A luta dele

 

Sempre achei que os neonazistas estivessem escondidos atrás daquele estereótipo caricato meio antissocial, ultranacionalista e agressivo. Acho até aceitável o rótulo supremacista branco, a “Ku klux klan” nunca me deixou negar sua existência. No entanto, a História evidenciou que havia exagero quando xingavam qualquer um de fascista e nazista.


Surpreendentemente, vimos justamente a verdadeira face daqueles que, por fanatismo político, saíam acusando os adversários de nazista, fascista, genocida, pedófilo, terrorista, golpista etc. Eu sempre pensei, e creio que estava certo, que esses adjetivos terríveis eram pronunciados a esmo, como uma nova e curiosa modalidade de ofensa.


A guerra “Israel X Hamas” revelou a manifestação do antissemitismo da turma do “o amor venceu”, o “terrorismo ambiental”, as “feminazi” (feministas radicais), os “antifas”, etc. Provavelmente, disfarçando algo horrível dentro de suas personalidades, coisa que nem eles mesmos suportavam, veio à tona. No clássico estilo “xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz”, não aguentaram a latência e, com as manifestações contra Israel, encontraram um ambiente “favorável” para demonstrar o preconceito.


Onde estavam escondidos? Muitos perderam a vergonha e, como nos anos 30, estão “caçando” judeus. Comércios passaram a discriminar o atendimento com o aviso: “Jews not allowed” (Judeus não são permitidos); “Keep the world clean” (Mantenha o mundo limpo): uma loirinha erguia o cartaz com esse texto completado com um desenho da Estrela de Davi no lixo. Isso foi apenas um cartaz numa passeata! Assustador! 


Diversas são as manifestações de antissemitismo. O mais surpreendente é que isso vem de onde menos suspeitaríamos. O sentimento não suportou ser represado por tanto tempo. Enquanto isso, convenceu, quando usado como acusação.


Deus pode ter piedade da alma das vítimas de doutrinação escolar, porém, pouco tempo já será suficiente para dar luz à vergonha de exibir ao mundo, disfarçado de qualidade, um defeito tão deplorável.


Os filmes ‘A Onda’ e ‘Ele está de volta’ já ilustravam como tudo começa e como o fantasma da intolerância está à espreita, respectivamente. Diria que o segundo filme, tendencioso, só errou o alvo.




🔹 “Os fascistas do futuro chamarão a si mesmos de antifascistas”

(Winston Churchill)

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