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Mostrando postagens de março, 2020

Negócio da China

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Eu só tenho assistido a filmes de terror. Não, não são de vampiro, serial killer ou espíritos do mal. Indo na onda coronavírus (COVID-19), entrei em pânico. Agora, só vejo filmes de zumbis, mais precisamente e abrangente, qualquer filme que retrate o mundo pós-apocalipse. Viral, Flu, Epidemia, Pandemia (série) e um lote de filmes de zumbis, mortos-vivos e outras desgraças. Enquanto corria risco só quem vinha do exterior, eu estava seguro; quando a tigrada entrou no grupo de risco, ou seja, quem frequenta a 25 de Março, aí eu comecei a correr perigo.  Tive que espancar uma velhinha que ousou pegar o último álcool gel da prateleira do supermercado. Não há outra maneira de estocar, como já fiz com papel higiênico e itens alimentícios. Máscara, tirei a do Carnaval e coloquei uma cirúrgica. Tem mais, vou me empanturrar de hidroxicloroquina, o Trump disse que cura. Quem espirrar ou tossir, apanha. Bato  com um bastão de beisebol na cabeça, pro vírus não espalhar. Estou fazendo a m

Pânico no Jornalismo

Seja a favor do governo ou contra, no Brasil, uma coisa é consenso: o Jornalismo é mal feito e pautado em vingança. Jornalista não pode escrever com o fígado. O PT já gritava: “o povo não é bobo, fora Rede Globo.  Assim como eu, você não vê mais propagandas da Caixa Econômica Federal, Petrobras, Banco do Brasil e Correios. Esta última tem o monopólio em seu setor e a Caixa Econômica Federal tem a exclusividade em muitos serviços. Além disso, tem a Secretaria Especial de Comunicação Social (SECOM). Só dessas duas fontes, secou muito dinheiro, que antes era despejado, nessas e em outras empresas. Parecia estranho, jornais vendendo cada vez menos em bancas (por causa da internet). O fato é que essas empresas não dependem dessas vendas, e sim da SECOM. As emissoras também sofrem. Meio-dia, quase todo mundo já sabe o que aconteceu e ouviu ou leu muitos comentários. Ou seja, os telejornais já começam velhos.Chegar em casa à noite, depois de um dia de trabalho e ver o telejornal pa

Inseto Insípido - Letra: Rafael da Silva Claro (1996) ▪️

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Mas que coisa mais escrota Esse monte de inseto Que invade minha casa Desde o solo, até o teto  O maldito é equipado  Com antena, coisa imunda O pior é o vaga-lume Que tem lâmpada na bunda Tem besouro, pernilongo  E barata voadora  Só acaba minha agonia  É na palha da vassoura  Depois de uma chinelada  A barata sai com vida, Com as vísceras expostas, Para um resto de comida (Refrão) | Naftalina, aletrina, fenotrina e efedrina  | Quanto mais veneno solta,                     | Bem maior o bicho volta                        |                                                                 | É Matox, Baratox, Venenox e Rodox | Se o veneno for Baygon,  | Bicho acha muito bom Eu achava esses “bichinho” Pra saúde, bem nocivo  Mas agora, “tô” pensando Pode ser bem nutritivo  Que a lesma seja frita  E a barata torradinha A aranha bem assada E o besouro na casquinha  Antes era um problema  Hoje é uma soluç

Mau-humor é chato

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Se tem uma coisa que não fica muito bem é comediante engajado politicamente. Não é a pessoa sem bandeira, é a mistura entre piada e posição ideológica. O pior é a lacração. Ano passado, Gustavo Mendes, comediante famoso por enaltecer Dilma Rousseff, interpretando sua Dilma, pegou “pilha”, numa apresentação. Disfarçado de “presidenta” e fazendo militância disfarçada de anedota, criticou Bolsonaro. Criticar, tudo bem. O comediante é o bobo da corte (no bom sentido) atual. Seu objetivo (e o que esperamos dele) é apontar a falha e criticar os poderosos. Mas quando a crítica é, perceptivelmente, mera militância e, mais grave, sem graça, o suposto humor gera revolta. No começo de Março, Márvio Lúcio, o Carioca, foi ao Palácio do Planalto, vestido de “Bolsonabo”, uma paródia do presidente, igualmente refratário à imprensa. Ele foi fazer algumas micagens e uma entrevista descontraída, para a Record. O Carioca é muito bom, mas fez um humor, digamos, “chapa-branca”. Os jornalistas nã

Mito Mito Mito

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É rara a oportunidade de vermos a História acontecendo e sendo escrita na nossa frente. E isso está ocorrendo. Está sendo forjado um mito nacional que  ocupará os livros do futuro. Havia uma narrativa pronta, faltava a figura imbuída dos “valores” e das dores do mundo. Existia uma farda repleta de medalhas e condecorações, Marielle Franco, involuntariamente, vestiu essa farda sob medida, in memoriam. Marielle veio com um “combo” atribuído às minorias que poucos possuem. Talvez, nem ela utilizasse isso dessa forma, como um capital político . O fato é que encontraram uma mártir completa: mulher, negra, oriunda da favela e homossexual. Isso tudo, já seria suficiente, entretanto, o timing era propício para colar todos os atributos que estavam à espera de tão perfeita personagem. Ela não sentiria o peso de tamanha responsabilidade, e o povão, que não a conhecia, abraçaria tão apaixonante figura.  Defensora das minorias, isso é tão abstrato, vago mesmo. Mas essas minorias n

Gaiatos num caiaque 🔵

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Alguns acontecimentos desafiam a sobrevivência. Algumas pessoas foram vítimas da minha insanidade e desapego à vida, às vezes o contrário.  Meu cunhado, infectado por minha quase nula avaliação do perigo, embarcou num caiaque duplo condenado ao naufrágio, quase um novo Titanic sem violinistas. Na praia de Bombinhas, Santa Catarina, saímos na malfadada e precária embarcação. Na saída, quase atropelamos alguns inocentes banhistas, posando para uma pretensa fotografia histórica. Mas tudo bem, as iminentes vítimas foram desviando daqueles dois malucos num desenfreado bote. Assim, conseguimos singrar o ameaçador oceano. Não contentes em dar uma voltinha, ali na costa, fomos até uma prainha, e outra, e outra... Como disse Fernando Vannucci: “A África é logo ali”. Podíamos até descobrir um novo continente e batizá-lo, até mesmo encontrar, numa terra distante, criaturas fantásticas ou bestas mitológicas.  Mas isso é coisa da imaginação de Júlio Verne, encontramos nem sequer um barco do

Show do Guru ⚫️

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João de Deus (me livre), como o louva-a-deus, tinha uma estratégia de camuflagem. De aparência benévola, fingia ser “do bem” e, como o inseto, identificava a presa e surgia o predador voraz, revelando que a aparência carola e o nome abençoado eram só subterfúgios. Abadiânia, Goiás, onde ele dava consultas, virou uma cidade fantasma. A cidade, antes lotada, ficou às moscas com o fim do negócio. Hotéis e congêneres, restaurantes e comércio em geral fecharam com o fim da atração. Sri Prem Baba (Janderson Fernandes de Oliveira), o bicho-grilo dos artistas, na verdade era um bicho-papão. Ele é o típico doidão que se entupiu de ácido e outros estupefacientes. Uma hora aqui, outra ali, viajando (em todos os sentidos) por lugares exóticos, seguindo vários outros falsos profetas, achou uma forma de locupletar-se disso. Os ricos e famosos, claro, compraram essa ideia. Ele foi seguido cegamente, por celebridades, políticos e empresários. A casa caiu, quando descobriram que o caminho pavi

A volta da vacina

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O COVID-19 (coronavírus) ameaçou, até pegar. Em telejornais, deu a exdrúxula manchete: “Confirmada a suspeita de contaminação”. A palavra “confirmada” já é motivo para vacinação instantânea. O termo “suspeita” sugere cautela. Se forem aceitas, as palavras manipulam. Isso é pensado. O Brasil é inundado por produtos falsos, vindos da China. Máquinas fotográficas falsas, relógios falsos, roupas e acessórios falsos e brinquedos falsos. Agora, o que mesmo falso seria muito bem-vindo: o alarme. Esse não era falso. Eu nunca vi tanto o Jornal Nacional querer anunciar: vírus chega ao Brasil. Chegou. A histeria coletiva ganhou uma justificativa. A correria foi grande. Sumiram, das farmácias, os estoques de álcool gel e máscara cirúrgica. O principal sintoma, já detectado, é a paranoia. A gripe e a dengue são mais letais, embora o COVID-19 dissemine mais rápido e já tenha virado uma pandemia. Um comportamento foi inédito e absurdo: torcida para o patógeno contaminar algum brasileiro