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Mostrando postagens de agosto, 2023

E o cavalo ficou doido — Cavalo de Troia

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  Tudo muito calmo na escola Luiz Carlos Prestes. Porém, uma apresentação da Companhia de Dança Suave perverteria aquele dia educacional, e provavelmente traumatizará a turminha que foi obrigada a assistir ao número do ‘Cavalo Tarado’. Provavelmente, a exposição ao Português errado condenará a turminha ao subemprego e o que foi presenciado, a um trauma incurável. Quem viu o que rolou no pátio da escolinha não será mais o mesmo. Com o título “Olha os cavalo no cio”, o ator (ou atriz) precisou interpretar o equino animadão com espantosa e assombrosa verossimilhança, pois foi pago para isso. Pois bem, quando o animal foi solto e fez jus ao tema do, sei lá, quadro, o intérprete atendeu às expectativas dos menos inocentes e deixou boquiabertos quem nunca tinha visto nada mais malicioso que o ‘Bob Esponja’. Testemunhar a performance de um cavalo ensandecido, acompanhado de três, digamos, bailarinos, uma..., impossível descrever, atuação bizarra ao som de um funk (carioca) proibidão, gar

Quintus do inferno

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  A série se chama ‘The Chosen - Os Escolhidos’. O filme retrata como Jesus escolheu alguns dos seus apóstolos. A produção é tão boa que também é recomendada para quem não crê no Cristianismo. Entretanto, além dos apóstolos, bem escolhido foi o vilão Quintus. Quintus, interpretado pelo ator Brandon Potter, era um magistrado romano  em Cafarnaum e o pretor da Galileia. Contrariando a lógica jurídica, sempre procurando a vingança em vez da justiça, bastava ele decidir quem seria preso, para, depois, reunir provas. Ah, os cristãos, perseguidos por rezar, afinal, Quintus queria que fosse feita a vontade dele. A caracterização do magistrado vilão Quintus, respeitou a composição de um mal-feitor, portanto é um arquétipo. A cara de mau, a falta de empatia e a capacidade de rir quando inventava uma dosimetria cruel, revelam um prazer sádico, típico de tiranos de desenho animado ou qualquer filme de ficção de super-herói.  O ator Brandon Potter “passeia” pelo vasto campo interpretativo d

🔵 Pescando na memória

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  Inocentemente, eu sabia aonde fui convidado para ir: Laticínios Sardinha. Não, o substantivo não é comum, portanto não se refere ao peixe; o substantivo é próprio, portanto se refere ao sobrenome do proprietário do mercadinho de frios. A porta rolante de ferro escondia embutidos e frios que temperavam o ambiente. Os produtos pendurados, dependendo do ponto de vista, enfeitavam o armazém. A mistura de cheiros e a disposição dos produtos faziam cada fatia de mortadela, salame, presunto e muçarela parecerem mais saborosas. Bem como, as azeitonas que boiavam numa solução de forte cheiro. Tudo isso dava um odor característico ao armazém Sardinha. Só o cheiro, parecia garantir uma dose satisfatória de sódio. Eu largava tudo o que estava fazendo, pensando em “saquear” o estabelecimento. Aquele lugar, numa esquina da rua Treze de Maio, representava a real possibilidade de eu parar num hospital com overdose de sódio. “Mal intencionado”, eu deixava a minha mãe e ía assaltar os tambores

🔵 Só sei que nada sei

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  Ganhei dois livros: Sócrates e Santo Agostinho. Os brindes, adquiridos numa assinatura de jornal, mesmo não lidos, poderiam abrilhantar minha incipiente e pouco admirável coleção. Acreditei que somente exibindo os títulos, eu herdaria todos os benefícios por ostentá-los. Não sei se por ingenuidade, descrença na inteligência humana ou preguiça, acreditei que, sem a leitura, apenas expondo, causaria uma boa impressão: filósofo e teólogo. Pronto. No Orkut, não precisaria citar Clarice Lispector e Fernando Pessoa; por um atalho literário, ou trapaça, eu estava num patamar superior, arrogantemente reservado aos intelectuais. Na verdade, eu contribuía para que o Paulo Coelho continuasse sendo um dos escritores mais lidos do mundo e lia biografias rasteiras e eivadas de fofocas sensacionalistas, dignas de pautar um telebarraco vespertino. Entretanto, eu estava colhendo os benefícios de enfeitar a minha estante, por isso, aquela farsa nunca poderia ser descoberta. Portanto, enquanto esp

🔵 Seu Daniel na cova dos leões

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  A rua Barão de Itapetininga era o “Lollapalooza” dos desempregados. Desempregados que distribuíam “xerox” de currículos mal redigidos, coalhados de eufemismos para turbinar os cargos pregressos e tergiversações para atenuar as demissões, bem como platitudes e cursos mal cumpridos De prédio em prédio, pelas agências escondidas em salinhas com uma mesa e um telefone, eu desanimei ao encontrar uma recepcionista lixando as unhas, equilibrando o telefone entre a orelha e o ombro e trocando confidências sobre a balada. Acredito que meu currículo virou rascunho. Procurando trabalho, precisando de alguns reais, fui parar na Secretaria do Curso de Direito da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), recomendado por uma agência de empregos. Embora recém-contratado, cheguei com a responsabilidade de substituir um funcionário ladrão. Na primeira noite de trabalho na Secretaria de Direito, conheci o “Senhor Daniel”, que seria meu colega de setor. Meu ímpeto jovem contrastaria o ritmo mais le

O petróleo é nosso

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  Uma piada antiga diz que se o socialismo governasse o deserto do Saara, em pouco tempo faltaria areia. Contudo, o que era piada, virou profecia. A Venezuela possui a maior reserva de petróleo do mundo e o combustível era baratíssimo, no entanto, no país de Nicolás Maduro, falta combustível. Maduro, não satisfeito, tabelou o preço do produto. Conclusão: deve ser mais fácil achar um poço de petróleo no meu quintal do que abastecer um carro naquele país. Nicolás Maduro logra êxito continuando o que Hugo Chávez começou: instalar o regime socialista. Como em todos os lugares onde o regime vigorou, o resultado foi pobreza e mortes. Os adeptos do nefasto regime insistem que nunca existiu socialismo ou comunismo de verdade, querendo convencer que a experiência utópica funcionará no Brasil. A petrolífera venezuelana é a gigante estatal PDVSA (Petróleos De Venezuela SA). A desastrosa política de controle de preços do país sul-americano já deu errado aqui (na época, faltou carne). Mas, a b

TVPTATVQVVC

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  O PT (Partido dos Trabalhadores) teve a coragem de anunciar, com pompa e circunstância, que vai iniciar suas transmissões através de uma televisão aberta! Isso é comparável a eu anunciar, entusiasmado, que vou abrir uma banca de jornal, uma escola de datilografia ou uma videolocadora ou comprar um videocassete. Esse partido já conta com uma assessoria de imprensa informal, mediante o cala-a-boca financeiro. Sendo mais claro, os grandes veículos tradicionais de comunicação se veem “desencorajados” a   criticar seus financiadores. No entanto, justamente quando, por exemplo, a televisão Globo, com sua expertise e o que há de melhor em material técnico e humano, passa por dificuldades e provavelmente terá que se reinventar, o PT surge com sua “novidade”. A ideia tola do PT só revela um anacronismo de quem deseja colocar em prática aquele velho sonho utópico que Fidel Castro implantou em Cuba 64 anos atrás. Embora inócuo, o canal do partido petista significa um sinal preocupante do a

🔵 Serra ou morro

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  Aquelas ruas de terra eram estranhas, mas logo vi que estávamos indo pro morro. A subida constante desvendou a charada. Meu pai, meu irmão e eu faríamos um passeio que hoje eu entendo como uma relativa diferença social e um movimento habitacional. Lá embaixo, onde morávamos, apesar das casas simples, típicas da periferia guarulhense, tinha certo “status” de bairro “bom”. Engano. A fama se dava pelas ruas que os ônibus passavam, como se fossem ônibus turísticos. Lá no morro, aonde estávamos indo, mesmo com algumas casas de alvenaria, era povoado por barracos, alguns em encostas, desafiando a engenharia civil e a gravidade, pondo à prova suas fundações a cada chuva mais forte. Chegando no alto da Serra da Cantareira, parte da Mata Atlântica foi devastada para abrigar gente com muita coragem e pouco dinheiro. Os barracos e a ausência de saneamento básico contrastavam com a vista do meu bairro, que, lá de baixo e longe, parecia melhor em todos os quesitos. Conferindo o abismo reve

Sem-terra de boutique

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  Imagem é tudo; Mais vale uma imagem do que mil palavras. Dois pacotes de doutrinação escolar, três colheres de analfabetismo funcional e duas xícaras das nossas frases iniciais são suficientes na receita da “zumbilândia”que viraram as redações, bem  como outras áreas. Quando o excesso de zelo, o analfabetismo funcional e a desonestidade intelectual entram em conjunção o jornalista sofre um eclipse cognitivo, daí surgem manchetes absurdas como: “Suspeito é preso após roubar motocicleta em Nova Iguaçu” (O Dia). O termo ‘suspeito’ é empregado como garantia da presunção de inocência. No entanto, pode gerar oxímoros (como  no exemplo) imperdoáveis que se transformam em pérolas instantâneas como exemplo do mau Jornalismo. A filósofa de boteco, Marcia Tiburi, quando sofreu um curto-circuito criativo, disse: Existe uma lógica no assalto. O, por assim dizer, pensamento da petista é eivado de platitudes, lugares-comuns e rótulos (exaltadores e depreciativos) para descrever o mundinho que

Descriminalização da criminalidade

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  A gritaria veio de várias partes. A dura resposta da Polícia Militar de São Paulo contou com o apoio da população do Guarujá, que é quem mais sofre com o aumento da criminalidade; por outro lado, houve protestos de jornalistas e choveram manchetes como: “O crime organizado reduz a criminalidade”, (FGV - Fundação Getúlio Vargas).   São criativos e, concomitantemente, piegas quando criam a expressão: populismo punitivo. A expressão parece-me uma solução meio envergonhada de defender o lado errado da guerra. Mas o tal “populismo punitivo”, que parece tese de especialista da USP, vai ser replicado por “especialistas em segurança pública” de gabinete. O pior é quando personagens do governo defendem bandidos ao invés de defenderem a Polícia. Foram os casos do ministro da Justiça e Segurança Pública e o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Flávio Dino e Silvio Almeida, respectivamente. O ministro de sobrenome jurássico, que entrou e saiu tranquilamente de uma favela controlada pel

Não vai ter golpe

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O vendedor de algodão-doce ilustra que esse “golpe de estado” à brasileira recrutou crianças, além de idosos, doentes e bichinhos de estimação. Na verdade, somente os cães aceitaram o confinamento junto aos donos; os gatos desertaram já no acampamento do quartel. Com minha sagacidade, posso presumir, se houvesse logística, o “golpe” contaria com o auxílio luxuoso da trilha sonora da execução de Richard Wagner num piano de cauda por um pianista trajando fraque. Para compor melhor esse cenário lúdico, o ambiente seria ilustrado por palhaços, macaquinhos serelepes, balões de ar e bandeirinhas. Tá, não seria nada convincente, portanto não corroboraria com a falácia do “golpe”. Cresce a comparação do episódio famoso do Reichstag. Em 1933, o Palácio do Reichstag (parlamento federal alemão) sofreu um incêndio. Atribuindo o atentado à oposição, o “democrático Hitler” (entendeu?) alargou a condescendência para cometer arbitrariedades. Porém, num precedente histórico de “false flag”, tratou-se

🔵 Venda da Japonesa

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  Hospedaria dos imigrantes  Venda ou quitanda era como chamávamos o mercadinho de secos e molhados. Eu nunca soube se as ratazanas que cruzavam os corredores do velho armazém se encaixavam nos secos ou molhados; pelo aspecto, provavelmente as secas saíam da prateleira ou do depósito, e as molhadas, do esgoto. Eu só desisti de ser cliente da venda quando tentei comprar “chicletes” que, mais que vencidos, há muito tempo tiveram sua fabricação interrompida. Pois bem, aquele pequeno comércio de bairro já era anacrônico no começo dos anos oitenta. Entrar no imóvel antigo era como visitar um lugarzinho parado no tempo. De repente, a circulação de carros, buzinas e sirenes eram substituídas por um silêncio que destacava cada ruído lá dentro.  O empório apresentava um aspecto oriental, quase místico, com o casal de japoneses, sendo que o velho, sempre aparentando um cansaço inexplicável, parecia fazer parte da mobília. Na verdade, o velho japonês me surpreendia com sua presença entre sac

Pearl Harbor e o Golpe do Algodão-doce

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  Não sabemos se foi inépcia, distração, engano histórico ou tentativa de lançar uma narrativa. A ministra Rosa Weber comparou o ‘Golpe do Algodão-doce’ aos ataques de Pearl Harbor (Dia da Infâmia)! A comparação revela, a princípio, ausência de senso de proporção. Porém, pode ser mais que isso. Olavo de Carvalho disse: “A ausência de senso das proporções é sinal seguro de analfabetismo funcional”. Entretanto, parece mais que analfabetismo funcional, isso segue um método... Mesmo com alguma distração, boa vontade ou desonestidade, não dá para igualar as duas situações, nem mesmo assistindo ao filme açucarado Pearl Harbor com Ben Affleck. O Dia da Infâmia foi como ficou conhecido o dia do ataque aéreo japonês contra a base naval dos Estados Unidos em Pearl Harbor, no Havaí, no ano de 1941, na Segunda Guerra Mundial. Saldo negativo: mais de 2000 mortos. Este único número estatístico, é suficiente para desautorizar qualquer comparação com a depredação na Praça dos Três Poderes. O golp

Desenho desanimado

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  A GloboNews mergulhou de cabeça: comprou a ideia de que houve uma agressão ao ministro Alexandre de Moraes e família. Como só uma denúncia não politiza o lado a ser atacado, dramatizou o incidente do aeroporto de Roma. Entretanto, faltaram imagens para corroborar a narrativa “global”. A emissora ficou sob o risco de ajudar a documentar um novo episódio “Escola Base”. Mas as ‘Organizações Globo” trataram de retratar a imagem que não existe: um desenho. Nada como um “storyboard” para ilustrar a ação dos “agressores bolsonaristas”. Os rabiscos globais alimentam a cantilena adesista. No entanto, tornaram-se uma fonte profícua de memes.  No final, a narrativa da agressão cumpriu o propósito: levantar uma “cortina de fumaça” sobre a besteira criminosa que Luís Roberto Barroso soltou num palanque da UNE: “nós derrotamos o bolsonarismo”. De brinde, a estória do aeroporto encobriu a repercussão da trágica fala do Lula em Cabo Verde: Lula agradeceu à África por “tudo que foi produzido nos