Bola fora

 



Aquele sambinha no ônibus, a alegria movida a “ON e OFF” das câmeras e a “pachequice” do Galvão Bueno. A nada disso foi atribuída a eliminação do Brasil. Fatores extracampo não faltaram para explicar o fracasso da Seleção. Durante o torneio, Casagrande tratou de ser o zangado comentarista de comportamento dos jogadores, técnico, jornalistas, torcedores... Seu olhar acusador não deixou escapar: as dancinhas, os ex-jogadores na tribuna, todos os seres vivos bolsonaristas e a carne de ouro. Era óbvio que o episódio da churrascaria seria usado para explicar a eliminação da Seleção. 


A peça de carne não tem nada de especial, além de custar caro, ser pulverizada com o metal precioso e ser preparada por um chef-celebridade e servida com salamaleques exagerados.  A cena dos jogadores rindo, enquanto a carne era confeccionada com ouro, só é patética. Um personagem de peso (Ronaldo Fenômeno) se destacava. Apesar de não jogar futebol, o ex-craque foi escalado para o restaurante, tendo sido alimentado bem. 


Não vejo mal nenhum em visitar um restaurante com carne folheada a ouro; eu mesmo escapei dos holofotes quando frequentava o rodízio chamado ‘Novilho de Ouro’. Em termos de ostentação, isso é bem pior. Posso ter sido poupado dos “flashs” porque peguei a promoção da quinta-feira, quando o espeto corrido era mais barato. Bife de ouro.. Isso é nome de churrascaria de beira de estrada.


Prefiro o ‘Novilho de Ouro:, porque dá direito a: promoção de quinta-feira, bufffet de salada à vontade, um pedaço de pudim de graça e um cafezinho. Logo na entrada, uma lousinha, rabiscada de giz, informa qual é a especialidade do dia. Tudo isto por um precinho que cabe no bolso. Isso vale ouro!


O Brasil tentou conquistar a Copa do Mundo, mas, como consolação, comprou a carne de ouro.



A ‘carne de ouro’ é nossa,

com brasileiro não há quem possa.

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