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Mostrando postagens de fevereiro, 2024

O descobrimento do Brasil

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  As tentativas de estragar a festa extrapolaram as raias da razoabilidade, chegando à insanidade. Tentativas: ameaça de intervenção de torcidas organizadas, judicialização das manifestações, um veículo invadindo o Palácio do Alvorada, a espera de uma chuva que viria como um balde d’água fria e a derradeira e tresloucada retenção de um jornalista português. O desespero petista para esconder a ditadura, bem como, evitar a exibição da popularidade oposicionista, só ajudou a hipertrofiar o evento. Algum vilão atrapalhado teve a infeliz ideia de reter o jornalista português, Sérgio Tavares, no aeroporto internacional de São Paulo. Essa tentativa desesperada de “melar” a cobertura internacional se revelou um “tiro no pé”. A repercussão transformou o português num ”popstar”, adiantou e potencializou o objetivo. Pois, o jornalista europeu não poderia armar um roteiro tão perfeito para reportar o que está acontecendo aqui. O que era para passar despercebido tornou-se um incidente diplomático,

🔵 ”Toda vez que a bruxa me assombra, o menino me dá a mão”

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  Um sábado empinando quadrado (pipa) na laje não alterava o ritmo de uma incipiente vida, sendo que a sequência de compromissos era jogar bolinha-de-gude e rodar pião. A realidade: sem documentos, boletos, profissão e leis, somente a lei da gravidade. A impressão de vida eterna fazia laje e chão parecerem iguais, de modo que a altura era praticamente ignorada. Pois, terminado o estoque de maranhões, peixinhos e quadrados no céu ou boiados (pipa com linha cortada), no rodízio de desafios pueris, era chegada a hora da bolinha-de-gude. Eu desejava chegar rápido lá embaixo. Na verdade, o precoce espírito competitivo me obrigava a ser o primeiro. Meus dois amigos propuseram um desafio: “O último a chegar é mulher do padre”. Pronto, a partir da aposta, já não havia amigos, eram concorrentes. Então, vencer era questão de honra e perder significava a humilhação eterna. O jeito mais rápido de vencer os dois metros e meio de altura da laje era pulando numa telha mais baixa e descer os últimos d

Os “passapanistas” e a “lucianohuckzação” do jornalismo

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  As colunas escritas, na tarefa de ajustar o comentário de acordo com a intenção, vêm na fórmula “absurdo + entenda”. Exemplos: O aumento da inflação é bom, entenda; Aumento de impostos é positivo, entenda. A própria imprensa sempre mostrou que o aumento da inflação, bem como, dos impostos é prejudicial, portanto, uma péssima notícia. A solução para transformar isso numa boa noticia é terminar a manchete com o “entenda”. O “entenda” é um subterfúgio semântico e psicológico de conduzi-lo à dúvida. Ou, até com mais arrogância, convencê-lo que se você acha que inflação e imposto são ruins, você precisa entender. Eles têm que explicar. Portanto: entenda. O “duplo twist carpado” retórico e o contorcionismo semântico são esforços “passapanistas” (“passar pano). É tão válido quanto a crítica acompanhada de uma conjunção adversativa: mas, entretanto, porém, contudo etc. O que se quer realmente dizer está após a conjunção adversativa. Exemplo: Eu sou contra a corrupção, mas a Lava Jato está ex

Um maluco solto na África

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  Lula age como alguém que sai falando e cometendo besteiras, só que em dimensão global. A imprensa amiga trata o presidente como uma criança que está em processo de formação, fazendo uma alquimia criativa  que transforma absurdos em gafes, ofensas em deslizes e ódio em equívoco. Frase descuidada, fala indevida, comparação infeliz, exagero e erro; enfim, muitos eufemismos. Entretanto, ele é um senhor com 78 anos de idade. O “maluco solto na África” (o título de comédia dos anos 80 é autoexplicativo) envergonhou o Brasil e, pior, as bobagens antissemitas que falou tornam o nosso país um possível inimigo tipo-exportação. Como disse Benjamin Netanyahu: “Ele deveria ter vergonha de si mesmo”. Parabéns, porque ele disse o que a nossa imprensa “passapanista” não tem coragem de dizer. No entanto, desconfio, até a GloboNews e a Folha de São Paulo não tiveram como edulcorar (“passar um pano”) a viagem do ex-presidiário. Ilusão: a imprensa vendida foi irrigada com dinheiro suficiente para abrir

Um país carnavalizado

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  Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) compôs o ‘Samba do Crioulo Doido’ em 1966. Um dos motivos da composição do “Samba” foi satirizar a obrigatoriedade de exaltar fatos históricos. Os sambas-enredo são, atualmente, satirizados porque tacitamente seguem uma fórmula que tem que conter palavras como: brilho, fantasia, navegou, libertou, apogeu, e outras abstrações que não significam nada. Sendo assim, qualquer biquíni com umas penas grudadas, na cabeça de um carnavalesco, pode representar uma crítica ao poder repressor ou a exaltação ao deus justo que libertou o povo altivo quando o céu resplandeceu e raiou a liberdade que fez vislumbrar um futuro alvissareiro e com galhardia... Pois bem, essa festa pode ser enxergada e noticiada pelos acontecimentos positivos ou negativos, de acordo com os interesses ou a realidade. E com a predominância de fatos altamente negativos, no Carnaval, onde teoricamente tudo é permitido, passa despercebido, sambando e andando: malandro e trabalhador e bandid

Caiu a ficha?

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  Uma notícia mal difundida me induziu ao erro. Ao ver que, nesse Carnaval, haveria a distribuição do celular do ladrão, logo concluí que haviam institucionalizado o roubo e furto do telefone móvel. Lula já falou em “humanizar” o crime e justificou o roubo de celular (“para tomar uma cervejinha”); uma filósofa petista confessou que é a favor do roubo; e Flávio Dino já demonstrou muita iniciativa para implantar uma política de desencarceramento.  Como franquear o telefone, apesar de desastroso, era mais fácil, achei que havia chegado o momento que eu temia: premiar essa categoria do lumpemproletariado com o plano de governo ‘Bolsa Celular’. A “bandidolatria”, num plano de governo oculto, fez com que a ideia do tal celular do ladrão não fosse atribuída a uma realidade fantástica. Entretanto, não era isso. Uma cervejaria resolveu explorar uma mazela do Carnaval e entrou nos blocos fazendo barulho. A estratégia de marketing serviu de crítica enquanto divulgará, involuntariamente, a

Um frango de paletó

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  O jornalista da GloboNews, Valdo Cruz, nos presenteou com um momento “vergonha alheia” que ficará marcado por vários carnavais. Ainda não sei se devo agradecê-lo por me fazer gargalhar ou amaldiçoá-lo por fazer algo tão desprezível. O profissional surgiu no estúdio fantasiado e dançando um frevo. De início, aquilo foi tão horrível que eu custei a acreditar que aquela cena estava acontecendo; mas, logo depois, achei tudo aquilo triste, esteticamente estereotipado, de humor forçado e desnecessário. Valdo Cruz é sem graça — ele já deveria saber disso ou algum amigo deveria ter avisado —, por isso, a, digamos, entrada humorística saiu nada autêntica. A GloboNews vem querendo implantar um bate-papo mais espontâneo, humanizado e  informal. No entanto, o resultado do conjunto é a militância política, as gargalhadas ao noticiar acontecimentos ruins aos adversários (como quem diz “se deu mal”), os esforços edulcorantes de “passar um pano” para o governo federal e a iníqua manipulação a f

O podre do padre

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  O padre José Eduardo de Oliveira e Silva sofreu busca e apreensão pela PF (Polícia Federal). Diferentemente do que possa parecer, a ação não aconteceu para dar legitimidade à operação, chamada “Tempus Veritatis” (latim); a suspeita é que ele faça parte de um suposto núcleo jurídico do “Golpe do Algodão-doce” (8/1). Como um quebra-cabeça da autocracia, essa junção bizarra de provas, que serve de instrumento para comporem algo que justifique a narrativa do golpe e dos terroristas, está permitindo buscas e apreensões arbitrárias.  A temporada de pesca probatória (fishing expedition) está aberta, mas a “bala de prata” ainda não foi achada. Por enquanto, só foram “pescados”: titias, titios, vovós e vovôs com bíblias, vendedores ambulantes, gente à procura de um prato de comida e um padre. Dizem, mas não há confirmação, crianças e animais de estimação também. Fora alguns “terroristas”, que apresentavam um potencial para destruir uma vidraça, os mais dispostos a ameaçar o estado democrático

🔵 O doutrinador

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  O ditado foi interrompido para mais um vendedor apresentar seu fantástico produto na sala de aula. Já sabia que meus pais ignorariam lousinhas mágicas, livros para colorir e demais bugigangas educativas. Meus argumentos seriam as facilidades de pagamento; porém, meus pais achariam aquilo caro e saberiam que aquele meu “coração de estudante” era falso, portanto, arrefeceria antes do pôr do sol. Entretanto, agora era diferente. O sujeito que entrou na sala era figurinha conhecida na escola.  Sempre sorridente, ele distribuiu um panfleto: Fundação do Partido Verde. Faz tempo, descobri que a causa ambientalista era só um chamariz para atrair e capturar “almas e corações” juvenis para o sempre anacrônico marxismo. Sem saber, eu estava diante do “diabo” querendo “comprar” algumas almas, representando um “partido melancia” (verde por fora, vermelho por dentro). No final, confiante na cooptação e contente, ele disse: “Depois eu pago uma paçoquinha”. A fala, perigosamente infantilizada, me re

O humor mal-humorado

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  A bola estava quicando na cara do gol. Bolsonaro foi lá e chutou. Eu usei esta ridícula e previsível metáfora futebolística para lembrar da risível acusação de “importunar uma baleia”. Esperto, Bolsonaro inverteu a situação, transformando o que seria um depoimento à PF (Polícia Federal) de São Sebastião, cidade litorânea de São Paulo. O evento bolsonarista lotou e, o principal motivo deste texto, contou com a presença de uma baleia inflável. Bolsonaro fez de um limão uma limonada. Mas quem levou a baleinha no evento, tenho certeza, causou risos e gargalhadas em quem viu a cena. Com essa simples e infalível brincadeira, o zombeteiro fez o que humoristas perderam a oportunidade de fazer: esfregar na cara das autoridades o quanto é ridículo “o caso da baleia importunada”. De outro lado, quando o Lula perambula pelos palanques, parece um “stand-up comedy” do demônio. Há uma alteração total: assume uma postura arqueada, sua expressão fica franzida, o rosto avermelhado, a voz gutural e o c

Diga aonde você vai, que eu vou varrendo — 2

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  “Passar o pano” é uma gíria que significa irrelevar, abrandar, usar eufemismos ou, usando outra gíria, “pegar leve”. É isso o que a “GloboNews’ faz: ela passa o pano para o Lula. Não pode ser só a derrama de dinheiro, é possível que haja uma “receita secreta”, um “segredo industrial” para arrebatar tantos jornalistas ao caminho da servidão para atraí-los ao suicídio profissional voluntário. As diretrizes do PT (Partido dos Trabalhadores) já não param naquele militante mais exaltado e inepto, alcançam as redações e invadem mentes e corações de telespectadores mais, digamos, distraídos. Tem sido assim com o que outrora era facilmente identificado como absurdo. Foi o que aconteceu quando Lula esteve na fábrica da ‘Volkswagen’. Sentindo-se à vontade, com uma plateia amestrada, Lula barbarizou uma garota. Não penso que ele cometeu um crime; inconveniente, o barbudo só foi grosseiro. Os mesmos jornalistas, que execravam Bolsonaro por comportamentos menos preconceituosos que este,

Agora vai

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  O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), encontrou a alternativa mais eficiente para ocultar o desastre que é a segurança pública em seu estado: proibir a pistola d’água. Antes que pensem que isso é loucura ou, o mais provável, uma tremenda “cortina de fumaça”, foi informado que a atitude é para combater a misoginia e o machismo. Ufa! Quem for curtir o Carnaval baiano pode ficar mais tranquilo quanto a voltar gripado, embora não seja assegurada a vida ou a integridade física. Na minha infância, eu ganhei um revólver a espoleta. Atualmente, devido à perfeição da réplica, eu seria neutralizado como portador de um simulacro de arma de fogo ou um assaltante de banco. Nos anos 80, tenho certeza, a pistolinha d’água seria considerada mais perigosa que o revólver com um pente cheio de pólvora, pois sempre teve o potencial de abrir as portas para o vírus da gripe. O que até os anos 90 eram brinquedos, hoje, são levados a sério, encarados como solução para encobrir a incompetência de p

Tarcísio, volta pro PT

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  A comemoração dos 132 anos do Porto de Santos contou com a presença do presidente Lula e do governador de São Paulo Tarcísio Gomes de Freitas. Lula veio marcar território no estado de São Paulo com o slogan populista e estatista “O Porto de Santos é do Brasil”. É claro, ele tinha a vontade de dizer “O Porto de Santos e do PT”, que já é a maneira como o partido se apropriou e administra esse porto. Enquanto o presidente discursava, algum petista gritou: “Tarcísio, volta pro PT”. Pronto! É assim que se elimina um possível fortíssimo candidato a presidente da República da oposição. Facada envolve imprensa, advogados, polícia e custa muito caro. Além disso, o tiro (facada) pode sair pela culatra e eleger um genocida, um nazista, sei lá, um importunador de baleias.  Voltando para a cerimônia de destruição do apoio ao Tarcísio. Lula riu. Tarcísio deu um riso envergonhado, O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, gargalhou. Eu achei graça, mas logo saquei o que estava acontecen

Leve-me ao seu líder

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  Carlos Jordy é o líder da oposição na Câmara Federal. Acharam uma mensagem no seu celular chamando-o de “meu líder”. Pronto. A “fishing expedition” (pesca probatória) rendeu frutos, encontrou o “crime” que tanto procurava. Essa estratégia inverte a lógica jurídica, ou seja, escolheu alguém para atribuir algum crime. Seguindo essa lógica, qualquer baiano que saúda com um simpático “meu rei” corre o risco de ser algemado, no mínimo, levanta suspeitas. Ora, o cumprimento nunca deu direito a um trono nem coroa a ninguém, muito menos cedeu poderes vitalícios ou garantiu o direito à sucessão hereditária. Simplesmente, a saudação baiana é um jeito calmo de trocar uma fita do Senhor do Bonfim, uma fotografia com uma típica baiana ou qualquer suvenir soteropolitano. Enfim, não é um “beija-mão” entre súdito e soberano. É bom os garçons começarem a moderar o vocabulário. Na música ‘Saideira’, o grupo ‘Skank’ cita alguns vocativos usados por garçons ao atender os “cervejólatras”: comandante, ami