O programa Pânico, rádio Jovem Pan, nos mais de 30 anos de existĂŞncia, já trafegou no conteĂşdo “5ÂŞ sĂ©rie”, polĂtico e, atualmente, compõe um mix, acompanhando o crescimento etário e, por assim dizer, intelectual dos ouvintes. “Crescimento intelectual” parece nĂŁo combinar com o conteĂşdo programático do humorĂstico. No entanto, o bom humor e a capacidade de rir de coisas sĂ©rias nĂŁo tĂŞm idade e revelam uma maneira peculiar de enxergar a vida.
Com este clima, o apresentador EmĂlio Surita anuncia: “Que entre o animal”. Neste momento, acontece algo surreal: no estĂşdio, entra alguĂ©m vestido de algum bicho. Apresentando uma dancinha ridĂcula, já fomos brindados com performances de uma “fauna” extensa: girafa, vários espĂ©cimes de caninos, gato, veado, coelho, peixe, galinha e um pombo, entre outros. Os exemplares sĂŁo bem comuns na natureza; no entanto, tornam-se muito exĂłticos quando entram no palco do Pânico.
A atração tem graça por ser “nonsense” (sem sentido). Justamente, a graça está no absurdo da cena. Um desavisado que estiver navegando pelos canais, corre o risco de ser surpreendido por um mascote dançando. Esse nĂŁo Ă© o tipo de coisa que se espera ver entre 12:00 e 14:00.
Nos Estados Unidos, é tradicional o mascote ser protagonista em eventos esportivos. Sabendo que situações sem sentido fazem sucesso, e apostando nisso, já aconteceram rinhas insanas de mascotes.
O time de futebol Internacional de Porto Alegre tem um mascote: o saci. Pois, o artĂfice da alegria do esporte bretĂŁo foi acusado de assĂ©dio sexual. Se o o folclĂłrico personagem, ou o intĂ©rprete do perneta sapeca será considerado o macho tĂłxico, a Justiça há de confirmar, porĂ©m, independentemente do que aconteceu, a fantasia sempre exibe um sorriso enigmático e comprometedor.
O humor silencioso Ă© saudável nos tempos do processo jurĂdico perseguindo o que Ă© considerado politicamente incorreto e ofensivo. Mas isso pode mudar, se a Sociedade Protetora dos Animais achar uma brecha jurĂdica e processar o Pânico por maus tratos animais.