Para quem odeia quem tem ódio

 



Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é. É com essa inversão de papéis que, sem se dar conta, aquele que age “dentro das quatro linhas”, pede desculpas a uma turba enfurecida. Nessa polarização política, quem ameaça, simula assassinatos e tenta matar, acusa o lado oposto e pacífico de pregar o “discurso de ódio”. 


Muita gente só passou a conhecê-lo depois da polêmica do “atentado ao presidente”. Para quem não tem talento, é um bom subterfúgio: o choque causado pela obra, substituindo a ausência de dom, é chamada de “genialidade não compreendida”. No entanto, o cineasta Ruy Guerra, com 90 anos, resolveu entrar no jogo dos medíocres e transformar sua obra em panfleto.


O cineasta disse que o vídeo do “atentado” foi tirado de contexto. Dentro do tal contexto deve ser exatamente o que foi interpretado. Mas, exercendo a minha boa vontade, sei, como Ruy Guerra também está careca de saber, que daqui a uma semana ninguém mais lembrara que esse filme existe. Sua sina é ganhar a “Chinchila de Ouro” como escolha do júri, o “Prêmio Arapuã de Cinema”, ser exibido numa mostra de cinema e o filme terminar seus dias esquecido numa cinemateca empoeirada.


A cena que o nonagenário resolveu gravar fará parte de um filme que encerra uma trilogia. Ah, tá... Então é uma cena fora de contexto, dum filme que poucos decoraram o nome, duma trilogia desconhecida... Poucas vezes vi algo tão avulso!


Jornalistas também tentam compensar a falta de talento, ficando conhecidos com uma polêmica besta. Desesperadamente, caçando cliques e repercussão, procurando um reconhecimento, mesmo que pela repulsa, jornalistas, apesar de não ser funkeiros, estão “descendo até o chão”. Esquecendo-se do endereço do lixo, publicam qualquer coisa que julgam ser uma boa ideia.


Hélio Schwartsman, da Folha de S. Paulo, resolveu compartilhar por que desejava matar Jair Bolsonaro; Mariliz Jorge, também da Folha de S. Paulo, gastou seu dicionário de palavrões para demonstrar seu ódio pelo Chefe do Executivo; Marcelo Coelho, claro, Folha de S. Paulo,  vendo que o arsenal contra o presidente não surtia efeito, como covarde que é, resolveu ofender as apoiadoras do Bolsonaro com insinuações libidinosas. Tamanho mau gosto, revela um desespero. Talvez queira seu retrato pendurado na parede da Folha como o “funcionário do mês”. 


Diogo Mainardi, O Antagonista, descobriu um trocadilho bem sacado, porém irreal e impublicável: chamou os caminhoneiros que pararam na Marginal Tietê de marginais; Ricardo Noblat sugeriu que o tiro no pé  será um tiro no peito do presidente da República.


Todos estes jornalistas perderam a noção da profissão e perderam a vergonha de expor o que são, para exercer uma subserviência disfarçada de ideologia. No caso do cineasta soma-se a busca desesperada por um público.


Poderia citar falas de um professor, um sedizente poeta, políticos, excetuando tuiteiros, no entanto não quero me tornar prolixo. Certamente a Psicologia teria muito mais trabalho nessa pequena amostra de ódio explícito.


Postagens mais visitadas deste blog

Inseto Insípido - Letra: Rafael da Silva Claro (1996) ▪️

Canetada

Operação gambiarra