quarta-feira, 17 de julho de 2024

Decadence avec elegance

 





É preciso respeitar o país que transformou a Revolução Francesa em algo para se orgulhar. Mantendo a tradição francesa de anular a oposição manipulando a população, os jacobinos venceram novamente. E Raí fez parte do serviço.


Raí foi um bom jogador de futebol. Isso faz dele alguém habilitado a decidir os rumos da França? Não. Por isso, abusando da cara de madeira, ele mentiu. Sabendo que os fins justificam os meios, ele conseguiu o que queria.


Para um jogador de futebol, é muito difícil terminar a carreira, mas não tem jeito. Raí construiu um personagem de si próprio e seria muito doloroso abandonar essa estética. Contudo, diferentemente do futebol, ele pode manter essa persona. Conforme ele pôde comprovar, isso dá palanque, microfone e aplausos poliglotas.


O ex-jogador do Paris Saint-Germain sabe que gera dividendos manter a estética de “esquerda caviar” e revolucionário de “varanda gourmet”, sobretudo na França. Então, isso foi levado ao paroxismo. A indumentária ficou completa com o boné do MST. Lógico, faltava uma peça de roupa para chamá-lo de sem-terra de boutique da Oscar Freire, ele não poderia ficar fora dessa. Pronto, assim pôde fantasiar o revolucionário que ele nunca foi. Ser ex-jogador de futebol no Brasil é decadência, mas derrubar um Luís XVI imaginário, em Paris, é elegante. 


Na sua revolução particular, indeciso entre o Antigo Regime e a República, Raí se colocou do lado da paixão e do amor, para, logo depois, conclamar o povo “às armas”. Apesar da contradição, essa hipocrisia faz sentido. O aristocrata que finge que é miserável, está brincando de Robespierre de “boulevard”, mas, por prudência, ele voltará a um lugar seguro, antes que fique sem torcicolo e sem cabeça.


Lutar contra uma “extrema direita” à base de pedradas e fogo é um tantinho esquizofrênico, mas como convencer aqueles que decapitaram por liberdade, igualdade e fraternidade! 




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