Rodízio
O presidente incluiu salões de beleza, barbearias e academias como serviços essenciais, para poderem abrir normalmente. Vários governadores, politicamente, não cumprirão essa decisão. E essa briga política estende tentáculos sobre medicamentos, que, por serem de indicação política de outro espectro ideológico, acabam tendo que ser escondidos.
Para o filho de quem vende bala no farol, serviço essencial é vender bala no farol; para a família de quem pega papelão na rua, serviço essencial é pegar papelão na rua; ou seja, todo trabalho é indispensável para os que dependem dele. É muita arrogância condenar, contrariando uma ordem, pessoas a uma quarentena interminável. Essa quarentena, estúpida, está sendo prorrogada ad infinitum, sempre quando se aproxima do término. Se a tentativa de evitar a aglomeração estivesse funcionando não iria desembocar no lockdown (confinamento).
A medida aleatória do governador, Exterminador dos Futuros, foi desastrada. A decisão trouxe, sem estudos, na base de tentativa e erro, experiências acessórias absurdas do prefeito de São Paulo, o Abominável Bruno das Covas. Exemplos: “leis” arbitrárias, portas de lojas soldadas, vias interditadas e um, inexplicável, rodízio. No Brasil, vemos invasões, prisões, toque de recolher e rodízio de gente! A dupla é do mesmo partido e faz uma dobradinha na insensatez administrativa.
João Dória, o marqueteiro, revela não ser o líder que o estado precisa: lança medidas a esmo, finge querer salvar vidas e diz, mostrando que o navio não tem capitão, “cenário é desolador. O pusilânime governador queria nacionalizar o seu nome e teve êxito. Hoje, o “Fora, Dória” é gritado nos extremos do País, Caburaí ao Chuí (antigo do Oiapoque ao Chuí).
Tiozão
Bolsonaro, acostumado com a publicação de platitudes, inventou que organizaria um grande churrasco democrático. Querendo “pilhar” os jornalistas vigilantes e paranóicos com qualquer ensaio de aglomeração, jogou a isca. É lógico, rapidamente morderam o anzol. Publicaram a mentira, levando a sério a zombeteira história do churrascão. Até crio a imagem da situação: o, inocente, jornalista escondido numa moita, flagrando uma incriminadora fumacinha no Palácio da Alvorada.
O presidente da república é meio rústico ou, sem eufemismos, chucro. É o “tiozão do churras”, aquele sujeito que saca a piada mais constrangedora, destruindo qualquer ambiente familiar. A nova classe jornalística, que as “universidades/shopping centers” vêm produzindo transformam tuitada em notícia. Pior é o viés de confirmação: o jornalista distorce o fato para corroborar o que ele já acredita.
Não tenho certeza se por maldade, ingenuidade ou inépcia, mas, do jeito que a coisa vai, qualquer dia vamos testemunhar a manchete: Bolsonaro não sabe se pavê é para ver ou para comer.