A Médica e o Monstro

 



A CPI da Covid, além da palhaçada que é, trouxe o desprazer de apresentar ao Brasil Omar Aziz. Essa lamentável figura foi capturada das profundezas do Senado e trazida à luz para exercer a presidência dessa CPI. Com a chegada à ribalta da política brasileira, veio à tona toda a falta de educação, covardia, truculência, arrogância, arbitrariedade, despreparo e repugnância que o sujeito é obrigado a carregar.


Bastam cinco minutos de observação para sustentar que a primeira frase que o Monstro do Amazonas pronunciou foi: você sabe com quem está falando? Por não ter liderança natural nem ser respeitado, exerce o poder que tem por meio da investidura da ocasião e das leis. É um desastre. Até seus pares se manifestam quando veem que o “Leviano” foi longe demais.


Qualquer depoente que é “convidado” àquele circo como testemunha, não sabe se passará à condição de investigado, podendo ter seu sigilo bancário e telefônico quebrado e/ou receber voz de prisão. Quando o que a testemunha tem a dizer não corrobora o que o relatório aceita o depoimento é interrompido, o depoente humilhado, ameaçado de voz de prisão. Às vezes, já inicia ameaçado de condução coercitiva.


Omar Aziz solicitou a prisão de Roberto Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, querendo demonstrar poder, para que a Comissão Parlamentar de Inquérito não seja encarada como uma palhaçada. Tarde demais, ela sempre foi encarada como uma palhaçada, no pior dos sentidos.


O ex-governador do Amazonas ficou conhecido no Brasil como já era em seu estado. Com três irmãos e esposa presos, só não teve o mesmo destino porque possui foro privilegiado. Com   ficha corrida “respeitável”, ele e seus comparsas colhem depoimentos e investigam para tentar achar crimes no governo federal, invertendo a lógica da oitiva e investigação. Evidenciando que essa gangue não está acostumada a ficar do lado da lei, eles querem falar mais que o depoente sendo que muito mais elucidativo é deixá-lo falar.


Agora, a médica Mayra Pinheiro, do Ministério da Saúde, é perseguida pelo monstro Omar Aziz. Estranhamente, talvez por não ter dito o que os membros da Comissão queriam, a médica teve dados pessoais vazados direto para a imprensa. É com esse tipo de gente que ela tem que lidar.


Omar Aziz, indignado, fala, com afetação acusatória, que o “presidente é motoqueiro”. Faz sentido, é óbvio que ele deseja com todas as forças de uma força-tarefa a volta do presidente que anda de pedalinho.

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