Terceiras vias, segundas intenções




Sérgio Moro, Luiz Henrique Mandetta, Luciano Huck, Danilo Gentili, Rodrigo Maia, João Doria, Eduardo Leite, Tasso Jereissati, Ciro Gomes, Datena, Rodrigo Pacheco e, por enquanto, Alessandro Vieira já foram nomes lançados como terceira via. A próxima tentativa deve ser o nome de Simone Tebet. Vários nomes já foram tentados, lançados como balões de ensaio, na esperança de emplacar um candidato à Presidência da República, mas nenhum emplacou.


É desesperadora a quebra da República do Café-com-Leite — ops, isso foi há muito tempo —, digo, “estratégia das tesouras”. O “establishment” quer a alternância entre PT e PSDB ou alguém que não atrapalhe o esquema. 


Nomes são lançados, independente da competência, apenas porque estão em evidência. É visível o desespero com o fim das malas de dinheiro, dos cargos (sinecuras) e dos ministérios de “porteira fechada”. Demonstrando abstinência do “toma lá, dá cá”, usam palavras e expressões bonitas, quase eufêmicas, disfarçando o real motivo. Algumas palavras e expressões são: democracia (e suas variações), Estado Democrático de Direito, liturgia do cargo, articulação e harmonia entre os poderes.


Nomes são lançados, independentemente da competência. A tentativa de vingar um nome (qualquer um) apenas comprova a manobra, nada republicana, de colocar alguém para atender interesses obscuros. 


O Luciano Huck teria ampla cobertura da Globo a cada casa que entregasse; o Mandetta sentiria na  pele o prejuízo da sua recomendação no início da pandemia: só procurar ajuda médica no caso de falta de ar; para a Globo, o Eduardo Leite é um nome presidenciável por questões muito pessoais; o Datena descobriria que ser presidente não é cômodo como ser narrador de enchente; Danilo Gentili só fez mais uma piada; o Rodrigo Maia tem que ser popular no seu Rio de Janeiro; João Doria marqueteiro de João Doria tem que ser mais popular no seu PSDB; Tasso Jereissati tem que apaziguar o PSDB; Ciro Gomes é o principal inimigo de Ciro Gomes; Simone Tebet surgiu, na CPI, como a mais recente decepção; Rodrigo Pacheco destaca-se pela covardia; e Alessandro Vieira (quem?). Sérgio Moro parece ser o único nome plausível, mas já demonstrou que não sabe tomar decisões.


Uma terceira via, com o perdão do pleonasmo, é viável. Para fugir da dicotomia “esquerda ou direita” tem que surgir alguém, pelo menos, competente, porque o único, digamos, valor do que surgiu até agora, é ser contra o Bolsonaro. Isso é fácil.

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