Saidinha presidencial

 



Pronto, Lula subiu a rampa e, provavelmente, o Brasil descerá a ladeira. Nunca, antes, neste país, alguém foi retirado da cela e conduzido ao Palácio do Planalto. O ex-presidiário traz uma fauna acompanhante que merece ser chamada de quadrilha. Se, na trincheira, eu visse o Renan Calheiros ao lado, constataria: ops, tô do lado errado! Nem o povo, esse detalhe, conseguiu impedir. Um punhado significante do povão, sabe-se lá por qual motivo, ficou do lado do “establishment”. E assim, à força, temos um novo, digamos..., governo.


Não posso acusar o petista de estelionato eleitoral. Pelo menos as primeiras bobagens, que já estão destruindo o que foi feito, ele prometeu. Vários jornalistas e economistas já se arrependeram de fazer o “L”. Isso prova que corremos sérios riscos quando confiávamos nessas categorias.


A ditadura moderna ao menos ajudou a desmascarar a turma que vivia dos discursos: “Abaixo a ditadura”, “Tortura nunca mais” e “Censura nunca mais”. Tivemos e temos tudo isto no cardápio, no entanto, principalmente a imprensa (sempre ela) condescendeu, o que escancara a relativização do discurso. Novamente, a imprensa está do lado errado. Marcelo Odebrecht, em delação premiada da Lava Jato, disse que a imprensa sempre soube da tudo. Quando a redação da Globo comemorou, entusiasmadamente, a “vitória” do Lula, não restou dúvida que o interesse de uma empresa de comunicação, justificadamente, é financeiro; e dos funcionários, manter o emprego.


Aquele que tomou o poder já demonstra que será o ideal (e já está sendo) para estabelecer a harmonia entre os Poderes, seja por aparelhamento ou por compra. Também teremos muitas costuras de acordos, articulações e liturgia do cargo. E, sempre pensando no “melhor para o povo”, reuniões fora da agenda e jantares. 


A União Europeia terá um real “líder” na América do Sul. Os agricultores franceses colocam a “faca no pescoço” do Macron (presidente da França); este, protecionista, ameaça o, quando subserviente, presidente brasileiro. 


Lula é craque em falar o que a plateia quer ouvir: segurança alimentar, meio ambiente e mudanças climáticas. Funciona. Mesmo sem atitude concreta, ele sabe o que soa como uma bela canção aos ouvidos da ONU (Organização das Nações Unidas), União Europeia e alguns líderes e ditadores. Lula representa a grande possibilidade de interesses internacionais e avançará o nosso atraso.


Eu nunca vou reconhecer esse governo como legítimo. Isto não faz a menor diferença a quem quer que seja. Entretanto, esta certeza sempre acompanhará minha consciência. Por mais que a “Carreta Furacão” tenha algum sucesso, tenho certeza de que malas de dinheiro ilegal circularão, já vi isto acontecendo. Enquanto meu caráter não estiver no extrato de uma conta bancária, sem chance.




“Pode-se enganar a todos por algum tempo;

pode-se enganar alguns o tempo todo; mas

não se pode enganar a todos todo o tempo”.

(Abraham Lincoln)







Postagens mais visitadas deste blog

Inseto Insípido - Letra: Rafael da Silva Claro (1996) ▪️

Canetada

Operação gambiarra