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Mostrando postagens de março, 2024

O Forrest Gump brasileiro

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  O instinto de sobrevivência e a modéstia me mantiveram escondido esses anos todos, entretanto, sinto que chegou o momento de compartilhar minha acidental existência. Fui o personagem de alguns retratos que eternizaram momentos cruciais, seja para o Brasil, seja para o mundo. Muito embora, frutos do acaso. No Brasil, falei que lutei pela democracia, correndo da Polícia e do Exército, enfrentando cavalos. No entanto,, levei a pior, escorregando em bolinhas-de-gude. Os policiais correram para me ajudar. Contudo, o disparo fotográfico me foi generoso, portanto, mantenho a narrativa que lutei contra a Ditadura. Perseguindo, com tenacidade, o objetivo democrático, fui surpreendido por um clique dedo-duro. Desta vez, pixando um muro. Eu estava escrevendo “Abaixo a ditadura do proletariado”, mas fui interrompido. A frase, que inclusive virou enredo de escola de samba, saiu na emergência da atitude. A fotografia ficou histórica, mas meus pais nunca gostaram dela. A Copa do Mundo de 82 me prop

“A Amazônia é o jardim do quintal”

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  Lula acumula números negativos; Macron enfrenta uma Revolução Francesa por semana. Lula, como solução, selecionou uma verba espetacular para uma propaganda bem petista. Macron municiou-se de repelente e veio até a “Terra da Dengue”, nos “Jardins Suspensos da Amazônia” passar uns dias de “Lua de Mel” com o barbudo. Um punhado de índios da ONU, e defensores das minorias lulistas enfeitavam a reunião. Vendo-se impossibilitado de controlar os agricultores franceses, Emmanuel Macron pisou nesta terra “abençoada por Deus e bonita por natureza”. O Francês saiu à francesa e trouxe debaixo do braço propostas draconianas. Lula, como de costume, logicamente, obedecerá.  Nesses momentos, eu realmente gostaria que o “presidengue” usasse todo o seu maquiavelismo. Mas não, ele infelizmente faz tudo o que o francês quer. Ruim para os brasileiros, bom para os franceses. Atingindo plenamente seus objetivos, o europeu até aceitou com alegria o cenário de povos originários e uma encantadora, pirila

Quem procura, acha

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  Natuza Nery e Janja percorreram alguns cômodos do Palácio da Alvorada. Numa estética que remetia imediatamente à revista Caras ou a um programa que visita as casas dos ricos e famosos, ambas examinaram as avarias no imóvel e o sumiço dos móveis supostamente usados pela família presidencial anterior. A repórter da GloboNews abandonou as técnicas jornalísticas e bancou uma bajuladora colunista social. Demonstrando indignação, a repórter seguiu o roteiro de Janja. A moça tem método, não à toa ela é esposa do Lula e petista. Michelle Bolsonaro avisou onde a mobília deveria estar. Mas os comparsas já haviam tramado tudo, e a nova mobília teria que ser comprada sem licitação. Não um estofado em 12X na Marabraz; não um lindo guarda-roupa de 8 portas no crediário das Casas Bahia; não um conjunto de mesa e 4 cadeiras no cartão Gazin, mas móveis finos com caríssimas e renomadas assinaturas. Ao ver a descrição de uma poltrona eletrônica, parecia a exibição das vantagens de se adquirir por telef

🔵 Telespectador na linha

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    Tinha a impressão que apenas eu estava assistindo àquele programa do canal guarulhense. A atração realmente era muito fraquinha: as apresentadoras eram esforçadas; o cenário, amador; os convidados, risíveis; e as atrações musicais, constrangedoras. Apesar de ser um picareta histórico, o convidado falava sobre um tema pertinente aos guarulhenses, como eu. Depois de uma longa deliberação individual, resolvi ligar e fazer a minha pergunta. Como foi a primeira vez que interagi com um programa ao vivo, achei aquilo curioso e divertido. Fiz uma pergunta besta qualquer e, talvez demonstrando não ir com a cara do entrevistado, debati ao telefone. Depois de terminado o “combate”, elogiei as apresentadoras e terminei a desastrosa participação. Ainda foi “cometida” uma atração musical de gosto duvidoso. Parece que tentando garantir aquele recorde de público, as apresentadoras prometeram que no final do show haveria o sorteio do novo CD do grupo. Após um solilóquio interno, aceitei suportar o

Eles estão entre nós

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  Outro dia, vi algumas entrevistas. De modo “artesanal”, a repórter conservadora saiu em campo, com a liberdade e isenção típicas de quem não carrega uma pauta amarrada a verbas públicas e patrocínios estatais. Pois bem, a entrevistadora caçou algumas pessoas num local estratégico: debaixo do MASP (avenida Paulista). Os jovens faziam parte, claramente, da “linha de produção” da doutrinação escolar. Dentre os transeuntes interpelados, uma garota me chamou a atenção. Visivelmente uma garota “do bem”, portanto, num processo ainda em andamento de lavagem cerebral; ela, a cada resposta, demonstrava uma ansiedade típica de quem tenta lembrar a resposta decorada para a prova de Geografia. Olhando para o alto e agitado as mãos, ela expunha suas diretrizes sobre drogas, violência e aborto. Seu discurso era eivado de lugares-comuns, donde se conclui que ela era cheia de opinião que não era dela.  Por ser uma menina legal, tomara que ela só esteja exercitando para responder o que os professores

🔵 Só se vive uma vez

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  Num bar na Vila Madalena, fomos “intimados” a ir numa festa itinerante dos anos 80 no Centro de São Paulo. Por que não? Estávamos no século XXI e eu sabia da “furada” que eram essas tentativas frustradas de reproduzir ou reviver décadas passadas. Geralmente é uma galerinha que não tem a mínima ideia do que foi aquele período.  De 20 em 20 anos rola uma nostalgia de tempos não vividos ou, pior, uma caricaturização na tentativa de reproduzir, portanto, simplificar, uma época. Esse fenômeno aconteceu muito com os 50’s, 60’s e 70’s. O resultado sempre foi, lógico: um punhado de rockers com gel no cabelo, hippies de butique (criados na 25 de Março) e clubbers de brechó. Fomos conferir aquela “modinha retrô”. Conclusão, a “festa estranha com gente esquisita” parecia o que eu temia: uma festinha de criança, com adultos extremamente infantilizados, Festa animada com músicas do ‘Balão Mágico’, ‘Trem da Alegria’, ‘Xuxa’, ‘Mara Maravilha’, ‘Sérgio Mallandro’ e grande elenco. Com a impossibilida

O sindicalista e o capitão

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  Foi engraçado ver uma molecada recepcionando Bolsonaro nos aeroportos. Sob as palavras de ordem “1,2,3... 4, 5, 1000, queremos Bolsonaro presidente do Brasil”, eu tinha certeza, estavam tirando um barato para postar no ‘Facebook’. Afinal, o “Capitão” era “vendido” como um truculento filhote da Ditadura segurando uma granada sem pino.  Pois, aquele militar folclórico, mais caricato do que temido, que frequentava o programa “trash” ‘Superpop’ e era praticamente um humorista do CQC se tornou super popular, reunindo multidões. Embora tentem grudar a imagem de um terrorista pronto para destruir a democracia com um golpe, o povo já entendeu que é justamente o contrário (os golpistas são os que acusam) e lota o caminho do ex-presidente. O Lula, contrariando as expectativas, não exibe a leveza de um presidente recém-eleito. Pessoalmente, ele não possui a existência plena e bem resolvida de um senhor de 78 anos bem vividos, recém-casado e cheio de filhos e netos. Diferente do que seria óbvio,

🔵 Uma noite em Las Vegas

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  Era a primeira vez que eu veria aquele cover. Geralmente, os imitadores do músico falecido se caracterizavam com perfeição e arrastavam uma procissão de fãs. Fãs do próprio imitador. Pela idade, a plateia, assim como eu, era composta por jovens que nasceram quando o cantor já havia morrido. Exercendo a minha enganosa autoridade musical, eu julgava o que veríamos, uma atração para pessoas de meia-idade ou mais, portanto, incompatível com minha juventude anárquica. Meus pais assistiam àquelas apresentações do cantor original com um entusiasmo saudosista. Enquanto eu via um cara inchado, transpirando muito, se arrastando pelos palcos, se apresentando num “resort” para uma audiência mais madura e milionária. Uma coisa meio “especial de fim de ano do Roberto Carlos”, “cruzeiro marítimo no navio do Julio Iglesias” e “excursão da terceira idade nas Cataratas do Iguaçu”. Aquele senhor não parecia o mesmo carinha elétrico que, segurando um violão, cantava rock para uma plateia repleta de adol

Euforia e exaustão

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  Essas musiquinhas institucionais quase nunca geram emoção ou despertam algum engajamento. Porque logo trazem a desconfiança de que escondem uma iniciativa partidária. A picaretagem é facilmente desmascarada com uma conferida no elenco e uma análise da letra, das técnicas de filmagem e das performances. Isso mudou com ‘We are the world’, música do projeto ‘USA for Africa’, composta por Lionel Richie e Michael Jackson, que foi gravada em janeiro de 1985, portanto, completou 39 anos. Eu assisti ao documentário ‘A noite que mudou o pop’. O diretor não teve muito trabalho, além de escolher momentos imperdíveis da grande noite. O maior desafio foi reunir Michael Jackson, Lionel Richie, Ray Charles, Stevie Wonder, Diana Ross, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Cyndi Lauper e outras estrelas (total de 45) no mesmo estúdio. Além das agendas, a cerimônia do American Music Awards, no mesmo dia, tornava tudo mais difícil. Quincy Jones escreveu o bilhete “Deixem seus egos na porta”. Se os artistas ler

Chuchu beleza

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  Joaquim Teixeira é o tiozão da internet. Ele sabe disso. Convicto desta condição, ele age como tal: com piadas de tiozão. Pela autenticidade das suas observações, esse personagem faz a molecada gargalhar. Diferentemente do Geraldo Alckmin, que é o tiozão querendo ser jovenzinho. O vice-presidente foi apelidado de “picolé de chuchu” por ser sem graça (insosso). Pois, esse senhor, tentando disfarçar a nulidade do seu cargo e engajar um novo lote de eleitores, começou a publicar “posts” nos quais flerta com a cultura “nerd”. Porém, as postagens são tão constrangedoras que lembram memes para zoá-lo ou um site sendo barbarizado por um hacker malvadão. Quando eu tinha uns 31 anos de idade, arrisquei ir a uma casa noturna onde tocava “indie rock”. Cercado por uma galerinha esperta e sem boletos para honrar, saquei que aquele ambiente não era mais pra mim. Fugi de lá antes que abrisse um clarão na pista para eu me sentir um dançarino de “twist” ou alguma menina com 18 anos me chamasse de tio

Mascote politicamente incorreto

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  O Saci, mascote do Internacional de Porto Alegre, foi denunciado. Supostamente, o Saci-pererê alegrão assediou  sexualmente uma mulher. Na verdade, a agressão ganhou um eufemismo para chamar de seu: importunação sexual. A fantástica lenda folclórica já sofre discriminação por ser afrodescendente, tabagista e portador de necessidades especiais. Com essa atitude, o sacizinho macho tóxico será atirado na vala comum dos cancelados. Sem dúvida, os jornalistas vão tentar desqualificá-lo. No velho ataque “ad hominen”, o nosso amiguinho colorado logo deve ser tachado de bolsonarista, nazista, fascista, misógino, de extrema-direita e capitão do mato. Esses personagenzinhos pareciam inofensivos quando alegravam o dia a dia infantil vendendo algodão-doce e empurrando carrinhos de sorvete de Santos à Praia Grande. No entanto, atrás de Bananas de Pijama amarrotados, Patos Donald encardidos, Cebolinhas com caxumba, e Piu-pius com encefalite se escondiam potenciais predadores sexuais.  Debaixo dum

Apenas um instante no universo

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  A Amazônia continua torrando, entretanto, a ativista ambiental não está a caminho do Brasil. Algo continua me dizendo que a menina estava sendo usada como instrumento político. Como as eleições norte-americanas e brasileiras funcionaram de acordo com a agenda, não precisaram acionar a garota. Mas a ameaça Trump pode voltar, quem sabe surja um novo bibelô para encantar um mundo sedento por heróis. A idade precisa ser pouca, não só para causar um encantamento materno e paterno, mas também para surgir equipada com uma inimputabilidade para desafiar Trump e outros grandes líderes mundiais com a pergunta: “How dare you?” (Como vocês ousam?). Javier Milei não representa ameaça suficiente para desencadear o deslocamento do aparato disfarçado de preocupação ecológica. Mesmo que confessadamente política, a movimentação pode causar um desembarque, geograficamente enganoso, no Rio de Janeiro. A defesa da natureza é uma “Cortina de Fumaça” para esconder interesses que a própria Greta nem sequer

“Um museu de grandes novidades”

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  Os aplicativos apontavam uma direção para o Brasil, um país empreendedor, que tinha tudo para despejar, no mercado de trabalho, jovens ansiosos a começar a trabalhar na sua própria empresa. Nessa época, “start-up” caiu na boca do povo, de modo que o anglicismo praticamente foi incorporado ao Tupi-guarani. As palavras empreendimento, empreendedor e empreendedorismo gastaram tanto que pareciam papo de “coach” e pegava super mal repetir um termo (e suas variações) que havia virado modinha e podia ser sinal de alerta de que era golpe. Nas faculdades, bastava juntar um grupinho de uns 5 geniozinhos ou uma turminha com uma boa ideia, muita iniciativa e com energia suficiente para botar a mão na massa, para uma empresa surgir ou uma ótima ideia ser financiada ou vendida por milhões. Alguns aplicativos deram certo e giraram a economia durante a pandemia. Enquanto o mundo foi convencido a não sair de casa, “motoboys” traziam comida na porta. Quando alguém precisava ir do outro lado da cidade,

O mundo de Nárnia

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  O brasileiro começou a prestar muita atenção no que acontece dentro do STF (Supremo Tribunal Federal). Os ministros não se prepararam para isso. O povo ficou assustado com o que viu. Eles estão com saudades de um Brasil semi-analfabeto, quando nosso orgulho era o reconhecimento como: “Pátria de chuteiras” ou “O país do futebol”. Meu conhecimento histórico impede de confirmar que essa composição é o pior STF. Realmente, é difícil acreditar, mas pode ter havido pior. Sendo que para vários cargos públicos existe um certame concorrido (concurso público), era esperado que a última instância da Justiça fosse composta pelos melhores juízes. Mas não é assim. Sabemos que a sabatina no Senado é um teatro, portanto, na prática, a única exigência para compor a Corte é ter cursado Direito. Mas não é só isso. Um único ministro, avaliando o grau de de complexidade cultural do brasileiro mediano ou gastando o máximo das suas referências, citou: uma partida de futebol entre Corinthians-SP e Internaci

A pior propaganda do mundo

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  A rede de lanchonetes Burger King “cometeu” a propaganda dos sonhos para seu maior concorrente, McDonad’s. O BK exibiu uma, err... bem... ãnn... peça publicitária na qual um ator pornográfico, conhecido como Kid Bengala, vá lá, estrelou. A...  ideia doentia foi associar a quantidade de... argh... carne do lanche com os atributos do tal Kid Bengala. É difícil acreditar, mas a... ideia... foi apresentada pela equipe de marketing e aprovada pela diretoria da empresa. Logicamente, o comercial foi recolhido, mas o estrago já havia sido feito. A maneira da marca (diretoria) se abster de responsabilidade, bem como, vitimizar-se, foi culpando a péssima aceitação do comercial pelos conservadores, mas o principal motivo é que a ideia foi péssima. Não se engane, a reprodução da marca, mesmo que involuntária, não é positiva. A automática recordação do ator pornô mantém os clientes menos depravados afastados do restaurante. A automática associação ao trabalho desse senhor torna a simples proc