Discurso de ódio


Semana passada, Bolsonaro contraiu o coronavírus. Deputados, senadores, prefeitos, governadores, chefes de estado, enfim, toda sorte de políticos foi infectada pela covid-19. Mas, no caso de Bolsonaro, as manifestações foram veementes e reveladoras.

No “cantinho do ódio” chamado Twitter, houve manifestações do que há de pior na alma humana. O anonimato, a irresponsabilidade e a inconsequência de um tuíte, bem como uma mensagem no grupo de WhatsApp da família ou do trabalho, ficam restritos e são irrelevantes -principalmente, se vier de onde já se espera. Porém, a surpresa foi o veículo (que se diz isento) propagador do mais ríspido discurso de ódio.

O jornalista da Folha de São Paulo, Hélio Schwartsman, “cometeu” um texto intitulado “Por que torço para que Bolsonaro morra”.  Editorialista e colunista do jornal de grande circulação, ele mostrou que usa o veículo para expurgar o ódio disfarçado de divergência política. O processo de criação, nesse cara, deve causar algum curto-circuito, sendo tão raro o surgimento de uma boa ideia. Portanto, quando brota alguma coisa como esse execrável lixo, não é descartado porque não surgirá nada melhor.

Ele até tentou justificar o texto, mostrando que, como Maquiavel, para ele, “os fins justificam os meios”. Como o jornalista da Folha, também acreditavam evitar um mal maior Hitler, Stalin e Mao. Guardadas as devidas proporções, que bom que esse sujeito não tem nenhum poder. Se os imbecis não ascendessem, Mein Kampf seria apenas um livro.



Domingo, 5, GP da Áustria de fórmula 1 (F1), um certo protesto antirracismo dividiu os pilotos. Uma turma, bovinamente e não querendo parecer racista, anuiu e cumpriu o que os cinegrafistas esperavam captar e a “beautifull people” esperava ocorrer, ajoelhou-se; a dissidência, corretamente, não se curvou. Creio que não por ser racista, ninguém quer esse “carimbo” estigmatizaste. Provavelmente, essa difícil atitude (ao contrário da outra) foi uma não aquiescência com um comportamento de manada, que corrobora com uma agenda eleitoral norte-americana (Black lives matter) e resultou em roubos, tumultos, linchamentos etc. A atividade eficaz contra o racismo é não sendo racista. A atitude de se ajoelhar tem o mesmo efeito que se filmar despejando um balde d’água gelada na cabeça, a pretexto de combater a esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Um fenômeno muito atual é o manifestante de rede social. Essa criatura, na tentativa de monopolizar qualquer virtude que esteja na moda, acaba errando a mão e exagerando. Isso gera situações constrangedoras, como quando disseram “eu amo quem matou Hitler” Além do episódio revelar um desconhecimento de História, dá uma certa vergonha alheia. O afã de “lacrar” a qualquer custo dá nisso.


Conclusão: todas as vidas importam.

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