A marmelada do ano da revista Time
A pesquisa da Time indicava o que acabou sendo comprovado: Bolsonaro venceu a votação “A personalidade do ano”, da revista americana Time. Como era suspeito, a Time ignorou a indigesta predileção e “elegeu” uma personalidade de acordo com sua narrativa. Elon Musk estampou a capa da revista, que perdeu mais um pouco de sua credibilidade e talvez alguns leitores.
Eu nunca considerei confiáveis enquetes por meios eletrônicos remotos. Isso sempre gerou discrepâncias, porque o exército mais engajado põe o dedo para trabalhar e elege o famoso “quem?”. Independente da importância, qualquer votação parece a escolha de um vencedor de reality show.
Contudo, a revista tentou a sorte. Para azar do informativo de viés “lacrador”, não conseguiram eleger nenhum prodígio aquecimentista, nenhum pacifista de butique e nenhum presidente americano democrata. O presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, ganhou. Sim, o cara chamado de nazista, fascista, genocida etc venceu. Admitir o resultado estragaria anos de sinalização de virtude, jogaria fora todo o esforço para pertencer a um clubinho. Em vez de se conformar que a escolha “deu ruim”, mantendo a suposta credibilidade, a Time acusou o golpe e melou a escolha popular.
Barack Obama, Adolf Hitler, Joe Biden, Josef Stalin, Greta Thunberg e Aiatolá Khomeini já foram eleitos. Têm pra todo mundo. Se quiser enaltecer ou detratar quem venceu, pode-se citar um antigo escolhido, dependendo da narrativa. Figuras controversas já estamparam a capa da revista americana, isso prova que o escolhido não é necessariamente a melhor pessoa. Se mesmo assim, a publicação respeitasse a escolha popular, a credibilidade permaneceria intacta. Não é o caso.
É óbvio que a Time arriscou abrir essa eleição, mas as coisas saíram diferente do script previsto. A dúvida que fica é se a votação do nosso presidente da República, em 2022, será inócua, de modo que a escolha será feita às escondidas, entre quatro paredes. Temos razões de sobra para desconfiar disso, porque manobras muito suspeitas estão sendo perpetradas. Pior, será que isso jamais ocorreu?