Brasil para Lula

 



O MPE (Ministério Público Eleitoral) de Goiás pediu investigação de adega que “cometia” a promoção de vinhos a R$ 22. A caneta da lei agiu para não impedir a propaganda irregular de Bolsonaro. A ironia me obriga a inferir que a garrafa não estava em oferta adequada; o ideal, para a Justiça seria comercializar a bebida por R$ 13.


“Ridendo castigat mores” (rindo se corrigem os costumes). De tão ridícula e absurda, a medida encorajou uma chuva de “promoções” provocativas. Exemplo: automóvel a R$ 222.222,22.  Até 2:22 da tarde. Tem, também, o fusquinha de velho que ficou nacionalmente conhecido. Por que? Porque foi envelopado com a propaganda de Bolsonaro.


A sensação se confirmou: todos que se opuseram ao Capitão, fizeram uma propaganda involuntária. Toda vez que impetravam um pedido insano e determinavam uma arbitrariedade, eu imaginava uma transferência de votos em massa.


Se não for para evitar a lembrança do número do candidato, eu não consigo imaginar alguém decidindo a escolha do voto por um algarismo recorrente. Isso me parece mais aleatório que apostar no Jogo do Bicho. Essa escolha também remete àquela lenda do eleitor que definia o voto, de última hora, baseado num “santinho” (panfleto).


O ”Streisand Effect” funcionou e eu fiquei ciente de uma adega do Centro-Oeste. O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na tentativa de demonstrar força, esqueceu-se de organizar o básico. Conclusão: enfrentamos um primeiro turno cheio de filas, como há muito tempo não se via. E os observadores internacionais tendo que fazer cara de que gostaram do que viram.


Estigmatização de palavras e censuras de pensamentos divergentes. E tem parte significativa da imprensa e dos que se alimentam do lema “censura nunca mais” concordando com isso. Dizer-se contra a censura daqui a 50 anos, não cola mais.




Parafraseando um pensamento atribuído a Bertolt Brecht


Um dia desmonetizaram

influenciadores conservadores

Como não era comigo, eu nem liguei


Outro dia prenderam políticos

Como nunca votei neles,

pouco me importei


Antes das eleições,

proibiram imagens positivas 

de um candidato 

Como era meu adversário,

até achei legal


Num golpe fatal,

censuraram algumas publicações 

Diferentemente do meu discurso, concordei


Certo dia, me interrogaram, torturaram e prenderam.

Ninguém veio me ajudar, não sobrou ninguém.

 

Postagens mais visitadas deste blog

Inseto Insípido - Letra: Rafael da Silva Claro (1996) ▪️

Canetada

Operação gambiarra