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Mostrando postagens de julho, 2020

Cultura do Cancelamento

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A cultura do Cancelamento é muito antiga. Parece, mas isso não é novidade, só é mais fácil disseminar e obter maior alcance. Se não é, aqui no Brasil, o caso mais famoso, é um dos mais: Wilson Simonal. O cantor Lobão criou, ou apenas usa, o termo “simonalizar”. Lobão sofreu uma tentativa de cancelamento ou, como ele disse simonalização. Mas, também como ele diz, ele é “insimonalizável”. Cancelamento é sinônimo do neologismo “simonalização. Wilson Simonal foi cancelado, quando esse conceito nem sequer existia. A história dele foi muito bem contada em excelentes livro e documentário. Dono de um talento sem fronteiras, Simonal foi relegado à condição de pária entre os artistas ou apenas não-pessoa. Um artista badalado, foi transformado numa alma penada. Resumindo sua história, ele deu uma “prensa” num contador que o teria “passado pra trás”. Para isso,  contou com os “serviços” de policiais amigos e nada cordiais. Esse foi o estopim para Simonal ser tachado de informante (colaborado

Ema ema ema cada um com seus pobrema

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Ema ema ema cada um com seus pobrema No Brasil, repórteres podem ser brindados com cenas curiosas. Uma delas: o presidente da República correndo atrás de uma ema, oferecendo uma caixa de cloroquina. Sim, a maior ave brasileira ignorou a oferta, deu as costas e saiu andando. Seria ela uma ema não bolsonarista -ou uma ema tucana-, ou por apenas ser mais uma a duvidar dos efeitos positivos de um medicamento sem comprovação cientifica não aquiesceu à insistente recomendação?  As aves do Palácio da Alvorada estão saudáveis, e a covid-19 não é uma gripe aviária. Ainda bem que o pobre animal não devorou o produto, porque, como o nosso presidente não tem freio, tenho receio de como isso acabaria. Talvez CPI, impeachment ou multa do IBAMA por maus-tratos com animais. 1 gota 50 mil cavalos  A pandemia  abriu um novo nicho na guerra de narrativas. Profilaxia e remédios, bem como o vírus, foram politizados: o que era dito, era prontamente desautorizado, ou indicado, de

Debate e deporrada ⭕️

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A CNN Brasil veio para ser quase mais do mesmo, uma GloboNews de grife internacional. A emissora chega para dar abrigo à enorme quantidade de militantes que se formam nas universidades e desembocam em redações enviesadas. As redações são facilmente confundidas com diretórios acadêmicos apinhados de psolistas por todos os lados. E, para piorar, o Jornalismo ensina a “mudar a sociedade” e não a reportar os fatos. No entanto, na CNN, o quadro O Grande Debate vem sendo o grande diferencial e sucesso do canal. O sucesso aconteceu porque o debate é o que ele tem que ser: a exposição e defesa de ideias antagônicas acerca do tema proposto. A novidade é a presença de um debatedor de viés conservador, ou simplesmente de direita. Acomodada ao “papo de comadres”, a imprensa está assombrada com um “estranho no ninho” chamado Caio Coppolla. Cheio de argumentos e sabendo concatenar suas ideias, Caio pega no contrapé esquerdistas mal acostumados a repetir chavões, estatísticas enviesadas e

Corinthians X Palmeiras

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Atenção: o primeiro parágrafo deste texto contém ironia, muita ironia. Corinthians e Palmeiras vão se enfrentar novamente. Em clima de paz e democracia. Não sei se isso é o novo normal (antigo anormal) tão propalado durante a pandemia, ou é a futurologia de boteco “tudo vai ficar bem”. E não é que tudo ficou bem! Antes, os grupos antagonistas iam de encontro; agora, aliados, vão ao encontro. O Derby , que já foi motivo de tensão, tornou-se a festa da democracia. “Vai morrer”, “o pau vai quebrar”, essas ameaças ficaram para trás. Agora, eles contemplam a partida, gentilmente, lado a lado. É, praticamente, a paz mundial. A “lacrolândia”, a imprensa enviesada e a crônica esportiva -que conhece muito bem o intuito e o comportamento das torcidas organizadas- caíram (ou fingiram cair) nessa. Para começar, achar que aquela marcha de facções era realmente “Pela Democracia”, só mesmo quem teve o cérebro liquefeito pelo coronavírus. Houve, também, quem tentou emplacar a narrativa (m

Walter Mercado ⭕️

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A figura andrógina surgia, inconfundível, equilibrando uma pesadíssima capa. Falando um impecável portunhol, ornamentado com vários anéis, a já referida capa, grossa camada de maquiagem e muito laquê, aparecia na televisão, novamente, o astrólogo dos ricos e poderosos. Walter Mercado, o exótico esotérico. Durante os anos 90, num momento de distração, eu era surpreendido, nos intervalos comerciais, com uma repentina e assustadora abertura de leque. Estendendo o seu alcance à ralé esotérica, o guru surge, brilhante, oferecendo seus serviços, supostamente, divinatórios por telefone. Uma mensagem, bela e rasa, de livro de autoajuda de livraria de rodoviária, era emendada pela frase teatral, hipnótica e persuasiva, carregada de sotaque espanhol, “ligue djá”. A indefectível e conativa recomendação, repetida ad nauseam , virou bordão. Essa astrologia de jornalzinho gratuito (dia bom para os negócios) ou de cartaz colado em poste (trago a pessoa amada em três dias) é patifaria de comum

Discurso de ódio

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Semana passada, Bolsonaro contraiu o coronavírus. Deputados, senadores, prefeitos, governadores, chefes de estado, enfim, toda sorte de políticos foi infectada pela covid-19. Mas, no caso de Bolsonaro, as manifestações foram veementes e reveladoras. No “cantinho do ódio” chamado Twitter , houve manifestações do que há de pior na alma humana. O anonimato, a irresponsabilidade e a inconsequência de um tuíte, bem como uma mensagem no grupo de WhatsApp da família ou do trabalho, ficam restritos e são irrelevantes -principalmente, se vier de onde já se espera. Porém, a surpresa foi o veículo (que se diz isento) propagador do mais ríspido discurso de ódio. O jornalista da Folha de São Paulo, Hélio Schwartsman, “cometeu” um texto intitulado “Por que torço para que Bolsonaro morra”.  Editorialista e colunista do jornal de grande circulação, ele mostrou que usa o veículo para expurgar o ódio disfarçado de divergência política. O processo de criação, nesse cara, deve causar algum c

Rock and Roll lullaby 🔵

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Até que eu curtia a Coleção Disquinho. Na verdade, era tudo o que eu conhecia. Já estava me acostumando com a estorinha da Dona Baratinha, quando meu pai saca algo muito mais legal: o LP Sorrisos e Lágrimas. Verdadeiro tesouro escondido de três pirralhos querendo descobrir o mundo, e seis mãozinhas prontas para destruir tudo que se movesse, andasse, arrastasse ou voasse. Esse disco era uma aula de rock’ n’ roll, havendo apenas sorrisos; lágrimas só quando ocorria algum acidente doméstico. Enquanto, nas festinhas, rolava Balão Mágico e seu inocente e bobo  Ursinho Pimpão, eu curtia The Bird’s The Word e Papa-Oom-Mow-Mow (as duas músicas mais divertidas da história), com Rivingtons; Long Tall Sally, com Little Richard; e The Letter, com The Box Tops. Quem nasce ouvindo isso está imune às 10+ (“jabás” de qualquer época). O Sorrisos e Lágrimas já era o suficiente, mas tinha muito mais de onde veio esse. Aos poucos, foram surgindo: dois compactos dos Beatles e um LP de Johnny Rivers.

João Marqueteiro

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Nosso governador se vendeu como um gestor, mas ele é apenas um produto. Envolvido numa embalagem, ele é igual sabão em pó ou extrato de tomate.  Em 2016, foi eleito prefeito de São Paulo, mas não cumpriu o mandato. No primeiro dia, ele se disfarçou de gari. Sim. Doria convocou a imprensa, que madrugou para reportar aquele acontecimento. Acelerando, na campanha para o Governo de São Paulo, 2018, vislumbrando uma iminente derrota, oportunamente grudou no popular Jair Bolsonaro e até adotou o ridículo codinome Bolsodoria. Revelando seu caráter, eleito, descolou de Bolsonaro e começou a detratá-lo.  Aí veio o vírus chinês. Mentira e marketing foram o método. Sempre pensando e ajustando cenário, vestimenta e tom de voz, ele empacotava sua coletiva fúnebre. Inventando um número ou consultando uma numeróloga, Doria arriscou ter salvado 25.000 vidas, depois 65.000! Escolha um número, tanto faz, ele também escolheu, baseado em nada. Vazando, acidentalmente, que o médico infect

Viés de Autoridade

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Eu já fui demitido, com aviso prévio, tudo certinho, quando eu fiz por merecer nada menos que a forca ou a guilhotina. Porém, no currículo, várias pessoas colocam como motivo de demissão: reestruturação da empresa. Lógico que a possível contratação é negada com uma leitura um pouco mais atenta ao papel mentiroso. Provavelmente, muitos lançavam mão desse subterfúgio. O Inglês é um, também muitas vezes falso, “Intermediário” ou “fluente” que poderia ser desmascarado ao pedir um lanche no McDonald’s.  Aquele que seria o novo ministro da Educação (não empossado), Carlos Alberto Decotelli, resolveu dar uma “turbinada” em seu currículo. O upgrade consistiu em: doutorado em Rosário, Argentina, pós-doutorado em universidade alemã e plágio na dissertação do mestrado na FGV. Mas não  é só isso! Demonstrando compulsão, uma ligeira, oportuna e derradeira alteração: ministro da Educação, por que não? Joana D’Arc Félix de Sousa ficou famosa por ter concluído pós-doutorado em Harvard. A