Notícia urgente: Alimentos, como personagens de novela mexicana mal dublada, podem mudar de lado
Alimentos podem fazer bem ou mal à saúde e vice-versa. Ou não. Café, chocolate, álcool, ovo, sal e carne vermelha são alguns dos itens que passaram de vilões para o lado “do bem”.
Sempre aparecem manchetes do tipo “Cientistas afirmam...”, “Novo estudo publicado pela Universidade...”, “Pesquisa feita pela...”, “Associação Americana de Hipocondria garante...” etc. Alguns exemplos:
- a cafeína fazia mal ao coração. Agora, estimula o funcionamento do organismo e a memória;
- o chocolate engordava e causava dor de cabeça. Hoje, explicam, o do tipo amargo traz inúmeros benefícios como prevenir o colesterol, proteger o coração (poético, não?), reduzir a pressão arterial e controlar a glicose no sangue;
- quem tomava Sangue de Boi ou vinho Natal era chamado de cachaceiro. Atualmente, o vinho ganhou status de bebida da longevidade. E é aquela história: protege o coração, é antioxidante etc;
- o ovo era tido como perigoso (não o Kinder Ovo). Diziam que aumentava as taxas de colesterol no sangue. Pois, o ovo foi reabilitado da condenação histórica, sendo considerado rico em proteínas. Mais um item que passou para o lado do bem. Com ressalvas, é bom que se diga;
- o sal causava aumento da pressão arterial. Pesquisa liderada por cientistas europeus diz que reduzir a ingestão de sal pode aumentar os níveis de gordura no sangue e causar doenças. Seja pro bem ou pro mal, o culpado é o sódio (um mineral essencial à vida);
- a carne vermelha foi, durante muito tempo, a vilã do coração. Há algum tempo a carne vermelha recebeu o sinal verde, pois é rica em diversos nutrientes.
Meu objetivo aqui não é fornecer orientação nutricional. Procure informação especializada ou consulte um nutricionista. O meu foco é como os alimentos entram e saem de “moda” ao sabor dos estudos, levando multidões a seguir essas recomendações. Falando em moda, agora é a vez do ômega 3.
Eu não duvido que os maléficos açúcar, refrigerante, bolacha recheada e salgadinho de pacote podem ser objetos de estudos revolucionários que mudem seus lugares na pirâmide alimentar.
