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Mostrando postagens de junho, 2024

O flanelinha de minorias e o parasitismo pós-moderno

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  Parasitismo pós-moderno é a preguiça e canalhice dos que tentam empurrar personagens que rezam uma cartilha ideológica (“progressista”), substituindo um personagem consagrado. Exemplo: fizeram uma Cleópatra etnicamente e historicamente diferente de tudo que foi ensinado. Isso é uma clara maneira de reescrever a História. É desonesto porque tenta surfar numa popularidade consolidada. A dissonância cognitiva se dá quando se diz algo sabidamente falacioso, isso é o que vem acontecendo na cultura pop. Parece que é falta de criatividade, mas é pura “guerra cultural”. Super-heróis são alvos preferenciais do “parasitismo pós-moderno”. Parece-me que a estratégia covarde é destruir de uma só vez um personagem que carrega características, valores e virtudes tão caros aos fãs desses heróis. Mas a estratégia não é bem aceita, e isso é fácil observar nos fracassos de bilheteria. Paralelamente, os “flanelinhas de minorias” são os que elegem um grupo para chamar de seu. Identificados como “minorias

🔵 Antes que eu esqueça completamente

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  Aquela multidão estava ali para ver o velho palhaço da TV e suas — numa linguagem apropriada à antiguidade da atração — traquinagens. Certamente, eu e aquela criançada estávamos naquele colégio sob influência dos nossos pais. Ou seja, éramos a desculpa perfeita para nossos pais assistirem ao palhaço idoso que alegrou uma infância remota. Como eu era muito novo, ainda estava incólume a um humor mais... por assim dizer, ácido. Meu futuro humorístico seria composto por revistas e programas mais anárquicos e viscerais como Mad, Chiclete com Banana, TV Pirata, Casseta & Planeta etc. Os estertores da censura ainda escondiam um escracho politicamente incorreto que transbordaria depois da abertura cultural. Entretanto, por ainda estar numa incipiente e inocente vida pueril, era tempo de eu ser capturado por piadas infantis do tipo ‘A praça é nossa’, torta na cara, pum com farinha e calça com elástico frouxo, uma coisa mais circense. Portanto, mesmo um refém, eu era um dos que aguardava a

Que o novo sempre vem

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  Quando envolvia credibilidade, a perda de audiência pouco importava. Mas como tudo isso está ligado a anúncios, portanto, dinheiro, a Globo (como é a maior das emissoras e aquela a ser copiada) trava uma disputa com seu maior concorrente. Nessa disputa por espaço (“guerra”) entre imprensa tradicional e internet (YouTube e “streamings”), enquanto a internet avança de maneira natural, as mídias mais antigas se blindam, fingindo que apenas eles agem dentro da lei. O maior erro e a rota do precipício é não reconhecer a força do inimigo. Os jornalistas mais antigos de cabeça ficaram engessados em um poder que as velhas mídias não têm mais, portanto, anacrônico. Por exemplo, eu não assisto mais à televisão aberta por absoluto descrédito e só assisto trechos da ‘GloboNews’ em recortes — mostrando o quanto são compradas, enviesadas e inacreditáveis as opiniões ali cometidas. Mesmo contando com a intervenção do Congresso ou do STF (Supremo Tribunal Federal), esses jornalistas “à lenha” irão p

O Montanha vai...

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  Onde a maioria assistiu a um estado inundado, com muitas perdas de vida, os petistas vislumbraram uma oportunidade eleitoral. Com essa perspectiva, enquanto muitos se preocuparam em salvar, o PT procurou os espaços que poderia ocupar. Paulo Pimenta, conhecido como Montanha na lista de propinas da empreiteira Odebrecht (Novonor), foi escolhido como responsável pela reconstrução do Rio Grande do Sul. Até aí, quase tudo bem, só que tem um grande problema: o Montanha é muito mal recebido na terra alagada. A única condição que o qualifica para a tarefa é ser gaúcho. Lógico que isso não é minimamente suficiente, quando o mínimo que se esperava era um engenheiro, não alguém que parece incapaz de capinar um terreno. Pimenta não tira uma jaqueta laranja que dá a impressão de que botou a mão na massa. Só que não se vê uma só gota de lama, diferentemente da sua biografia que está inteiramente manchada. A prova que o uso da jaqueta laranja é uma atitude estrategicamente cosmética, é o uso da peç

Ousadia e alegria

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  Obedecendo a lei de oferta e procura, o mercado está inflacionado. Falar bem desse partido sempre foi um fardo, mas, atualmente, isso é uma tarefa inglória até às entidades que têm a tácita obrigação de defendê-lo. Mas o PT foi recolocado na, como disse Geraldo Alckmin, “cena do crime” e, contrariando os mais otimistas, não se recuperou. Eleitores, um pouco mais lentos cognitivamente ou prejudicados quanto à percepção, demoraram um pouquinho para desconfiar que estavam ajudando a instalar uma quadrilha no Palácio do Planalto, por isso, estão arrependidos. Antes tarde do que nunca! Podem justificar o apoio de empresários, se estes quisessem aniquilar a concorrência incipiente; os economistas, sinceramente, eu não confiaria sequer em 1 dica de investimento. Portanto, só existem duas alternativas para terem apostado na volta de um PT honesto: desonestidade ou burrice. Dado o desastre administrativo e o cacoete subreptício, a turma socialista quer recrudescer a mentira ou, num eufemismo,

Zorra total

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  Numa crise sempre tem uma oportunidade. Desde que seja aproveitada honestamente, isso é positivo. Porém, foi após tragédias que políticos e empresários picaretas armaram conluios para se embrenharem em brechas lucrativas, deixando a situação um pouco pior. Foi assim durante a pandemia, quando montaram o “Consórcio Nordeste” (que envolvia Araraquara/SP) e a inundação do Rio Grande do Sul. A pandemia abriu uma “oportunidade” para comprar respiradores sem licitação, superfaturados e em loja de maconha. Agora, não foi surpresa quando descobriram que um mercadinho de bairro, especialista em queijos, tenha ganhado o certame para poder fazer a mega importação de arroz. Nas empresas em que trabalhei, para retirar uma caneta no almoxarifado era preciso enfrentar uma burocracia necessariamente controladora, portanto, na administração do País, é preciso ser muito ingênuo para acreditar que tudo isso foi um descuido. A importação foi cancelada, pois constataram que houve “erros”. O erro apenas é

🔵 Blackdog

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  Ir até a travessa da Avenida Paulista era um dos preços que teríamos que pagar para comer o “hotdog” do qual tanto falavam. Devido ao endereço nobre, o velho cachorro-quente era conhecido com o nome importado, mas logo seria conhecido pelo apelido: dogão. Depois de algum tempo, a parada obrigatória começou a esticar a noitada e anunciar uma nova saideira.  Entretanto, a parada improvisada foi transformada em um novo destino. O logotipo estampava um cão preto, com óculos escuros, aspergindo “catchup” no sanduíche. O salão seguia o padrão americano da lanchonete do palhaço. Tudo destoava da antiga barraquinha de cachorro-quente do “Paraná”. A lanchonete da rua transversal à avenida famosa em nada lembrava aquela barraquinha onde matávamos a fome da madrugada; mais parecia uma filial do McDonald’s. Provavelmente, o preço do “dogão”, digo, “hotdog” seria “gourmetizado”. E não deu outra; os funcionários, as contas, o marketing e o aluguel no bairro nobre inflacionaram o lanche. Além disso

Uma fotografia do PT

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  Durante muito tempo, eu vi as propagandas do PT com indignação e admiração. Os dois sentimentos antagônicos não eram à toa. Indignação: como o partido abusava do método de adotar minorias de estimação. O Lula personificou a estratégia vestindo a fantasia e usando a máscara de “Pai dos Pobres”. Isso deu certo e durou tanto tempo, porque foi aceito. Admiração: porque o PT explorou um nicho que sustentou o partido dos trabalhadores que não trabalham, dos estudantes que não estudam e dos pensadores que não pensam. A tragédia do Rio Grande do Sul exibiu o “making of” da patifaria petista. Foi exposta a hipocrisia de uma ficcional Janja protetora dos animais. Quem realmente sente pelos animais que sobreviveram à inundação viu que a Janja tentou interpretar o papel de primeira-dama, praticamente uma “Lady Di ao sul do Equador”. Deixando para profissionais uma análise mais profunda da deficiência psicológica da moça, sua farsa não resistiu a uma câmera de celular. Lula não conseguiu sustenta

🔵 Teatro Gazeta

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  Eu sempre soube, peça teatral que anuncia ator (ou atriz) de novelas como atração é a maior roubada. O texto do chamariz é sempre igual: Fulano e grande elenco. No entanto, minha namorada disse que a sinopse era bem interessante. Então fomos ao Teatro Gazeta, Avenida Paulista. Não deu outra, a peça era um caça-níqueis, com texto mais raso que um pires. Fora a atriz global, a peça não tinha mais nada para oferecer. Pelo menos, acho que cumpri a obrigação de parecer um legítimo apreciador da arte dramática. Entretanto, acredito que minha expressão exteriorizou o que eu estava achando da peça, pelo menos quanto à qualidade. Sei que existem muitos espetáculos bons, recomendáveis; no entanto, também estou ciente de que apenas posso ter assistido às peças erradas. A solução, que evitará futuros constrangimentos, é compartilhar meu conhecimento adquirido. A desconfiança de que espetáculos que destacam uma “celebridade” são, no mínimo, duvidosos, começou com ceticismo, passou por desconfianç

O animal do Pânico

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  O programa Pânico, rádio Jovem Pan, nos mais de 30 anos de existência, já trafegou no conteúdo “5ª série”, político e, atualmente, compõe um mix, acompanhando o crescimento etário e, por assim dizer, intelectual dos ouvintes. “Crescimento intelectual” parece não combinar com o conteúdo programático do humorístico. No entanto, o bom humor e a capacidade de rir de coisas sérias não têm idade e revelam uma maneira peculiar de enxergar a vida. Com este clima, o apresentador Emílio Surita anuncia: “Que entre o animal”. Neste momento, acontece algo surreal: no estúdio, entra alguém vestido de algum bicho. Apresentando uma dancinha ridícula, já fomos brindados com performances de uma “fauna” extensa: girafa, vários espécimes de caninos, gato, veado, coelho, peixe, galinha e um pombo, entre outros. Os exemplares são bem comuns na natureza; no entanto, tornam-se muito exóticos quando entram no palco do Pânico. A atração tem graça por ser “nonsense” (sem sentido). Justamente, a graça está no a

🔵 Noite sem fim

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  Aquilo era diferente. Eu estava acostumado a sair de ônibus, metrô e sola e lutar pela sobrevivência. Agora, eu estava ali num condomínio em Arujá, tentando decifrar mímicas em jogos de adivinhação. Uma noite de sábado que começa com uma casa livre porque os pais foram para a Europa ou os Estados Unidos não pode acabar bem. Isso é o prenúncio de dormir debruçado num jogo de tabuleiro, com um pedaço de pizza fria do lado. Era assim na ‘Sessão da Tarde’. Aquilo não estava com cara de sábado à noite. Quando tudo parecia uma turma de amigos numa cabana de estação de esqui, vi que tudo estava perdido e esperei que alguém entrasse na sala com uma panela de “fondue”, vestindo pulôver e cachecol. Bastava segurar um copo, para sacar que eu vinha da periferia. Fiquei habituado a caminhar por viadutos imundos, pútridos e fétidos; percorrendo ruas mal iluminadas e vazias da Barra Funda, tendo por testemunhas apenas pragas urbanas. A amplitude entre o “dogão” e o “fondue”, a cerveja barata e o vi