Bêbada política

 




Lula teve mais um ataque de populismo explícito. Em cima de um palanque, para uma plateia amestrada, ele ensinou como se encerra uma guerra. Para ele, tudo se resolve tomando uma cerveja. Não sei se essa resolução faz parte das promessas de campanha, mas é uma proposta irrecusável e digna de prêmio Nobel. 


A ideia é muito simples, só fica meio perigosa quando ele começa a enumerar as garrafas. Foi aí que eu desisti de trazer a paz ao mundo. Na quarta garrafa eu já não evitaria o lançamento de uma única granada e seria internado com coma alcoólico ou me apresentaria numa reunião dos Alcoólicos Anônimos (AAA).


Lula já ensinou como encerrar uma guerra interminável: palestinos x israelenses. Em dois mandatos, ele não conseguiu. Tal disparate fica bem mais fácil no alto de um palanque e a quilômetros de distância de qualquer disparo de obus.


Agora sei que as garrafas que eu esvaziei foram em vão. As longas horas que eu gastei “gelando a goela” não tiveram um propósito tão altruísta. Se ao menos eu oferecesse um brinde a Mandela ou Gandhi já me livraria deste horrível sentimento de culpa.


Guerra do Golfo, dos Balcãs, da Bósnia, Israel/Palestina..., tudo isso acontecendo e eu enchendo a cara e rindo sem um objetivo nobre! Tal indignação estende-se a quem comigo jogou conversa fora enquanto “molhava as palavras”.


Hoje não bebo álcool e ouvindo Lula sei que não é mera promessa de campanha. Ele bebe 1... 2... 3..., saideiras e acredita que é moleza parar uma guerra depois disso, falando grosso e “puxando a orelha” de Putin e Zelensky!


Qualquer intelectual da USP contemporizará a fala do ex-presidiário, justificando que foi apenas um arroubo de indignação; entretanto, na mente “privilegiada do Lula passa exatamente esta cena: ele, o presidente da Ucrânia e o presidente da Rússia sentados numa mesinha de armar, no canto de um boteco, resolvendo uma guerra, como quem “deixa pra lá” um mal entendido entre amigos.


Se o mundo fosse tão simples, como na cabeça infantil do Lula, a Greta Thunberg resolveria tudo numa cúpula da ONU.



“Nada de novo existe nesse planeta

Que não se fale aqui na mesa do bar”


(Milton Nascimento/Fernando Brant)


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