O mundo de Nárnia

 


O brasileiro começou a prestar muita atenção no que acontece dentro do STF (Supremo Tribunal Federal). Os ministros não se prepararam para isso. O povo ficou assustado com o que viu. Eles estão com saudades de um Brasil semi-analfabeto, quando nosso orgulho era o reconhecimento como: “Pátria de chuteiras” ou “O país do futebol”.


Meu conhecimento histórico impede de confirmar que essa composição é o pior STF. Realmente, é difícil acreditar, mas pode ter havido pior. Sendo que para vários cargos públicos existe um certame concorrido (concurso público), era esperado que a última instância da Justiça fosse composta pelos melhores juízes. Mas não é assim. Sabemos que a sabatina no Senado é um teatro, portanto, na prática, a única exigência para compor a Corte é ter cursado Direito.


Mas não é só isso. Um único ministro, avaliando o grau de de complexidade cultural do brasileiro mediano ou gastando o máximo das suas referências, citou: uma partida de futebol entre Corinthians-SP e Internacional-RS, a luta entre Popó e Bambam e a estória ficcional ‘As crônicas de Nárnia. É até simpático citar a cultura pop e acontecimentos cotidianos, porém, isso pode revelar um raciocínio extremamente infantilizado para um magistrado.


O império das leis deu lugar às leis do “império”, de modo que vivemos a incerteza da insegurança jurídica. Sem saber se vale o que está escrito (ironicamente, diferente de uma contravenção penal chamada ‘Jogo do Bicho’), eu escrevo sem fulanizar ninguém. Tudo o que fazemos parece regulado e submetido a olhos que tudo veem. Ditadura, insanidade ou probleminhas afetivos (ou tudo isso), esperamos 40 anos para viver a distopia ‘1984’.


A luta quixotesca inventou inimigos, que supostamente cometem “atos antidemocráticos” ou  “atentados ao Estado democrático de direito”, que não sabem o que pode ser considerado ato criminoso. Portanto, senhorinhas, com força suficiente apenas para segurar a Bíblia, correm o risco de ser enxergadas como terroristas e golpistas. 


A assertividade arrogante e vazia evidencia que o farol, que deveria servir de guia, conduz ao “naufrágio”. Continuando com a metáfora naval, o navio está sem comandante. O pior é que estamos a bordo desse navio fantasma chamado Brasil.




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