⚫️ Pequeno ensaio sobre o preconceito
Preconceito não é nada mais que um pré-conceito. Essa palavrinha, de cara, revela um preconceito de quem procura defeito em tudo. Os chamados “haters” acordam aguardando a oportunidade de apontar para alguém e tachá-lo de racista, misógino, homofóbico, preconceituoso etc. A apoteose dessas manifestações de vida é quando chega o esperado: alguém que se possa encaixar a ofensa do dia. Eis o viés de confirmação, o importante não é se a quem se atribui o defeito do dia (ou da moda) tenha o defeito. Se alguém estiver testemunhando, melhor, pois é assim que se sinaliza virtude. Conhecidos popularmente pelo estrangeirismo “haters”, eles vagam lá pelo “Twitter”, mas de vez em quando se perdem e vão amolar “em mares nunca d’antes navegados”.
É patético este modo de viver, entretanto isso existe e sempre está rondando, esperando qualquer tropeço para distribuir seus rótulos ofensivos. Se já é difícil atribuir algum preconceito a alguém ao lado, imagine cometer este crime lendo um pequeno texto, sem conhecer o seu autor.
Não sei se não estou atento ou se sou inocente demais, mas nunca identifiquei um nazista ou um fascista, a não ser pela TV. Mesmo assim, foram os dois maiores estereótipos: Hitler e Mussolini, respectivamente. Essa desatenção talvez seja resultado dos meus parcos conhecimentos de História. Tenho, insisto, dificuldades em reconhecer um preconceituoso. E realmente acredito que é bem melhor viver assim, sem procurar defeitos nos outros.
Em política, se alguém pensa diferente de mim, azar do político. Dispenso o candidato, o partido e a ideologia e continuo a amizade. Com futebol, a “zoeira” prevalece. Como corintiano, sempre vou lembrar que o Palmeiras não tem título mundial. Permanecendo no campo da brincadeira, isso jamais pode estragar uma amizade.
Denegrir, criado-mudo, lista negra e até “Black Friday,”, termos considerados preconceituosos devem ser evitados, senão você, por usar a palavrinha inadequada ganha o carimbo de preconceituoso. As palavras que citei têm, como muitas outras, etimologia ligada ao racismo simplesmente inventada. A repetição tornou essa balela “verdade”. O argumento é, por vezes, deliberadamente falso para alimentar a necessidade de apontar o dedo.
Esta talvez seja a atitude menos eficaz de combater o preconceito. Ficar policiando as palavras utilizadas não ajuda minoria excluída, pelo contrário, pode causar uma certa antipatia. Quando há banalização destes termos, os reais preconceituosos se diluem na multidão.