Um bate-boca supremo

 



Parece que a discussão entre o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e um brasileiro no aeroporto de Roma ganhou uma repercussão exagerada. Ao que parece, o ministro deu uma carteirada suprema, na modalidade “Você sabe com quem está falando!?”. A suposta agressão foi retaliada com uma suprema busca e apreensão.  “Deu ruim”, agora não tem como parar.


Finalmente, as imagens do aeroporto (que demoraram) chegaram, porém não foram divulgadas. As filmagens que estão circulando revelam um ministro raivoso e acusando o brasileiro de “bandido”. O que foi divulgado inverte  o que foi declarado pelo ministro do Supremo. 


No entanto, grande parte da imprensa, demonstrando “rabo preso”, subserviência e temor, correu para corroborar a acusação. A imprensa amestrada, dando um jeitinho semântico, escreveu: CNN, “Imagens mostram suposta agressão a filho de Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma”; Fórum, “Filho de Alexandre de Moraes parece ter levado mesmo um tapa do empresário, diz PF; UOL, “PF indica que empresário ‘parece’ ter batido no filho de Moraes em Roma”; “Reconstituição aponta que empresário “parece” agredir filho de Moraes”. Note que o “tá ruim, mas tá bom” da imprensa procura forçar uma verossimilhança inexistente.


A velha imprensa, bem remunerada pelo governo federal, já havia feito parte do seu serviço quando imprimiu um “storyboard” (desenho) surreal.  O desenho realça a violência e a dramatização da cena que ninguém viu.  Segundo o desenhista, após o tabefe, um óculos levantou voo como um drone. De tão ridícula e hilária, a história em quadrinhos virou “meme”.


A imprensa interpreta, de maneira muito original, o que pode ter ocorrido no aeroporto, como quem enxerga num quadro em branco um cavalo que comeu o capim, bebeu a água e saiu. Ou seja, uma interpretação bem subjetiva.


É claro que parte da imprensa pautou “o caso de Roma” previamente. Mas, atuando como torcida e prestando uma assessoria bovina, ela briga com obviedades: 




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