Se beber, não dirija 🔵

 




Entrei no meu carro e comecei a persegui-lo. Era um Voyage antiguinho, portanto equivalente ao meu Gol L 86 (“Gol quadrado”, portanto equivalentemente antigo), também da Volksvagen. A perseguição insana e implacável não poderia acabar bem. A busca frenética terminou depois de uma curva, de maneira abrupta, contra a vontade de ambos, mas cumprindo a previsibilidade. 


Recapitulando, sem chances de neutralização, o motorista seguia em ininterrupta e veloz corrida. Impossibilitado de detê-lo, mas sem perdê-lo de vista, eu me aventurava com o valente Gol. A perseguição só cessou após uma curva. Depois da inoportuna esquina, na rua transversal, vinha outro veículo. Isto fez com que o Voyage fosse freado, e o golzinho também parasse. Só que em sua traseira.


A caçada frenética findou somente com um desastre automobilístico. Eu e o outro piloto saímos dos carros para conferir os prejuízos. Os outros motoristas, pedestres e alguns moradores da região aguardavam uma briga, tiros ou, pelo menos, uma ofensa e alguns xingamentos.


[Minutos atrás] 


Depois de várias cervejas (antes da lei: “Se beber, não dirija”), saímos com o Gol e o Voyage rumo à casa das nossas amigas. Chegando lá, mais álcool e um pouco de “stress” foram suficientes para o alterado piloto do Voyage ser visto arrancando e “cantando os pneus”, procurando um desastre automobilístico e consequentemente a morte. Diante do espanto e das súplicas, não me restava outra atitude senão persegui-lo.


[Voltando  à batida]


O desfecho do desastre frustrou todos os expectadores. Contrariando as expectativas, não houve as esperadas vias de fato.


Diálogo dos proprietários dos automóveis envolvidos no mini-engavetamento:


— O que a gente fez!?


— Amanhã a gente conversa.


Acredito que todos perceberam que se tratava de dois amigos numa infeliz jornada. Cada um saiu com seu veículo, algum prejuízo e muita dor de cabeça.


Minha única batida de carro não causou nenhum ferimento, não atropelou ninguém e não deu em perda total (PT), mas talvez entre para o “Guiness Book” (Livro dos Recordes) como um ridículo “menor engavetamento do mundo”. 

Postagens mais visitadas deste blog

Inseto Insípido - Letra: Rafael da Silva Claro (1996) ▪️

Canetada

Operação gambiarra