O Homem-Falência

 

Após um anúncio propositadamente esganiçado, gritado com irônica pompa e circunstância, um senhor adentra o estúdio. Com uma óbvia aparência de desempregado, o “Homem-Falência” não se preocupa mais com a barba (por fazer), o semblante (triste) e o paletó (amarrotado). Com seu andar lento, típico do desânimo trabalhista, ele abre uma maleta executiva, exibindo o nome da empresa falimentar. Ele é o novo personagem do programa Pânico.


Queda do índice da Bolsa de Valores, corrupção, queda da arrecadação, prejuízos em estatais e escândalos em qualquer um dos três poderes não alteram o movimento das ruas. Ou seja, enquanto parece que o governo federal vai cair, as pessoas, alienadas dos acontecimentos e “sem tempo” para ideologia, seguem suas vidas. Portanto, números e notícias ruins não mobilizam a massa. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), muito ligeiro, maquia os números governamentais.


Entretanto, quando a crise chega no supermercado, na feira-livre, no armário e geladeira vazios, a percepção muda. Esse termômetro da temperatura social é visível na quantidade de portas de lojas definitivamente fechadas. É isso que está começando a acontecer como epidemia. É a “bigorna da realidade” caindo no governo do PT (Partido dos Trabalhadores).


Lula não tem lastro para sustentar a falácia do bom administrador, o Orçamento está quase todo empenhado em apoios, e a equipe ministerial ainda está deslumbrada como quem ganhou na ‘Mega-Sena. Sem saber o que fazer, Fernando Haddad, ministro da Economia, aumenta as taxas.


Mas o destaque é este personagem criado pelo programa ‘Pânico’ da ‘Jovem Pan’: o Homem-Falência. Com humor, ele representa a desolação daquele que é vítima da onda de empresas fechadas.


A saída de emergência do desespero é o humor. Com gracejos “old school” (antigos) e piadas de “tiozão”, o ‘Pânico’ mostra a nossa surreal política e dá um “chute” no politicamente correto, sem derrapar no bom senso.

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