terça-feira, 17 de setembro de 2024

Tá rindo de quê?

 


É fácil entender quem chora quando não consegue segurar o choro; quem demonstra nervosismo quando fica nervoso; fica bravo quando está bravo; e ri quando acha graça.


Pelo contrário, é difícil entender Kamala Harris: ela ri o tempo todo. É um mistério o fato de a candidata à Presidência dos Estados Unidos não variar suas expressões faciais de acordo com a situação. Na verdade, isso diz muito mais, porque o riso fácil e constante é a tentativa de esconder algo. E a intensidade é proporcional: sorriso, riso, risada e gargalhada. Kamala varia a intensidade da reação incompatível com situações que provocariam outro tipo de resposta. Por isso, sobretudo, ela gargalha quanto mais espinhosa é a discussão.


O comportamento é forçado e pueril porque revela a tentativa desesperada de esconder uma reação natural, exemplo: perguntar se o adversário está nervoso mostra justamente o contrário.


Os motivos que alegam para votar na candidata são abstratos ou estéticos. Vão de um quase “por que sim” até a sua risada, que parece segurança e bom humor; no entanto, para mim, é a tática escapista para se eximir da responsabilidade desse atual governo desastroso, do qual ela faz parte, ou fugir de questões mais embaraçosas.


A imprensa incondicionalmente democrata (partido) faz a sua parte: tenta normalizar — e equipar com picardia e sagacidade — as gargalhadas da democrata. Com muita ingenuidade, a variação de sorrisinhos enigmáticos da vice-presidente de Joe Biden pode ser atribuída a um modo desconfiado de encarar a vida; entretanto, a total ausência de argumentos explica o “salvo-conduto” e a aura de estratégia que a imprensa tenta impregnar à reação anárquica e infantil. A cara de “eu não ligo mesmo” denúncia a falta de argumentos, e a imprensa, ao invés de denunciar isso, ajuda a emplacar a farsa.


Donald Trump é irritantemente normal: em estado permanente de mau-humor e encarando tudo e todos como inimigos, expressa aborrecimento e ranzinzice. Trump carrega na face a carranca de poucos amigos. E, pelo que parece, não faz a mínima questão de aparentar simpatia. 



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