A lenda do ditador que virou príncipe [Conto das Arábias]

 


A figura acima é um exemplo da despreocupação dos jornalistas militantes. Com uma técnica que já foi mais sutil, Bolsonaro se encontra com um “ditador anticristão”, porém Lula se reúne com um “príncipe herdeiro da Arábia Saudita”. O ex-presidente parece ter encontrado alguém desprezível, isso faz dele mesmo um ser repugnante; este, no entanto, teve a nobreza de ser recebido por um príncipe herdeiro. Esta segunda abordagem é digna de constar nas “Mil e uma noites”, bem como, merecer ter o relato do passeio de “tapete voador”. Entretanto, embora as descrições sejam bem diferentes, trata-se da mesma pessoa.


A ironia proposital é para mostrar como o jornalista quer que o texto seja entendido. Mas os respectivos disfemismo e eufemismo não deixam dúvida que a intenção, ao contrário do príncipe, não é nobre.


Apesar de se tratar do mesmo grupo de comunicação, as abordagens atribuíram índoles implícitas opostas ao anfitrião, mas que, claro, colaram automaticamente nas visitas brasileiras. Como é popularmente conhecida a militância, tolerância, idolatria e simpatia da Globo pelo petista, é relativamente fácil perceber a tentativa de manipulação.


Talvez, ansiosos com a ferramenta de que dispõem e querendo militar, os jornalistas militantes escrevem e falam incoerências e contradições gritantes. Exemplos: ”Ele foi muito bem de fato. Mas tão bem, que isso se virou contra ele”, “Selic pode subir, cair ou ficar parada”. Com “temperatura e pressão” normais, isso nunca passaria, porém a internet põe luz, ridiculariza e pereniza a manobra. Com o bordão “a internet nunca esquece”, a estratégia fracassa, sendo exposta e virando “meme” (piada).


Essa dificuldade de se adaptar à internet e comunicar com as imperdoáveis novas gerações, faz com que veículos tradicionais sejam rotulados de “velha mídia”, em detrimento da nova mídia que não é movida a dinheiro nem relações perigosas.


O problema não é ter preferência política, a vergonha começa quando, fazendo questão de se considerar isento, escorrega-se na hora de relatar fatos. Para piorar muito, o jornal ‘O Globo’, em editorial, estimula a censura.







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