Crin… o quê?

 



Cringe pode ser uma gíria encomendada para os dias chatos de pandemia. A palavra cringe se refere àquele que tinha (ou tem) atitudes consideradas vergonhosas e/ou ultrapassadas para os dias atuais.


Consultei o Google a fim de saber o que diabos é exatamente um cringe. A pesquisa foi meio embaraçosa, pois descobri que essa é uma palavra criada para a geração Z fazer bullying sobre a geração anterior (Y ou millennials). O constrangimento é que pertenço aos anteriores a Y.


Num site descobri a relação das atitudes de um legítimo cringe. Lá explica que as pessoas que ainda pagam por boleto, não conhecem as trends do TikTok, assistem aos telejornais, publicam fotos com hashtags, tomam café da manhã, pedem litrão no bar, dão risadas com emojis e ouvem Sandy & Junior devem se envergonhar disso.


Respectivamente: sempre soube e vou continuar sabendo que o feio é não pagar suas contas; não tenho idade mental tão baixa para me interessar pelo TikTok (começando pelo nome); quanto aos telejornais, concordo. Só acredito nas notícias de baleias encalhadas, meteoritos cruzando o céu e outras trivialidades; não tenho redes sociais, sempre fui um dinossauro; tomam café da manhã? Isso só não é recomendado para quem tem indisposição estomacal de manhã. Desjejum sempre será recomendado; o litrão foi a melhor invenção do ser humano; emoji é coisa de japonês?; nunca quis escutar Sandy & Junior.


Juro que achei essa explicação. Explicação que deve ser a pior que eu poderia encontrar para saber o que é um cringe. Se for exatamente isso, sentirei até orgulho em não pertencer a tal geração Z.


Achei que ultrapassado ainda fosse fotografia (retrato!) com filme de rolo, fita cassete, vídeo cassete, locadora, vitrola, long play, walkman, pochete, carteira com velcro, disquete etc. Talvez as quinquilharias dos anos 80 já tenham completado um ciclo e, de tão antigas, tornaram-se vintage.


Então eu sou mais “jurássico” que um cringe. Entretanto, acho muito vergonhoso e não tenho nem referência do que é ficar em quarentena — ainda mais em plena adolescência —, ser tratado como um criminoso ao beber umas cervejas com os amigos e ser retirado da balada pela polícia.


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