Não li, mas gostei 🔴

 



Sempre gostei de quem chegasse chutando a porta ou mandasse às favas o rigor do politicamente correto. Portanto, eu nunca fiquei cheio de pruridos quando conheci a figura chamada Olavo de Carvalho.


Controverso, o velho filósofo, diferentemente de quando escrevia ou lecionava, usou uma linguagem rasteira (própria para a internet) para disseminar suas ideias para um grande público. Obteve êxito, atingindo mais discípulos de “A a Z” e tirando o estigma e a vergonha de uma direita calada pela “Espiral do Silêncio”.


No caso dele, um filósofo provocador, vale a máxima: “Falem mal, mas falem de mim”. Deve ter rido e apontado quando almas apodrecidas comemoraram sua morte: Olha aí, não falei! Mesmo seus detratores discutiram como será o panorama brasileiro sem o pensador que vivia nos Estados Unidos. Os pretendidos médicos legistas correram celebrar Covid-19 como causa da morte. Erraram. Segundo o médico do negacionista, as principais causas foram insuficiência cardíaca, respiratória e renal, tendo sofrido uma septicemia.


Para quem odiava-o, parece um exagero chamá-lo de filósofo e pensador. Mas, enquanto a imprensa permanecia calada, ele explicou o que era o Foro de São Paulo e vários conceitos como Espiral do Silêncio, Paralaxe Cognitiva e Estratégia das Tesouras. 


Filósofos, que eu conheci, eram professores de filosofia e que, no máximo da influência, escolhiam o sabor da pizza ou a cor do carro. O velho da Virgínia estimulou a nova direita, o que é, ironicamente, a atual contra-cultura.


Quando assistimos Lula e Alckmin se aproximando ou FHC declarando voto ao PT, surpreendentemente duvidamos. Olavo, com razão, achava que demorou. Ele já previra a relação simbiótica como a “Estratégia das Tesouras”.


Olavo de Carvalho, sim, é uma ideia. Seus leitores e alunos do curso de filosofia, COF, continuarão disseminando suas ideias, porque são mais que seguidores, são discípulos. Quem apressadamente fugiu, quando se espantou com a forma, não conheceu o conteúdo do polemista.

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