Sambarilove

 



Por que prestamos atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada? É porque realmente eles fingem que dizem algo. 


Dilma Rousseff falava bobagens, no entanto era aplaudida. Os aplausos seriam justificados se seus pronunciamentos não passassem de esquetes humorísticos, mero entretenimento. Só que não! A plateia, abobalhada, aplaudia um ininteligível discurso presidencial. Como sadomasoquismo, a fala da eterna “presidenta” deixou saudade. Contudo, o legado, ou melhor, a herança maldita foi eternizada.


A ministra da Cultura, Margareth Menezes, travou na sua vez de falar. Melhor assim. Eu fui completamente empático com a ministra, pois nos seminários de Biologia acontecia o mesmo comigo. Completamente ignorante quanto a mitocôndrias e platelmintos, sem saber o que dizer, eu apenas segurava a cartolina.


Outra ministra, Ana Moser, dos Esportes, não conseguiu se comunicar, só que esta tentou falar, mas enrolou e se enrolou. Abusando de platitudes e lugares-comuns, Ana Moser enfiou palavras-chave recheadas de groselha verborrágica. O resultado não comunicou absolutamente nada. 


Entendo a ministra, eu usava a mesma tática, entretanto com mais efetividade, nas avaliações escolares. Quando, esquecendo-me de estudar, eu não sabia nada, metia um “sambarilove” e conseguia alguns pontos. A ministra, como não domina a arte da embromação, evidenciou a inação.


Lula tem um raciocínio limitado na escolha dos ministros. Para ele, uma jogadora de vôlei reúne as condições básicas para ocupar o Ministério dos Esportes; o mesmo pensamento rasteiro levou uma cantora a ser ministra da Cultura. Mas esta lógica simplista não é exclusividade do petista.


Outros políticos notabilizaram-se por “encherem linguiça”. A estratégia é muito eficaz citando números. Como são difíceis de conferir, números são citados aleatoriamente. A própria imprensa “espanca” ou “tortura” números, para que digam o que querem e ajustem o discurso de acordo com o que convém.


No caso das ministras e no meu caso é só enrolação mesmo.

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