Aquele abraço

 




O Flávio Dino é engraçado. Toda aparição do ministro da Justiça e da Segurança Pública é divertida. Seria duvidosa sua credibilidade e contribuição se vestisse um colete com a estampa “Posso te ajudar?” No entanto, o bufão é ministro da Justiça. Para quem se pergunta “que contribuição pode sair dali”, eu respondo: entretenimento involuntário.


Como Dino fará, Dilma Rousseff faz falta, não por suas realizações, que inexistem, mas porque, ao contrário dos que eram obrigados a aplaudi-la, causava gargalhadas com clássicos como: “Saudação à mandioca”, “A figura oculta”, “O estoque de vento” etc.


Flávio Dino agride sem abrir a boca. Basta exibir sua carranca para prevermos que vem alguma manifestação negativa. Quando fala, o desacato é natural. Representação ambulante da inversão de valores, ele é “tigrão com o trabalhador e tchutchuca com os bandidos”.


Eu via notícias de gente desavisada (sobretudo estrangeiros) sendo orientada a tomar o caminho da morte. Explico: aplicativos de orientação (GPS), desorientados, “mandavam” entrar à direita, aí você caía numa bocada nada recomendável. Pois, Dino chegou num desses “bairros proibidos” com uma coragem inédita. Como Moisés abrindo o Mar Vermelho, Dino foi, confiante, ao encontro de quem o aguardava. Sem avisar, ele iria de encontro.


Entretanto, em suas aparições mais descontraídas, Dino causa risos, embora seu figurino seja, quase sempre, um acinte. Mesmo com a simples intenção de se divertir ou de participar da vida picaresca, a simples aproximação do ex-governador maranhense é temerária.


O que ele fala ou escreve, principalmente no ‘Twitter’ vem carregado de reação pouco tolerante às críticas, o que mostra sua dificuldade em compreender o diferente e sua impossibilidade de estabelecer relações humanas.


Dino começou o governo demonstrando como será sua conduta. No dia 8 de janeiro, os Três Poderes foram, fácil como faca quente na manteiga, invadidos e depredados. O ministro fez que não sabia de nada e, pusilânime, correu colocar a culpa nos outros. Contudo, até um guardinha de rua desconfiaria que algo assim ocorreria naquele dia ou nos próximos. Apesar de o governo não querer, a CPMI investigará e esclarecerá o caso.


Em momentos mais descontraídos, Dino alegra multidões. Caindo, pulando ou fantasiado de comunista (que ele é), ele mostra o seu valor. Bancando o Rei Momo ou o Chacrinha, o ministro se sai melhor como o Mister Bean brasileiro, sempre metido em situações hilárias.


O Flávio Dino é engraçado. Muito caro, mas engraçado.





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