Não vai ter golpe



O vendedor de algodão-doce ilustra que esse “golpe de estado” à brasileira recrutou crianças, além de idosos, doentes e bichinhos de estimação. Na verdade, somente os cães aceitaram o confinamento junto aos donos; os gatos desertaram já no acampamento do quartel. Com minha sagacidade, posso presumir, se houvesse logística, o “golpe” contaria com o auxílio luxuoso da trilha sonora da execução de Richard Wagner num piano de cauda por um pianista trajando fraque. Para compor melhor esse cenário lúdico, o ambiente seria ilustrado por palhaços, macaquinhos serelepes, balões de ar e bandeirinhas. Tá, não seria nada convincente, portanto não corroboraria com a falácia do “golpe”. Cresce a comparação do episódio famoso do Reichstag. Em 1933, o Palácio do Reichstag (parlamento federal alemão) sofreu um incêndio. Atribuindo o atentado à oposição, o “democrático Hitler” (entendeu?) alargou a condescendência para cometer arbitrariedades. Porém, num precedente histórico de “false flag”, tratou-se de uma farsa, ou seja, um autogolpe. Muito parecido com o nosso 8 de Janeiro, é o 6 de Janeiro americano, quando invadiram o Capitólio (Senado). Articulado como uma típica “false flag”, a invasão “fake” só não contou com o cordial tratamento brasileiro: água mineral. Nas terras de Pindorama, as arbitrariedades se acumulam: presos, perseguidos (multa, cancelamento e asfixia financeira), exilados políticos, inconstitucionalidades etc. É assustadoramente claro, além de um viés ideológico, há um componente vingativo e sádico. Quem anuncia multas e prisões sorrindo, sente um prazer patológico no sofrimento alheio. Infelizmente, muitos estão alheios à realidade porque a vida segue numa normalidade egoísta. Diferente de quando os artistas eram as vítimas e denunciavam a perseguição em músicas, peças teatrais etc. Conclusão: ditadura e democracia são enxergadas de acordo com a conveniência. Ou seja, “Democracia é quanto eu mando um você, ditadura é quando você manda em mim. Não deveria ser assim. Pois, enquanto protelam a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), um “lote” de pessoas inocentes segue recluso. Quem se satisfaz com essa situação, perdeu a consciência do que é correto. Falando em consciência, e ela, num solilóquio insuportável, me obriga a acreditar que só o tempo irá julgar os dias atuais. Enquanto isso: lavam as mãos, viram a cara e fingem que não veem. PS: que qualquer responsável pelo quebra-quebra seja punido.

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