto de protesto” para “puxar” (eleger) eles mesmos. Agora o presidente dá Ucrânia não sabe o que fazer. O sujeito está praticamente montando uma guerrilha urbana, armando qu

Melhor fantasia

Imagem
  Apesar de contrariar seus irmãos ideológicos do Catraca Livre, a ativista Txai Suruí apanhou sua fantasia de índia — que pareceu ter sido adquirida numa lojinha de mágica da Rua 25 de Março — e correu para a Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP26), na Escócia. Quem pagou? Certamente, alguma alma caridosa, que, querendo o bem comum, já havia patrocinado Adélio Bispo.  A narrativa do Aquecimento Global estava colando, até que começou a esfriar muito, inclusive nevar onde nunca havia ocorrido o fenômeno. Ficou mais fácil e abrangente empurrar a expressão “mudanças climáticas”. Isso pegou mais fácil que a expressão inédita que disseram ser a mais dita em 2016: “pós-verdade”. Mas o tema aqui é, na verdade, carnaval. A militante “indígena”, Txai Suruí, ganharia, no Hotel Glória, em originalidade, desbancando o saudoso Clóvis Bornay (eterno “ hors concours” ). A nossa índia, que parecia uma folclórica dançarina da Banda Carrapicho, estava pronta para falar o

Zé de Abreu e sua pior interpretação ⚫️

Imagem
  José de Abreu resolveu contrariar toda a sua carreira e assumir o papel de canastrão. O ex-global não pode tropeçar numa filmadora, que ri afetadamente ou chora de dar dó. Apesar da motivação pessoal e intransferível, o petista finge que está agindo por razões humanitárias. Outro dia, Zé de Abreu encontrou uma câmera dando sopa e atacou: ao presidente, dirigiu um impropério repetidas vezes e gargalhou teatralmente ou, provavelmente, de maneira manicomial (sei lá). Revelou mais um comportamento desesperado, pura técnica artística. Logo depois, numa entrevista em Portugal, chorou. O ator não foi capaz de comover ninguém que conhece seu histórico de militante petista. Em prantos, Zé dava dó, Pena por ver um ator na sua pior representação, lamentando o fim da boquinha, sinalizando virtude ou pagando pedágio ideológico à “turma” patrulheira. Mesmo sem lágrimas, o farsante pôde exibir toda a sua técnica interpretativa aprendida na escola de teatro do Alberto Roberto (Chico Anysio).

Qualquer semelhança com a realidade é mera piada

Imagem
  Choveu memes sobre a ida de Bolsonaro à Rússia. Entretanto, a imprensa caiu na piada por inércia ou  querendo distorcer os fatos, atribuindo a pecha de disseminadores de “fake news” a seus autores. Nessa tentativa, alguns jornalistas conseguiram superar o chiste. A piada foi: Bolsonaro evitou a 3ª guerra mundial.  Os memes foram promovidos a maquiavélicas montagens, enganos e indução ao erro. O que se viu foi o mau humor da guerra de narrativas e o incômodo com o rolo compressor do bom humor. O bom humor ganhou em técnica e velocidade; proporcionalmente inverso, alguns jornalistas não têm a capacidade cognitiva de distinguir o que é notícia do que é piada. As autointituladas “agências de checagem” não perderam tempo. Sedentas por não ficar de fora da guerra cultural, fazendo questão de passar mais esta vergonha ou simplesmente revelando sua real intenção, essas tais agências trataram a brincadeira como “fake news”. Sim, com a sanha em refutar tudo que contradiga a narrativa ou a

Autoritarismo não é autoridade

Imagem
  Por mais abusiva que seja, inclusive ilegal, decisões são cumpridas, principalmente com a caneta do Judiciário. No entanto, quando as determinações dependem da colaboração internacional, o arbítrio se torna evidente. A perseguição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi efetiva enquanto agiu capturando cidadãos brasileiros, aqui dentro. Durante a calmaria, o ministro prendeu, proibiu e convocou quem quis. Quando Alexandre ousou esticar seus tentáculos arbitrários, falhou. Sua sanha arbitrária parou quando tentou deter, num aeroporto brasileiro, o norte-americano Jason Miller; as autoridades norte-americanas também ignoraram o pedido de extradição do jornalista Allan dos Santos.  Ambos os casos foram ignorados por falta de sentido, caracterizando mera perseguição política. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Pandemia), eternizada como “CPI do circo”, foi eficaz enquanto gerou manchetes e reportagens. No entanto, falhou na tentativa de render boa

A Justiça de calça curta

Imagem
  O advogado criminalista Alberto Toron parece, mas não é. Ele poderia ser encarado como uma vítima das “lives”da quarentena. Entretanto, durante uma sessão do Superior Tribunal de Justiça, ele recusou-se a levantar da cadeira de rodinhas para locomover-se ao fundo da sala. A câmera do computador revelou muito mais que o escárnio do advogado, exibiu, abaixo do paletó e gravata, algo muito curto, mas já sabemos que não se tratava de uma calça social, que supostamente estaria vestindo. O traje inadequado e a preguiça, denunciada com a pusilanimidade como perambulou pela sala, são a tradução do termo sinecura (emprego ou cargo onde se trabalha pouco, mas ganha-se muito). As escusas não ajudaram a dissipar a péssima impressão, já que ele explicou que estava vestindo apenas uma bermuda. A explicação talvez só tenha sido urdida para corroborar o descaso com a Justiça. Além de tudo, nota-se que o advogado usava sandálias. Ou seja, no conjunto, o que destoava de um traje de banho, eram apenas

The zoeira never ends ⚫️

Imagem
  Há muito tempo que todo corintiano carregava o peso e suportava chacotas por ser um time regional, ou seja, só ganhava o campeonato estadual. Essa maldição foi desfeita e o Corinthians ganhou 7 títulos do Campeonato Brasileiro.  Estádio próprio: O Timão deixaria o Pacaembu (Saudosa Maloca), já que o estádio próprio estava sendo construído para a Copa do Mundo, então essa gozação não tinha mais efeito.  Além disso, o time ganhou o Mundial de Clubes da FIFA, mas, segundo os adversários, não valeu, pois faltava a inédita Copa Libertadores. Portanto, aquela não seria uma simples viagem e aquele não era um simples jogo de futebol. Para quem carrega o pesado escudo do clube de coração, essa era a chance de encarar são-paulinos, palmeirenses, santistas e outros torcedores. Com a narrativa perfeita, meu cunhado e eu partimos para o bar a fim de empurrar o time na conquista da Libertadores. Só que a decepção de iniciar com uma derrota começou a circular; a cerveja descendo quadrada, amarga, p

Fake books

Imagem
  Os cuidados para não transmitir a covid-19 proliferaram as intermináveis “lives”.  Muitos comportamentos que antes não saíam de casa foram revelados. Numa audiência pública do estado do Amazonas, um desembargador nos brindou com um incidente hilário. O desembargador Yedo Simões, do Tribunal de Justiça de Amazonas, equilibrou mal o cenário de estante com farta biblioteca atrás da cadeira. O acontecimento revelou muito mais que apenas uma coleção de livros falsa ou de “Facebook”. A queda levou junto uma ilibada reputação e notório saber jurídico. Sei que exagerei no “diagnóstico” de uma simples biblioteca decorativa. Mas, observando estilos de vida “pra inglês ver”, recomendo o “chroma key”. O “Facebook” me ensinou que é possível aparecer com a Torre Eiffel ao fundo ou o Museu do Louvre; também pode-se posar em frente ao Coliseu ou à Torre de Pisa; vários optam pelas Pirâmides do Egito ou o Cristo Redentor. O cenário pode não ser tão icônico, embora cumpra o seu papel ao ilustrar

Pé “vermêio”

Imagem
  Lula não está confiando nas pesquisas eleitorais. Para constatar isso, basta observar sua movimentação pelos gabinetes pouco iluminados da política inconfessável. Fazendo uma caravana sem povo, Lula vem encontrando figuras que, há pouco tempo, ele mesmo recusaria ser flagrado junto. Em, até há pouco, improvável, portanto inconfiável, aproximação, ele ameaçou oferecer a Alckmin o Ministério da Agricultura de porteira fechada. O ex-governador de São Paulo não se fez de rogado e querendo exibir algum talento relacionado à Pasta, postou um vídeo seu “capinando” um terreno. Sinceramente, o outrora concorrente do petista não me pareceu nada convincente. Ele por ter julgado ser fácil engambelar o pré-candidato do PT, pois Dilma Rousseff chegou à Presidência porque sabia operar um “notebook”.  Alckmin tem razão em correr demonstrar seu “talento”, afinal, não é todo dia que um ministério cai do céu. Entretanto, eu não provaria nem um pé-de-alface plantado pelo anestesista do Morumbi. Além de

Pode ser cômico, mesmo sendo trágico

Imagem
  “Fake news meramente ilustrativa. Trata-se de um meme. A hipérbole da imagem não é mero exagero. Infelizmente o meme remete ao que nosso jornalismo se tornou. Relembra especificamente uma reportagem porca que o Jornal Nacional fez questão de exibir.  Na tentativa de incriminar Jair Bolsonaro, demonstrando sintomas avançados de abstinência de verba, a Globo jogou no ar a matéria que ligaria o presidente à morte de Marielle Franco. Não deu. A estratégia não surtiu o efeito esperado, entretanto, além de desacreditar mais a “velha imprensa”, contribuiu para esse surreal meme. João Doria, com sua sanha por ocupar a cadeira presidencial, conseguiu unir os paulistas contra o governador do próprio estado. Essa reação seria absurda se Doria fosse contido por um conselheiro amigo. Contido para não tentar destruir São Paulo ao obrigar o estado a fechar tudo e ninguém sair de casa num “lockdown” insano. Não bastasse isso, em plena pandemia “investiu” em propaganda, distribuindo dinheiro à i

Corinthians e Santos na Capitania Hereditária de São Vicente 🔵

Imagem
  Eu estava bitolado no vestibular para cursar Jornalismo. História era uma das matérias cobradas. Apesar de eu gostar da matéria, precisava desintoxicar da imersão que havia feito nos últimos meses.  Semifinal do Campeonato Brasileiro de 1998, eis a oportunidade perfeita para eu interromper temporariamente os estudos, vendo um “futibinha”, bebendo um chope gelado, jogando conversa fora e, quem sabe, gritando uns gols. Meu amigo teve a ideia de assistir à partida no litoral de São Paulo. Por que não? Um excelente motivo para cancelar a infeliz aventura seria evitar descer a Serra numa motinho 125 cc e subi-la, provavelmente, levemente embriagado. Mas a precária e atribulada decisão venceram quaisquer critérios de segurança. A viagem foi tranquila, apesar de barulhenta e, confesso, como o meu amigo era motoboy, me senti uma mercadoria que precisava ser entregue em tempo recorde. Desafiando caminhões e cortando carros, chegamos. Ir numa moto 125 era o menor dos problemas. O prin