Como antes

 



É braço de ferro. A turma que há gerações vem  vivendo de parasitismo estatal, logicamente, não quer largar o osso, a boquinha. 


No final preferirão a narrativa da calma escondendo o caos? Vamos nos conformar com mais um cala a boca? Enquanto isso, a imprensa tradicional praticamente diz: “circulando que não há nada para ser visto por aqui”.


O pior que tempos conturbados, como o atual, trazem é o que havia antes, uma paz com as piores práticas ocorrendo. É a falsa tranquilidade, desde que se possa pagar o carnê das Casas Bahia. O político aproveita-se dessa situação — o bem-estar aparente, a “paz dos cemitérios” —, oferece o privilégio da sua atenção, dando um tapinha nas costas, perguntando se a família vai bem.


Infelizmente, vão achar bem melhor quando o presidente não for mais esse cara intratável que discute, fala alto e até xinga repórteres. Esse sujeito que estabelece uma crise entre Poderes, ataca o Estado Democrático de Direito, promove atos antidemocráticos e ameaça, sempre, a democracia com um golpe.


Chegará novamente o dia em que voltaremos a ter um cidadão morigerado na Presidência da República — alguém matreiro, “ensaboado”, representando a esperada terceira via. Nesse dia, teremos que fazer vistas grossas para uma prática que é praticamente uma instituição brasileira: o rouba, mas faz. Em troca dessa abjeta “passada de pano”, teremos, enfim, o cara que respeita a liturgia do cargo, mantém um “diálogo saudável” entre os Poderes, a tal harmonia e sabe “articular” com quem pensa diferente. É assim quando se busca o mesmo objetivo (pecuniário).


Esse presidente subirá a rampa. Quando chegar esse dia, não existirá fake news, nem gabinete do ódio ou milícia digital, não seremos mais bombardeados por notícias de quem sente falta de verbas públicas, nem suportar a expressão de cansado do William Bonner e a cara de assustada da Renata Vasconcellos. O povo, como sempre, ficará atônito, olhando.


A turbulência acabará e tudo será como antes.



“Entre a desonra e a guerra, escolheram a desonra e terão a guerra”.

Winston Churchill

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