Deslumbrada



Devo estar bêbado, chapado de remédios ou dormi pouco, mas tive a impressão de ter visto Janja e Xuxa discutindo a vacinação. Janja já apareceu cantando, viajando, dançando, distribuindo conselhos contábeis e discutindo na internet. A moça, mesmo sem votos, vem exercendo certa ingerência na Presidência da República. Talvez essa seja a explicação da atual situação. No entanto, estou confuso, pois a cadeia sucessória é terrível: Lula e Alckmin.


A Rosângela já veio com um apelido que sugere uma simpatia, como alguém legal e íntimo, que já é de casa. Somado a esse perfil, a gente começa a desconfiar quando jornalistas visitam a casa e promovem um ensaio fotográfico com ela.


Tenho a impressão que — nesse processo de introjeção da primeira-dama no dia a dia, no imaginário popular e no debate nacional — Janja ainda será produzida para programas da ‘GloboNews’ (jogando golfe, pintando um quadro, tocando um instrumento musical...). A fila de jornalistas bajuladores é grande, mas a Natuza Nery tem prevalência, pois já tem experiência.


Dentro das minhas elucubrações, desconfiança e o fino da “Teoria da Conspiração”, desconfio que estejam “engraxando” a Janja para a continuidade do Lulismo (como Isabelita Perón e Cristina Kirchner). A minha teoria se torna menos imbecil quando constato que o sul-americano vota em qualquer um (pela propaganda, corte de cabelo ou tom de voz). 


Temos que ficar alertas quando o jornal francês ‘Le Monde” antecipa nossos acontecimentos. Como na floresta amazônica, os europeus ainda estão de olho no que acontece na França Antártica.  Se sabem da Amazônia,  como não saber da Rosângela Lula da Silva (segundo eles, a vice-presidente).


A primeira-dama já abriu sua casa e fez um audacioso e pretenso ensaio fotográfico. Ambas as manobras são impossíveis de não transportar qualquer um para os anos 90: reportagens da revista ‘Caras’ revistas de moda ou o quadro ‘Gugu na minha casa’. No estilo “fake”, a “celebridade”, digamos, compartilhava sua, por assim dizer, intimidade.


Lula e Janja, confundindo a vida intima, tornam pública a privada. Mas eu posso estar “viajando”, portanto, pode não ser nada demais. Ao menos, fica evidente a diferença entre deslumbrante e deslumbrada.



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