Ridendo Castigat Mores


A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito CPMI) é fake. Sob o pretexto de esclarecer as acusações (disparos de mensagens em massa, pró PSL) da jornalista Patrícia Campos Mello, através da Folha de São Paulo, um ex-funcionário  da empresa de marketing digital Yacows, foi chamado a depor.

Hans River do Rio Nascimento, uma figura saída dos anos 70. Mistura de Richard Pryor, dançarino cubano de rumba e membro dos Panteras Negras, ele foi chamado à CPMI como alguém que os progressistas julgavam ser a “bala de prata” do Bolsonaro. Entretanto, o tiro saiu pela culatra. Hans disse:

▪️quem pagou por envios de mensagens em massa, foi o PT; e
▪️Patrícia Campos Mello, em troca de informações que comprometeriam Jair Bolsonaro, teria oferecido favores nada ortodoxos.

Hans River foi, rapidamente, chamado de mentiroso e acusado de ameaçar de morte sua ex-companheira. Ou seja, ele foi tratado com preconceito e por desqualificado. O coitado deve ter o mesmo destino ou tratamento do ex-zelador do tríplex do Lula, José Afonso Pinheiro (perdeu o emprego e foi ameaçado de morte); o caseiro Francenildo Costa (teve a quebra do sigilo bancário); e os negros que são chamados de “capitão do mato” quando não compactuam com as ideias esquerdistas. É hipocrisia de sobra.

Alguns novos parlamentares vêm de ambientes virtuais, onde tornaram-se “famosinhos”. Essa turma, forjada na dita polarização, não leva muito a sério a liturgia dos cargos públicos. O decoro, muitas vezes, esconde hábitos nada republicanos. Quem nunca viu, no Congresso, um parlamentar se dirigir a outro com um respeitoso pronome de tratamento, seguido de uma bela ofensa. Exemplo: Vossa Excelência é um f...

Pois bem, essa CPMI das fake news é um teatro. Muitos políticos querem sabotar o Brasil, carimbando, e inviabilizando, toda crítica como falsa. Censura, com verniz de “busca da verdade”. A Imprensa corrobora, pois convêm.

Abaixo, algumas acusações e as respostas:
▪️Acusação: disparos em massa de mensagens, via WhatsApp.
Resposta: em tom de, uma merecida, galhofa, os internautas, apoiadores do governo, atribuíram as mensagens às Tias do Zap;
▪️Acusação: há uma milícia digital.
Resposta: o que existe é uma militância digital. Essa militância é aguerrida, ágil, atuante e está mais ativa. É uma nova geração, com uma ferramenta nova e sem aquele ranço de quem viveu sob o governo militar;
▪️Acusação: atacar Instituições.
Resposta: o meme (mimetizar), que apenas é uma piada visual, virou crime. Em tempo: a ridicularização é das pessoas, não das Instituições. O efeito: foram produzidos mais memes;
▪️Acusação: formação de um tal “Gabinete do Ódio”.
Resposta 1: uma youtuber que comenta política, colocou uma placa em seu canal com a inscrição Gabinete do Ódio; e
Resposta 2: alguns deputados posaram para uma, debochada, foto com a caneca Gabinete do ódio.

A piada, a galhofa, expor os políticos ao ridículo, sempre fez parte da maneira como aquela bolha é vista. Muitos se lembram de gravuras de Dom Pedro II sendo ridicularizado. Afinal, ridendo castigat mores, do latim, quer dizer: “rindo se corrigem os costumes”. É isso, a melhor maneira de mudar as coisas é expondo seu absurdo.


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