Qual é o limite do humor?

 



Essa piada sem graça só poderia ser criada em conjunto. O grupinho Movimento Brasil Livre (MBL) quer cometer a candidatura à Presidência da República de Danilo Gentili. É claro que, se ele aceitar, será apenas para conturbar. Se a população não quiser eleger um Macaco Tião, um Rinoceronte Cacareco ou um Tiririca, num legítimo voto de protesto, ele deverá somar honrosos “alguns porcento”.


Certamente, o humorista carregaria, além de um gabinete apinhado de assessores, sua trupe para Brasília: Léo Lins, Murilo Couto, Diguinho e Juliana. Como propaganda gratuita, eu espero algo como as chamadas da Sessão da Tarde. Exemplo: Uma turminha da pesada aprontando mil e uma confusões e trapalhadas.


Danilo, como qualquer outsider, prometeria falar grosso, desafiar o sistema e apontar o dedo na cara dos políticos corruptos. Contudo, logo estaria tomando um cafezinho com Marcelo Freixo; flagrado numa reunião, de madrugada, saindo da residência de Rodrigo Maia; fazendo live com Luís Roberto Barroso e/ou Gilmar Mendes; e “articulando” com Renan Calheiros etc. Ele também poderia se esconder entre outros parlamentares, como o próprio Tiririca.


Gentili seria apenas mais um nessa patética “corrida maluca” que está sendo desenhada para 2022: Luiz Henrique Mandetta, Sérgio Moro, Ciro Gomes, Luciano  Huck, João Amoêdo, João Doria (ou Eduardo Leite) e grande elenco. Wilson Witzel e Rodrigo Maia já foram  presidenciáveis! Desses, o que parece um outsider, Huck, vive aparecendo ao lado de políticos manjados e tuitando supostas soluções para o País. Fácil, extremamente fácil. Os que dizem que “são, sem nunca terem sido”, devem se digladiar pelo terceiro lugar.


Tendo captado sua popularidade na televisão, fingindo ter todas as soluções para todos os problemas da cidade, Datena desistiu quando descobriu que ganharia e seria alvo de críticas na primeira enchente que inundasse São Paulo.


Não creio que isso irá prosperar (candidatura de Danilo Gentili), por isso o uso do verbo na condicional. Mas a piada já existe, tem data de vencimento e não tem nenhuma graça. É esse o limite do humor: piada sem graça.


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