O choro é obrigatório

 



Thiago Silva sentou e chorou quando o jogo da Copa do Mundo de 2014 entre Brasil e Chile seria decidido nos penaltis; Gilmar Mendes se emocionou com a perseverança de Cristiano Zanin, advogado do Lula; João Doria tentou chorar, em momento comoção pública, com a primeira aplicação da vacina contra a COVID-19; Ciro Gomes se esforçou para derramar algumas lágrimas, demonstrando toda a sua dor pelas vítimas da COVID-19; Lula ficou em prantos na sua “possessão”. Lula, eterno “posseiro” do Brasil, “possuído”, engatou o discursinho vitimista  e blá, blá, blá; e, agora, Marcos do Val,  num momento Joice Hasselmann, se enroscou em seu próprio discurso e... chorou.


Numa época em que o vitimismo é demonstração de virtude, é muito comum vermos fraquejarem em instantes cruciais. O choro não deixa de ser a materialização de que há uma sensibilidade. Beleza! Mas quando se torna evidente que as lágrimas se negam a escorrer, a encenação fica patética. Cai a máscara. É falso. Tudo fica como um teatrinho escolar mal ensaiado.


Os episódios que eu elenquei foram selecionados para exemplificar quando a firmeza diante do desafio seria muito mais bem-vinda que a mera sinalização de sensibilidade ou, muito grave, a pusilanimidade. 


O que se esperava do Thiago Silva, não era sentar na bola e chorar; pelo contrário, seria o zagueiro exibir uma atitude, mesmo que forçada, de vencedor. No entanto, Thiago fez questão de ficar, no campo, onde todos pudessem focalizar sua suposta sensibilidade, ou fraqueza. 


Tudo isto explica bem porque, após uma derrota, os atletas ficam no gramado, fingindo para o mundo que sentem muitíssimo a derrota. Esse fenômeno pode ser exemplificado quando, num exemplo irreal e exagerado, Honduras perde de oito a zero para o Brasil, e os jogadores hondurenhos caem no gramado, esfregando os olhos, como quem deseja enxugá-los, e ficam estarrecidos com a eliminação.


Verdadeira ou falsa, a lágrima vale votos e,  principalmente no exemplo esportivo, isenção de responsabilidade, como quem diz: minha parte eu já fiz, demonstrei sensibilidade e empatia.

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