Sai Pelé, entra Lula



Dia 29 de dezembro eu estava assistindo a um programa de política. É lógico, o assunto Pelé tomou de assalto qualquer pauta, como deve ter acontecido inclusive nos programas de culinária. Pois bem, eu estava vendo Pelé, de repente entra Lula no vídeo. Eis o anticlímax.


Como se de fato fosse um rei, o Rei exercia as funções de um chefe de Estado, “abrindo portas”, representando nossa excelência e ideais; como se fosse um chefe de governo legítimo, Lula chefia o Executivo e assina papéis priorizando o “establishment”.


Para quem já esteve no exterior, era um orgulho falar que vinha do país do Rei; enquanto a simples menção do nome do ex-presidiário virou motivo de vergonha. Quando quaisquer times perdiam para um adversário do qual Pelé fazia parte, era legítimo; agora, se você for derrotado pelo Lula, suspeite de métodos sub-reptícios e ouvir, repetidas vezes, “perdeu, mané”. Dependendo do personagem (Lula ou Pelé) as palavras “jogada e drible” tem sentidos diferentes. Pelé vencia por meritocracia, porque era o melhor; Lula vence com uma mãozinha, com um jeitinho, cheio de malandragem e subterfúgios. A palavra “Pelé” abre sorrisos; a palavra “Lula” provoca risadas. Sabemos alguns defeitos do Pelé, isso o torna humano; também sabemos alguns defeitos do Lula, isso o torna desumano. 


Para quem não era nascido quando Pelé jogou (ganhou), é comum herdar o testemunho paterno. Os avôs também são testemunhas privilegiadas. Contudo, esta experiência tende a ficar mais rara.


Pelo menos, numa coisa Lula foi maior que Pelé: o Rei destruiu o meu Corinthians; Lula destruiu o Brasil. Pelé tem valor, Lula tem preço.


Pelé foi o brasileiro mais ilustre, Lula é — na minha insignificante opinião — o brasileiro mais desprezível de todos os tempos.


Sai Pelé, entra Lula: esta foi a nossa mais injusta e triste substituição.

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