sábado, 17 de agosto de 2024

Pompa e circunstância

 


Alexandre de Moraes está com uma mira a laser apontando para sua proeminente testa. No entanto, seus colegas do Judiciário partiram em sua defesa. Nesse tipo de força-tarefa para blindar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e lustrar sua biografia, um destaque curioso é Luís Roberto Barroso. Barroso se destaca negativamente porque cultiva a forma, mas coleciona enganos que descredibilizam o conteúdo. 


Bem vestido, de cabeça erguida, pontuando bem suas opiniões, gesticulando peremptoriamente, com fala mansa e com muita assertividade, ele foi capaz de acreditar na inocência do italiano Cesare Battisti (que cumpre pena na Itália por terrorismo), acreditava nos poderes divinos de João de Deus “me livre” e acha que a ditadura do venezuelano Nicolás Maduro é de direita. Além disso, nos momentos mais descontraídos, ele já disse, malandramente: “Eleição não se ganha, se toma”, “Perdeu, mané” e “Nós derrotamos o bolsonarismo”. 


Na coleção de pronunciamentos em que o conteúdo trai a forma, Luís, no estilo cinematográfico “Não há nada para ver por aqui”, quis mudar de assunto quando o empresário Elon Musk “enquadrou” internacionalmente Alexandre de Moraes, dizendo: “É página virada”.


Por mais que ele pareça convincente, eu lembro do seu histórico de enganos. O ministro é cuidadoso no jeitinho meigo de falar, o que demonstra alguma inteligência. Sabendo que objetivos nefastos andam obrigatoriamente acompanhados de certa inteligência, é necessária a devida cautela com oradores extremamente cuidadosos.


Desprevenido para o discurso pomposo do ministro, é muito fácil ser iludido por sua técnica sofista; entretanto, o “blá-blá-blá” supremo não enrola quem presta alguma atenção na sua linguagem não verbal. Mesmo sendo um pouco suscetível a discursos com “cara” de sinceridade, o que o ministro diz não dura até a análise de um bom comentarista político, uma pesquisa ao seu histórico de conclusões precipitadas ou uma ajudinha médica.  

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