À prova de Boulos

 




Guilherme Boulos acha que ser pobre é legal como um núcleo pobre de novela das nove. Todo mundo feliz e sambando, diferente dos ricos, que vivem sisudos e cheios de intrigas. Saindo da dramaturgia, Boulos, como todo socialista, quer igualdade. Nivelar todos por baixo, esta é a igualdade pretendida. O invasor de propriedades deu uma ideia do que habita sua cabeça sem função social e invadida por minhocas.


Este senhor, que ainda sonha com a Prefeitura de São Paulo, apresentou um, por assim dizer, empreendimento imobiliário do seu MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). É até compreensível que ele mostre com orgulho um “filho” teu e isto sirva como uma alternativa para “resolver” o problema de moradia. Assustador é este senhor exibir com entusiasmo e orgulho algo que ao invés de evoluir, regride. 


O postulante ao cargo de líder da esquerda apresentou uma casa de pau a pique, como se fosse uma beleza; depois, ele apontou onde existiria uma horta; e como se fosse uma novidade, Boulos, orgulhosamente, mostrou e ensinou como funciona uma cisterna. Tirando a horta, que é uma boa ideia, desde que lícita; a cisterna, que é interessante como alternativa; a casa levantada com barro e madeira parece algo que a engenharia abandonou há séculos.


Entretanto, o que chama a atenção é como o invasor fala, com os olhos brilhando, de tudo aquilo como se fossem maravilhas tecnológicas. Na verdade, com a urgência de um vendedor, ele tenta “empurrar” as “maravilhas” como produtos encalhados.


O filhinho de papai encontrou uma turba furiosa para chamar de sua. Inventou e assumiu a liderança e fez da incitação do ódio seu meio de vida. Destruir e incentivar é bem cômodo para o meninão que nunca é responsabilizado. Sua atividade atual é incompatível com o cargo de prefeito.


“Quem gosta de pobreza é intelectual”, disse Joãosinho Trinta. O carnavalesco acertou quando observou que intelectuais veem a precariedade da favela como uma abstração, com uma alegria cenográfica. É a exceção, tomada como regra, do inglês ou alemão fazendo um “mochilão” étnico e dormindo alguns dias num barraco.


Expondo sua ideia de solução dos problemas, Guilherme Boulos exibe sua visão de “favelização”. É a vanguarda do atraso.

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