Os ricos também choram — Cabral chorou

 





Sérgio Cabral foi solto e saiu da prisão com o kit ideal para se vitimizar. Em entrevista ao portal ‘Metrópoles’, disse as palavras mágicas: democracia e fascista. Ele sabe o poder da narrativa. Basta falar “democracia” para mostrar que você quer o melhor para a nação. Com esta palavra, todos sabemos que Sérgio Cabral é um democrata. Quando o ex-governador acusou os outros de fascistas, identificou um inimigo comum (não é ele) e apontou mostrando que o Mal está em outro lugar (não é ele). Esperteza é uma característica comum dos malandros como ele. Tenho certeza, como ele já demonstrou utilizar das palavras-chave do momento, não tardará, o ex-presidiário levantará bandeiras da moda: racismo, homofobia, feminismo etc. Resumindo: sinalizará virtude.


Mas não foi apenas isso, como não poderia faltar, Sérgio Cabral chorou. Tá, foi uma comoção sem lágrimas, mas valeu a intenção. A voz embargada foi sensacional. De qualquer maneira, mais uma vez, ele soube lançar mão de um subterfúgio tão utilizado hoje: o choro. Cabral chorou.


Depois de solto, mesmo com mais de 400 anos de prisão e uma “capivara” com mais de 23 processos, o ex-governador saiu acusando a Justiça. Nessa entrevista, o choro seco de Cabral pôde ter emocionado os muito desatentos e sensíveis, mas em nada lembra o cara que comandou a “Farra dos Guardanapos”. Agora que a “casa caiu”, os outros são fascistas. Injustiçado, Cabral chorou.


É incrível a narrativa copiada e a cara de pau. Entretanto o ex-presidiário saiu “lacrando” como se não houvesse amanhã. Ele deve ter decorado, pois repetiu o glossário necessário para ficar bem na patota. E, lógico, elogiou as pessoas que mandam prender e soltar. Porém, todos quererão se livrar do “abraço de afogado” do Cabral, que chorou.


Mesmo tendo se emocionado em público, Cabral não precisa de nossa solidariedade. Ele deve ter um bom dinheiro no banco, muitas jóias e mora em Copacabana. Mesmo assim, Cabral chorou.


Está picaretagem do Sérgio Cabral poderia passar, e nós não estaríamos rindo dessa cena ridícula.



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