A imprensa e a manifestação

 


Luís Roberto Barroso ficou encantado com os, por assim dizer, poderes mediúnicos de João de Deus (me livre!); como advogado de um terrorista italiano, acreditou na inocência do seu cliente; com fôlego para ser enganado novamente, num congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), sentindo que estava sem ambiente por causa das vaias, ele sacou o brado retumbante: “Nós derrotamos o bolsonarismo”. A manifestação do dia 25 de fevereiro, convocada pelo Bolsonaro, mostrou que o ministro é ruim de prognósticos.


No geral, as emissoras e jornais tentaram esconder o evento, fingindo que futebol, criação de tartarugas e outras amenidades eram mais urgentes que o que ocorria (e ocorreu) na Avenida Paulista. No entanto, a velha imprensa deveria marcar o território enquanto possui equipamentos melhores, porque os canais de internet aproveitaram o vácuo e transmitiram praticamente sozinhos.


Mas o que mais me chamou a atenção, foi o comportamento da imprensa vendida e/ou militante. Impossibilitada de negar o óbvio, ela saiu de fininho, desqualificou a manifestação e os manifestantes ou fingiu demência. O jornal ‘O Globo’ quis fingir que não estava acontecendo nada e que não havia nada para ser visto, mas tudo foi tão gritante, que o jornal teve que escrever umas notinhas marotas.


Houve uns jornalistas que acharam legítima a ação truculenta (sem agressão física) de alguns torcedores da Gaviões da Fiel. As vítimas eram supostos bolsonaristas, mas a burrice e a cegueira partidária impediram os torcedores de raciocinar que havia são-paulinos, palmeirenses, corintianos, santistas etc.


Eu sou corintiano, mas desaprovo a covardia daqueles que se encorajam e agem em grupo (comportamento de manada). A relação saudável com um time de futebol é torcer, durante os 90 minutos, como se não houvesse outra coisa; porém, como o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes, após a partida, é vida que segue. Entretanto, para quem agride por um time, acha que obteve uma vitória quando berra: é campeão. Só que não é uma conquista pessoal... Infelizmente, a aprovação jornalística estimula esses episódios.


Uma jornalista perguntou ao Lula, quais foram suas impressões sobre o 25/02, no entanto, ele não respondeu e fugiu. Faz sentido. O presidente já havia agido assim, quando disse não ter entendido uma portuguesa que fez uma pergunta embaraçosa. Normal, melhor Lula calado, quando ruge, algo que não pertence a este mundo se manifesta.


A imprensa internacional, apesar das limitações geográficas, fez uma cobertura mais honesta. Até cansei de percorrer o que foi publicado no exterior. A repercussão internacional foi muito importante para o mundo saber da nossa realidade, apesar de se esforçarem para esconder.


Fora isso, foram apenas insultos e distorções dos fatos, o que evidenciou que acusaram o golpe e expuseram a militância e o amadorismo da nossa imprensa que insiste em deixar a predileção política suplantar o profissionalismo. 

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