Mascote politicamente incorreto

 


O Saci, mascote do Internacional de Porto Alegre, foi denunciado. Supostamente, o Saci-pererê alegrão assediou  sexualmente uma mulher. Na verdade, a agressão ganhou um eufemismo para chamar de seu: importunação sexual.


A fantástica lenda folclórica já sofre discriminação por ser afrodescendente, tabagista e portador de necessidades especiais. Com essa atitude, o sacizinho macho tóxico será atirado na vala comum dos cancelados. Sem dúvida, os jornalistas vão tentar desqualificá-lo. No velho ataque “ad hominen”, o nosso amiguinho colorado logo deve ser tachado de bolsonarista, nazista, fascista, misógino, de extrema-direita e capitão do mato.


Esses personagenzinhos pareciam inofensivos quando alegravam o dia a dia infantil vendendo algodão-doce e empurrando carrinhos de sorvete de Santos à Praia Grande. No entanto, atrás de Bananas de Pijama amarrotados, Patos Donald encardidos, Cebolinhas com caxumba, e Piu-pius com encefalite se escondiam potenciais predadores sexuais. 


Debaixo dum sol escaldante, sempre desconfiei que aquele sorriso estampado na cara dos  personagens de desenhos animados era um truque de confecção; na verdade, aquelas fantasias fofinhas e coloridas escondiam um marmanjo mal pago, mal-humorado, suado e claustrofóbico. Com muito azar, como no caso do serelepe Saci, poderia haver um sujeito que não via o mundo como um lugar inocente, alegre e encantado.


O boneco mais animadão do Brasil se entusiasmou com o gol do “Inter” e abraçou uma repórter, porém, ela não ficou feliz e procurou uma delegacia. A graça acabou, e o funcionário que interpretava o Saci foi afastado.


O encantado baluarte do imaginário popular esqueceu da magia e do encantamento, pois comemorou o gol com a primeira mulher que encontrou. A criançada, logicamente, ficou horrorizada com a performance do outrora infante brincalhão.


O animado animador de torcida se empolgou ao ultrapassar os limites que deram uma Humanidade nefasta a alguém que deveria restringir sua atuação às quatro linhas. 




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