O Maior Vendedor do Mundo

 




O título deste texto não se refere ao livro do escritor italiano Og Mandino. Eu me refiro a Luciano Hang. Conhecido como “O Véio da Havan”, ele veio da Havan, vestindo um paletó verde com gravata amarela. Ele adentrou o recinto, parecendo um besouro exótico ou o Grilo Falante para estrelar a Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, ou mais adequado, a CPI circense.


Dono da rede de lojas Havan, ele foi convidado para depor na CPI. O convite foi feito a contragosto de alguns senadores, porque, é lógico, ele aproveitaria essa oportunidade para propagandear sua loja e a si no Inquérito que revelou-se uma afinadíssima catapulta eleitoral. Com efeito inverso, Omar Aziz, Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues, Otto Alencar e Simone Tebet quanto mais falam, mais têm suas imagens arranhadas. Esta última, na minha opinião, foi quem mais saiu perdendo.


Luciano Hang, conhecido pelo estilo espalhafatoso e chamativo, não desperdiçou a rara oportunidade de divulgar sua loja gratuitamente e sua possível candidatura, nos canais de televisão abertos e fechados, rádios, jornais impressos, sites, blogs, canais do YouTube etc etc etc. De quebra, ele ainda ridicularizou a Comissão e alguns senadores. Alguns senadores, já citados aqui, se levam a sério demais. Sentados à mesa, que deveria ser uma posição de destaque, eles revelam quanto são desprezíveis cada vez que abrem a boca. Prontuários ambulantes — não enxergo outra coisa —, eles se levam a sério e assim são tratados por parte da imprensa por conveniência.


 Luciano Hang conseguiu o que muitos lojistas adorariam: associar sua imagem à sua empresa. Sua simples aparição é uma propaganda de sua marca. Sem jingles, sem precisar contratar um garoto propaganda, sem departamento de marketing e com pouquíssimos gastos, Hang dissemina o nome da loja surgida em Santa Catarina. Se o empresário Ricardo Mansur tivesse a “sorte” de Hang e fosse apelidado de “O véio do Mappin”, o Mappin, histórica loja de departamentos, estaria aberto até hoje na Praça Ramos. 


Para “O Véio da Havan” a convocação à CPI era uma bola quicando e ele chutou-a na veia. Alguns senadores “sacaram”, mas já era tarde demais. Ele veio.


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