Foi golpe

 




Lula é inteligente. Não, ele é esperto. O sujeito usou, na hora certa, a estratégia que funcionou como o “pulo do gato” que, mesmo com toda ajuda, garantiu a volta democrática à “cena do crime”. 


A “cervejinha e a picanha com aquela gordurinha”: o teor e o jeito que foi dito, enganou parte do povo e transferiu votos de uma maneira... Sem medo de errar, acho que até um vegetariano sonhou com a “picanha com aquela gordurinha”, e tudo o que um abstêmio mais quis, era chegar em casa e abrir “uma cerveja geladinha”. 


Essa é a mesma estratégia do estelionatário, que seleciona a vítima identificando alguém ganancioso. De maneira lícita, Lula abarcou um grande número de eleitores, aplicando o estelionato eleitoral, sendo o grande chamariz o “Conto da Picanha”. Depois veio a frase célebre (entre os malandros): “Perdeu,  mané”.


O “escolhido” soube apelar aos anseios da maioria dos brasileiros. O brasileiro se contenta com o necessário e não quer ninguém (Estado) atrapalhando. Isto pôde ser sintetizado neste trecho da musica ‘País Tropical’ do Jorge Ben Jor: 


“Eu tenho um Fusca e um violão 

Sou Flamengo 

Tenho uma nêga chamada Teresa”


Na verdade, a música toda é uma exaltação à brasilidade, dizendo que basta ter nascido aqui para sair da maternidade com uma felicidade congênita. Lula soube apelar a este instinto introjetado em todo “brazuca”. Afinal, aqui é o país do futebol e carnaval.


Já no cargo, Lula espertamente condenou a ingestão de gordura, ou, quando apelou à memória afetiva, gordurinha. Em cima de um palanque imaginário, de onde nunca desceu, ele jogou uma carga de culpa em quem come demais, porque tem gente passando fome. É esta a lógica que essa turma achou para descumprir sua principal promessa: a gordurinha da picanha. Metáfora era uma palavra ininteligível.


Este golpe não se sustenta. O estelionatário teria que fugir. A gangue só se mantém até a partilha do butim. Depois, o malandro some da praça, cada um vai para um lado e começa a delação.


Voltando à apelação. Do mesmo modo, cria-se  uma imagem mental e dá água na boca só de pensar em tomar um café da tarde com pão de queijo na casa da avó. Aliás, Lula falava do café da manhã e das refeições. “Eis o malandro na praça outra vez...”

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